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24/07/2002 - 04h51

Acusado orienta CPI da máfia da propina em Santo André

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EDUARDO SCOLESE
da Agência Folha
LIEGE ALBUQUERQUE
da Folha de S.Paulo

Um dos seis acusados pelo Ministério Público de integrar uma suposta máfia da propina em Santo André para financiar campanhas do PT comandou ontem uma série de demonstrações aos vereadores que integram a CPI criada para apurar o caso.

Os parlamentares ficaram satisfeitos com o que lhes foi informado pelo acusado. "São informações que são bem confiáveis", afirmou o presidente da CPI, o vereador Antônio Leite (PT).

Luiz Marcondes de Freitas Júnior, gerente da Aesa (Associação das Empresas do Sistema de Transporte Coletivo de Santo André), fez demonstrações aos integrantes da CPI, todos da base de sustentação da administração petista da cidade, sobre a segurança do sistema eletrônico utilizado em todas as empresas de transporte coletivo municipal.

Sem nenhum respaldo técnico e baseados apenas em versões apresentadas por pessoas ou empresas ligadas à prefeitura da cidade, inclusive as de Freitas Júnior, os vereadores da CPI insinuaram ontem que a empresária Rosangela Gabrilli deu falso testemunho em depoimento à comissão, ocorrido em 26 de junho passado, e poderá ser enquadrada no artigo 342 do Código Penal.

A empresária Rosangela Gabrilli, que integra o rol de testemunhas de acusação no procedimento aberto pela Promotoria para apurar a existência de um suposto esquema de extorsão de empresários, disse aos promotores públicos que sua empresa, a Expresso Guarará, pagava mensalmente uma caixinha de R$ 40 mil _R$ 550 por ônibus.

Os beneficiários, segundo ela, seriam os empresários Ronan Maria Pinto e Sérgio Gomes da Silva. Os dois negaram as acusações em depoimento à CPI.
Segundo os vereadores, Rosangela disse à CPI que falsificava a numeração das catracas de seus ônibus para pagar R$ 40 mil de propina por mês. A empresária contesta a informação (leia texto abaixo). Já Freitas Júnior, afirmou ser "impossível adulterar esse sistema eletrônico". Essa contradição nos depoimentos motivou a visita de ontem dos vereadores.

A Aesa é presidida há dois anos por Teresinha Fernandes Soares Pinto, mulher de Ronan Maria Pinto, um dos supostos mentores do esquema. "Quando nós viemos, não tínhamos a noção do que era isso. Pensei [que o sistema eletrônico da Aesa] que fosse mais simples", disse o presidente da CPI, após ter sido questionado sobre o porquê de não ter convidado um perito independente em informática para acompanhar a diligência da comissão.

Além de Leite, Tio Donizete (PDT) e Osvaldo Moura (PMDB) estiveram ontem à tarde na Aesa. Pela manhã, os três estiveram na sede da EPT (Empresa Pública de Transporte e Trânsito), que também monitora o sistema eletrônico. Os vereadores Donizeti Pereira (PV), relator da comissão, e Carlos Ferreira (PSB), não compareceram.

Na EPT, ouviram tanto de dirigentes da empresa como da Cartão Prata, responsável pelo software que monitora o sistema eletrônico, que não existe vulnerabilidade no sistema que controla o número de passageiros nos ônibus de Santo André. A imprensa foi proibida de acompanhar parte das diligências de ontem.
 

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