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12/07/2002 - 08h05

Vice de Serra reúne de peruas a feministas em jantar

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DANUZA LEÃO
da Folha de S.Paulo

Foi terça-feira, na casa de Andréa Gouvêa Vieira, o encontro de Rita Camata com os chamados "variados segmentos da sociedade" do mundo feminino carioca. Aliás, sem a presença de Andréa, que estava com José Serra na TV Globo, onde o candidato seria entrevistado.

Tinha de tudo um pouco: representantes de associações de classes, candidatas, peruas (poucas), algumas festeiras dessas que não perdem nada, e as feministas, claro, que eram muitas: uma delas usava um camisolão étnico da América Central, modelito Mercedes Sosa.

Lenir Lampreia, mulher do ex-chanceler Luiz Felipe Lampreia, foi quem saiu mais cedo, e Maria Sílvia Bastos Marques, ex-presidente da CSN, cotada para fazer parte de um eventual governo tucano, foi embora antes da chegada de Serra.

Da família Cardoso, Van Van Seiler, praticamente nora, e Bia Cardoso, de faixa preta no cabelo e um singelo colar de quatro voltinhas de miçangas com brincos combinando. Luci Barreto declarava para quem quisesse ouvir que ainda não sabe em quem vai votar: "meu partido é o PCB, Partido do Cinema Brasileiro", disse. Ah, e Bia Correa do Lago e Xuxa Lopes, claro.

Rita usou saltos altíssimos, e falou muito sobre as conquistas da mulher na sociedade cumprindo o papel de mãe, esposa e profissional, essas coisas. Quando a palavra "mulher" era pronunciada a platéia batia palmas. Até a deputada Alice Tamborindeguy, mais conhecida por ser irmã de Narcisa, falou.

Se fosse possível medir a extensão de pele retirada dos rostos da seleta platéia, seriam quilômetros, e de botox, litros. Foram servidos sanduichinhos maravilhosos, refrigerantes e sucos. Álcool, nem pensar. À medida que as candidatas falavam, a audiência foi se dividindo, e na biblioteca formou-se um alegre grupo que fumava e falava de tudo: ginástica, novela, moda e sobretudo de novos projetos e consequentes patrocínios _essas coisas.

Sessão baixaria. A primeira: quando uma das participantes viu na estante a coleção de CDs, não se conteve e confessou: "minha mão está coçando para levar um", ao que outra sugeriu "melhor levar logo um quadro". A segunda: na hora de registrar a presença _numerada_ num grande livro, uma outra viu que seu nome correspondia ao número 171 e foi logo dizendo: "eu não assino". Nem todas prestaram atenção à entrevista do candidato no "Jornal Nacional", exibida num telão, e quando o programa acabou houve farta distribuição de camisetas amarelas do PSDB.

Quando Serra chegou, recebido com palmas, o clima era de um final de chá de panela, pois diversos maridos tiveram autorização para entrar, quando fossem buscar as esposas. Com uma paciência que não lhe é habitual, o candidato falou com todas as presentes, uma por uma, e chegou até a elogiar o piercing de uma delas.

A essas alturas até os donos da casa já estavam, e foi servido um penne. Um penne bem simplesinho, com molho de tomate: Serra odeia cebola e alho. Aí, uma das convidadas _tucana convicta_ se apropriou de duas expressões de Rita Camata em seu discurso e declarou: "eu, enquanto mulher e a nível de mulher, preferia estar num shopping".

Veja também o especial Eleições 2002
 

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