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12/07/2002 - 13h16

Para Cesar Maia, eleitores do PFL votarão em José Serra

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CAMILO TOSCANO
da Folha Online

Prefeito do Rio de Janeiro pela segunda vez, o economista Cesar Maia (PFL), avalia que a maioria dos eleitores do seu partido ficará onde sempre esteve: com o candidato a presidente do governo, José Serra (PSDB).

Em entrevista à Folha Online, Cesar Maia, 56, eleito em 1992 e reeleito em 2000 para a Prefeitura do Rio, minimizou os efeitos do desembarque de metade do PFL na campanha de Ciro Gomes (PPS), dizendo que é um risco o "político se mover para outro lado e não levar seu eleitor".

Crítico ácido da candidatura de Serra até maio deste ano, Maia aposta agora no tucano. Segundo ele, o abandono do slogan "continuidade sem continuísmo" foi uma medida acertada na campanha de Serra, e sua chegada ao segundo turno dependerá muito de sua "inventiva e criatividade".

Vice-presidente do PFL, Maia afirmou também que o presidenciável Anthony Garotinho (PSB) "está se tonando o candidato da chacota", por causa de seu "despreparo" e pelo "populismo primário".

A entrevista com Cesar Maia foi realizada ontem, por e-mail. Por isso, a reportagem manteve as letras em maiúsculo em algumas respostas. Segue abaixo a entrevista:

Folha Online - O sr. vai pedir votos no Rio de Janeiro para José Serra (PSDB) ou para Ciro Gomes (PPS)?

Cesar Maia - SERRA é claro.

Folha Online - Como o sr. encara o embarque de metade do PFL na campanha de Ciro?

Cesar Maia - O importante é saber em quem o eleitor do PFL que nos acompanha há 8 anos -desde as eleições de 94- nesta posição fará. Acho que coerentemente ficará onde sempre esteve. É um risco o político se mover para outro lado e não levar seu eleitor.

Folha Online - O eleitor do PFL, então, ficará com Serra?

Cesar Maia - A grande maioria sim.

Folha Online - Em artigo publicado em abril na Folha o sr. dizia que somente um "comunicador primário" acharia que o slogan de Serra (continuidade sem continuísmo) levará "a algum lugar além da derrota". O sr. mantém essa avaliação?

Cesar Maia - Graças a Deus este slogan não existe mais. Ontem [na quarta-feira, em entrevista ao Jornal Nacional] gostei muito quando o Serra disse na TV: UMA NOVA ETAPA!

Folha Online - Mas essa nova etapa levará a algum lugar "além da derrota"?

Cesar Maia - Uma nova etapa quer dizer um novo patamar a partir do que já foi feito por FHC. A derrota ou a vitória numa campanha competitiva como essa entre os que disputam o segundo lugar dependerá muito da inventiva e da criatividade dos candidatos em campanha.

Folha Online - Uma das teorias sobre eleições em dois turnos diz que, quando há duas candidaturas que disputam acirradamente uma vaga no segundo turno, a tendência é haver agressão mútua entre os dois candidatos. Por esse motivo, aquele que alcança o segundo turno estaria condenado à derrota, já que se desgasta entre os eleitores do terceiro colocado e expõe seus pontos negativos. É isso que começa a acontecer entre Serra e Ciro?

Cesar Maia - Este é o risco que ambos correm e que o Lula deve estar saboreando. Para qualquer deles ganhar no segundo turno há um teto na diferença no primeiro turno que são dez pontos. Por exemplo 35% a 25%. Acima desse teto -38% a 23%- o favoritismo de Lula é amplíssimo.

Folha Online - A candidatura presidencial de Anthony Garotinho (PSB) tem dado sinais de que está enfraquecendo eleitoralmente. Sendo também do Rio, o sr. acha que ele ainda tem cartas na manga ou irá abandonar a disputa? Uma derrota nas próximas eleições prejudica os planos de Garotinho no Estado?

Cesar Maia - Ele imagina que está divulgando seu nome nacionalmente. Faz analogias com sua campanha no Rio em 94 onde perdeu e se deu a conhecer. Mas nesta o que está acontecendo é sua desmoralização nacional pelo despreparo, pelo populismo primário. Está se tonando o candidato da chacota.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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