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23/07/2002 - 21h18

Ipea contesta números do relatório da ONU sobre o Brasil

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online

O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) contesta dados utilizados pelo Human Development Report Office, responsável pelos relatórios sobre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) divulgados hoje.

De acordo com o Instituto, o levantamento usou dados desatualizados com relação ao Brasil. Segundo o Ipea, no relatório de 2002 (sobre o ano 2000), estão totalmente incorretos os dados referentes à educação (taxa combinada de matrícula e taxa de alfabetização) e o dado referente à longevidade (esperança de vida ao nascer).

O erro mais grave, segundo o instituto, estaria relacionado à taxa combinada de matrícula, em que o número utilizado mantém-se inalterado desde 1997. "Essa incorreção não só deixa de refletir os avanços educacionais do Brasil nos anos recentes como também, obviamente, deprime o valor do IDH brasileiro", informa o Ipea em documento distribuído junto com os dados do IDH.

Para o Ipea, com as devidas correções, o IDH brasileiro para o ano 2000 seria de 0,769 e não de 0,757 como divulgou o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A correção também colocaria o país em 70ª lugar no ranking de 173 países, representando um avanço de cinco posições entre 1999 e 2000.

Avanço
O secretário de Estado de Direitos Humanos, Paulo Sérgio Pinheiro, disse que a melhora de posição do Brasil no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano mostra que as políticas sociais no país tiveram êxito e que o avanço só não foi maior por conta do nosso "legado de desigualdade social e racial".

Segundo Pinheiro, enquanto o Brasil não avançar na luta contra a desigualdade social e racial haverá problemas no IDH. O secretário criticou a inclusão de índices subjetivos de governabilidade no cálculo, que, segundo ele, são uma "salada de índices que não falam uns com os outros".

Para Pinheiro, os índices subjetivos não conseguiram captar o progresso que o país fez na área dos direitos humanos e na área dos direitos civis e políticos. "Até que a gente [Brasil] não se sai mal, mas não acho que essa 'salada' de indicadores tenha o mesmo rigor que os índices objetivos do IDH", disse o secretário.

  • Colaborou a Folha de S.Paulo

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