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23/07/2002
-
08h38
FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo
O PT participou ativamente da divulgação do plebiscito da dívida externa, há menos de dois anos, fez campanha pela suspensão do pagamento e comemorou o resultado da consulta, em que votaram mais de 5 milhões de pessoas. Destas, 90% manifestaram-se favoráveis à paralisação do pagamento da dívida até que uma auditoria fosse realizada.
Nos últimos dias, lideranças petistas têm procurado distanciar-se politicamente do plebiscito.
Em reunião com representantes do mercado financeiro em Nova York, o presidente nacional do PT, José Dirceu, afirmou que o plebiscito foi na verdade iniciativa da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
No último dia 11, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ao responder a uma pergunta sobre o plebiscito, que "já em 1998 a gente não fazia mais isso [pedir a suspensão do pagamento]".
"Não"
Durante a organização do plebiscito de 2000, no entanto, petistas defenderam abertamente a opção "não" no item que perguntava se o Brasil devia "continuar pagando a dívida externa sem realizar uma auditoria pública".
O governo petista do Rio Grande do Sul chegou a distribuir cartilhas aos estudantes da rede pública a respeito do plebiscito. Quando o resultado foi anunciado, o próprio Dirceu mostrou-se entusiasmado: "Não é todo dia que se tem uma vitória. Foi um dos momentos mais importantes da nossa história", declarou, em 13 de setembro de 2000.
Hoje, no momento em que o partido se esforça para parecer confiável ao mercado financeiro, petistas reservadamente admitem que cometeram um erro.
"Incoerência"
Um dos que não se cansam de criticar a "incoerência" do partido neste episódio é o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Os líderes petistas argumentam hoje que o partido não estava na coordenação da consulta. Dizem ainda que o PT apoiou o plebiscito por querer incentivar a discussão sobre o tema.
"Realmente, decidiu-se formalmente deixar os partidos de fora da coordenação, por uma questão estratégica. Mas o PT desde o início deu apoio ao plebiscito e foi um dos que mais o divulgaram", diz o padre Alfredo José Gonçalves, que organizou a consulta em nome da CNBB.
Veja também o especial Eleições 2002
PT tenta apagar "sim" à suspensão da dívida
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da Folha de S.Paulo
O PT participou ativamente da divulgação do plebiscito da dívida externa, há menos de dois anos, fez campanha pela suspensão do pagamento e comemorou o resultado da consulta, em que votaram mais de 5 milhões de pessoas. Destas, 90% manifestaram-se favoráveis à paralisação do pagamento da dívida até que uma auditoria fosse realizada.
Nos últimos dias, lideranças petistas têm procurado distanciar-se politicamente do plebiscito.
Em reunião com representantes do mercado financeiro em Nova York, o presidente nacional do PT, José Dirceu, afirmou que o plebiscito foi na verdade iniciativa da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
No último dia 11, em entrevista ao "Jornal Nacional", da Rede Globo, o presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, ao responder a uma pergunta sobre o plebiscito, que "já em 1998 a gente não fazia mais isso [pedir a suspensão do pagamento]".
"Não"
Durante a organização do plebiscito de 2000, no entanto, petistas defenderam abertamente a opção "não" no item que perguntava se o Brasil devia "continuar pagando a dívida externa sem realizar uma auditoria pública".
O governo petista do Rio Grande do Sul chegou a distribuir cartilhas aos estudantes da rede pública a respeito do plebiscito. Quando o resultado foi anunciado, o próprio Dirceu mostrou-se entusiasmado: "Não é todo dia que se tem uma vitória. Foi um dos momentos mais importantes da nossa história", declarou, em 13 de setembro de 2000.
Hoje, no momento em que o partido se esforça para parecer confiável ao mercado financeiro, petistas reservadamente admitem que cometeram um erro.
"Incoerência"
Um dos que não se cansam de criticar a "incoerência" do partido neste episódio é o ministro da Fazenda, Pedro Malan.
Os líderes petistas argumentam hoje que o partido não estava na coordenação da consulta. Dizem ainda que o PT apoiou o plebiscito por querer incentivar a discussão sobre o tema.
"Realmente, decidiu-se formalmente deixar os partidos de fora da coordenação, por uma questão estratégica. Mas o PT desde o início deu apoio ao plebiscito e foi um dos que mais o divulgaram", diz o padre Alfredo José Gonçalves, que organizou a consulta em nome da CNBB.
Veja também o especial Eleições 2002
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