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14/07/2002
-
10h50
da Folha de S.Paulo
A intervenção federal no Espírito Santo, se efetivada, seria a primeira desde 1964 e a 13ª da história republicana, a maioria delas realizada em períodos não-democráticos.
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana aprovou a intervenção alegando "casos de execução sumária e arbitrária" pelo crime organizado e "ameaças de morte a todos aqueles que, de alguma forma, representem resistência à atuação desenfreada do crime organizado no Estado".
A maior parte dos crimes teria como origem a "Scuderie Detetive Le Cocq": "Uma entidade civil sem fins lucrativos, composta principalmente por policiais e arregimentando políticos, empresários, comerciantes, autoridades, agentes públicos, advogados, membros do Judiciário e do Ministério Público".
A Scuderie é apontada como "mentora de atividades criminosas variadas, incluindo o assassinato de marginais e homicídios de pistolagem mediante encomenda ou mando, tendo como pano de fundo o narcotráfico, o contrabando, o tráfico ilegal de armas, o jogo clandestino, a venda de proteção, a coação, o suborno e a corrupção de autoridades e agentes públicos, a sonegação, as fraudes fiscais e as negociatas para a dilapidação do patrimônio público".
Fundada em 1965, desde 1996 o Ministério Público tenta a dissolução judicial da Scuderie. O processo ainda está em tramitação.
A intervenção no Espírito Santo teria outro caráter peculiar. Além de afastar o governador, determinaria a saída do presidente do Legislativo, o que só ocorreu em 1957 em Alagoas.
Base de fortes aliados do candidato tucano José Serra, como a candidata a vice Rita Camata e o prefeito de Vitória e coordenador da campanha tucana, Luiz Paulo Vellozo Lucas, a maior parte dos líderes do Estado não entendeu o veto à intervenção do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. "Deu uma injeção de ânimo a quem não precisava", diz Vellozo Lucas.
Tucanos dizem que FHC pode ter sucumbido à pressão da ex-deputada tucana Rose de Freitas e a do ex-ministro da Defesa Elcio Alvares, que perdeu o cargo por acusações de envolvimento com a máfia do Estado.
Intervenção no Estado seria a primeira desde 1964
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A intervenção federal no Espírito Santo, se efetivada, seria a primeira desde 1964 e a 13ª da história republicana, a maioria delas realizada em períodos não-democráticos.
O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana aprovou a intervenção alegando "casos de execução sumária e arbitrária" pelo crime organizado e "ameaças de morte a todos aqueles que, de alguma forma, representem resistência à atuação desenfreada do crime organizado no Estado".
A maior parte dos crimes teria como origem a "Scuderie Detetive Le Cocq": "Uma entidade civil sem fins lucrativos, composta principalmente por policiais e arregimentando políticos, empresários, comerciantes, autoridades, agentes públicos, advogados, membros do Judiciário e do Ministério Público".
A Scuderie é apontada como "mentora de atividades criminosas variadas, incluindo o assassinato de marginais e homicídios de pistolagem mediante encomenda ou mando, tendo como pano de fundo o narcotráfico, o contrabando, o tráfico ilegal de armas, o jogo clandestino, a venda de proteção, a coação, o suborno e a corrupção de autoridades e agentes públicos, a sonegação, as fraudes fiscais e as negociatas para a dilapidação do patrimônio público".
Fundada em 1965, desde 1996 o Ministério Público tenta a dissolução judicial da Scuderie. O processo ainda está em tramitação.
A intervenção no Espírito Santo teria outro caráter peculiar. Além de afastar o governador, determinaria a saída do presidente do Legislativo, o que só ocorreu em 1957 em Alagoas.
Base de fortes aliados do candidato tucano José Serra, como a candidata a vice Rita Camata e o prefeito de Vitória e coordenador da campanha tucana, Luiz Paulo Vellozo Lucas, a maior parte dos líderes do Estado não entendeu o veto à intervenção do procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro. "Deu uma injeção de ânimo a quem não precisava", diz Vellozo Lucas.
Tucanos dizem que FHC pode ter sucumbido à pressão da ex-deputada tucana Rose de Freitas e a do ex-ministro da Defesa Elcio Alvares, que perdeu o cargo por acusações de envolvimento com a máfia do Estado.
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