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22/07/2002
-
10h15
FERNANDA KRAKOVICS
da Agência Folha, em Vitória
Integrante da cúpula da missão especial convocada pelo governo federal para combater o crime organizado no Espírito Santo, João Adilson Scalfoni, superintendente da Polícia Rodoviária Federal, já foi filiado à Scuderie Detetive Le Cocq, a organização acusada de estar por trás das principais ações criminosas no Estado.
Scalfoni é integrante de um grupo seleto que participou, na quarta-feira passada, da reunião, em Vila Velha (ES), que definiu a estratégia da missão especial.
A Polícia Rodoviária Federal será uma das primeiras a receber reforço do efetivo e investimentos. O próprio Scalfoni anunciou reforço de 50 homens para as fronteiras. "Nosso objetivo é impedir a entrada e saída de mercadorias ilegais", disse ele.
O procurador da República Ronaldo Albo, um dos integrantes da missão, não sabia da participação do superintendente da Polícia Rodoviária Federal no grupo. "Nem todas as pessoas filiadas à Scuderie têm ligação com o crime organizado. Eu, particularmente, não conheço nada que desabone a conduta dele (Scalfoni), afirmou.
Para Albo, o fato de Scalfoni ter sido membro da Scuderie só é um problema se os integrantes da missão especial não tiverem sido informados. "Se ele agiu corretamente, comunicou às pessoas que já pertenceu à organização. Do contrário, agiu de má-fé."
Scalfoni afirma que não informou aos integrantes da missão especial que já foi sócio da Scuderie "porque ninguém perguntou".
Arquivos
O nome de Scalfoni consta nos arquivos da Scuderie como o filiado número 263 na filial capixaba. Ele pertenceu à organização de 88 até o final de 89.
As fichas cadastrais da organização foram obtidas pelo investigador da Polícia Civil Francisco Badenes Júnior, em 1993. Por meio de mandado judicial, o detetive teve acesso aos arquivos na sede da entidade. Hoje Badenes faz parte do Programa Nacional de Proteção à Testemunha.
Fundada como entidade filantrópica em 1984, a Scuderie é apontada pelo Ministério Público como o braço armado do crime organizado capixaba.
A missão especial foi constituída pelo novo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro. A reunião da última quarta-feira, na sede da Polícia Federal, em Vila Velha, foi a primeira do grupo. Dela participaram representantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Procuradoria da República e Receita Federal, somando nove pessoas.
O objetivo foi organizar a forma de atuação das diversas instituições que fazem parte da operação, além de definir metas. "Nosso trabalho será basicamente de inteligência", disse o superintendente da PF capixaba, Tito Corrêa.
Foram deslocados para o Espírito Santo 50 policiais federais, cinco delegados e dois peritos. Cinco procuradores da República também integram o grupo, mas ainda não estão no Estado, com exceção de Henrique Herkenhoff, procurador-chefe no Estado.
Para o coordenador do Laboratório de Estudos Políticos da Universidade Federal do Espírito Santo, o doutor em sociologia Alberto Tosi, a missão especial terá resultados nulos.
"Ela ainda vai atrapalhar porque confunde o problema capixaba com o carioca. O problema aqui é a infiltração do crime organizado nas instâncias administrativas estaduais", disse".
Membro da força-tarefa de Espírito Santo foi sócio de grupo criminoso
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da Agência Folha, em Vitória
Integrante da cúpula da missão especial convocada pelo governo federal para combater o crime organizado no Espírito Santo, João Adilson Scalfoni, superintendente da Polícia Rodoviária Federal, já foi filiado à Scuderie Detetive Le Cocq, a organização acusada de estar por trás das principais ações criminosas no Estado.
Scalfoni é integrante de um grupo seleto que participou, na quarta-feira passada, da reunião, em Vila Velha (ES), que definiu a estratégia da missão especial.
A Polícia Rodoviária Federal será uma das primeiras a receber reforço do efetivo e investimentos. O próprio Scalfoni anunciou reforço de 50 homens para as fronteiras. "Nosso objetivo é impedir a entrada e saída de mercadorias ilegais", disse ele.
O procurador da República Ronaldo Albo, um dos integrantes da missão, não sabia da participação do superintendente da Polícia Rodoviária Federal no grupo. "Nem todas as pessoas filiadas à Scuderie têm ligação com o crime organizado. Eu, particularmente, não conheço nada que desabone a conduta dele (Scalfoni), afirmou.
Para Albo, o fato de Scalfoni ter sido membro da Scuderie só é um problema se os integrantes da missão especial não tiverem sido informados. "Se ele agiu corretamente, comunicou às pessoas que já pertenceu à organização. Do contrário, agiu de má-fé."
Scalfoni afirma que não informou aos integrantes da missão especial que já foi sócio da Scuderie "porque ninguém perguntou".
Arquivos
O nome de Scalfoni consta nos arquivos da Scuderie como o filiado número 263 na filial capixaba. Ele pertenceu à organização de 88 até o final de 89.
As fichas cadastrais da organização foram obtidas pelo investigador da Polícia Civil Francisco Badenes Júnior, em 1993. Por meio de mandado judicial, o detetive teve acesso aos arquivos na sede da entidade. Hoje Badenes faz parte do Programa Nacional de Proteção à Testemunha.
Fundada como entidade filantrópica em 1984, a Scuderie é apontada pelo Ministério Público como o braço armado do crime organizado capixaba.
A missão especial foi constituída pelo novo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro. A reunião da última quarta-feira, na sede da Polícia Federal, em Vila Velha, foi a primeira do grupo. Dela participaram representantes da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Procuradoria da República e Receita Federal, somando nove pessoas.
O objetivo foi organizar a forma de atuação das diversas instituições que fazem parte da operação, além de definir metas. "Nosso trabalho será basicamente de inteligência", disse o superintendente da PF capixaba, Tito Corrêa.
Foram deslocados para o Espírito Santo 50 policiais federais, cinco delegados e dois peritos. Cinco procuradores da República também integram o grupo, mas ainda não estão no Estado, com exceção de Henrique Herkenhoff, procurador-chefe no Estado.
Para o coordenador do Laboratório de Estudos Políticos da Universidade Federal do Espírito Santo, o doutor em sociologia Alberto Tosi, a missão especial terá resultados nulos.
"Ela ainda vai atrapalhar porque confunde o problema capixaba com o carioca. O problema aqui é a infiltração do crime organizado nas instâncias administrativas estaduais", disse".
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