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MST invade estrada de ferro da Companhia Vale do Rio Doce
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FELIPE BÄCHTOLD
da Agência Folha
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interditaram hoje a Estrada de Ferro Carajás, da Companhia Vale do Rio Doce, no interior do Pará. Um trem da companhia foi apedrejado por manifestantes, segundo a mineradora.
A invasão à ferrovia ocorreu em Parauapebas (836 km de Belém), no sudeste do Estado. Segundo a Polícia Militar, 200 manifestantes estavam no local. O MST diz que eram 4.000 membros.
A Vale informou que vai pedir à Justiça Federal para que mobilize a polícia para a retirada dos manifestantes.
O MST afirma que a invasão é um protesto pela reestatização da companhia. Em setembro, o movimento apoiou um plebiscito informal sobre a privatização da mineradora, ocorrida em 1997. A iniciativa contou com 3,7 milhões de votos.
A coordenação estadual do MST também afirma que a exploração mineral na região vêm provocando danos ao ambiente e "impactos sociais" aos trabalhadores rurais da região.
A assessoria da Vale diz que a estrada é utilizada por 1.300 passageiros diariamente e abastece o sudeste do Pará com combustíveis.
Integrantes do MST vinham ameaçando interditar a estrada de ferro nas últimas semanas. Atendendo pedido da empresa, a Justiça Federal no Estado expediu uma liminar que proibiu manifestações na estrada de ferro e estabeleceu uma multa no valor de R$ 100 por pessoa em caso de descumprimento.
A coordenação do MST no Pará diz que os manifestantes só vão sair do local se representantes da Vale, do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e do governo estadual se comprometerem a se reunir com o movimento para discutir as reivindicações.
A assessoria da Vale afirma que a ação pode causar a interrupção de exportações e comprometer a imagem das empresas do país no exterior. Segundo a empresa, são transportadas pela ferrovia 250 mil toneladas de minério de ferro diariamente.
A assessoria da Polícia Federal informou que ainda está estudando como vai proceder em relação à invasão. Como a estrada é uma concessão do governo federal, cabe à PF interceder na situação. Policiais militares do Pará foram ao local e monitoram a interdição.
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