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26/07/2002
-
03h41
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Manaus
Em seu discurso de inauguração do Centro Operacional do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), ontem em Manaus, o presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a defender o projeto de indícios de irregularidades no processo de compra dos equipamentos e homenageou a Aeronáutica, porque disse saber que ser alvo de críticas é doloroso.
"Com o tempo, a pele vira couro", disse FHC, atribuindo a frase ao governador Amazonino Mendes (PFL). "Sei que dói. Mesmo sendo couro, dói. Mas depois a história reconhece, e tudo que é pequeno desaparece."
Os ministros Pedro Parente (Casa Civil) e Geraldo Quintão (Defesa) também aproveitaram seus discursos para tentar colocar no passado as suspeitas e críticas que marcaram a implantação do Sivam. "Obstáculos e mesquinharias das mais diversas origens foram vencidos. O progresso é feito pelos homens que agem, não por aqueles que discutem como as coisas não devem ser feitas", disse Pedro Parente.
Para Quintão, "as calunias, falsas acusações e injustas, inverídicas e infundadas afirmações" não terão valor a partir de agora.
O tenente-brigadeiro Marcos Antônio Oliveira, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica e responsável pela seleção de empresas do projeto, assistiu à cerimônia e foi convidado a entregar um presente a FHC: fotos de radar do local da cerimônia tiradas por um avião do Sivam a 10 mil metros de altura. Além da lembrança, o presidente também fez a primeira comunicação oficial com uma aeronave civil, da Varig, pelo novo Centro de Controle de Aviação _que será o Sindacta 4.
Fronteiras
Apesar de contrariar a expectativa de alguns sobre o anúncio da regulamentação da Lei do Abate -que permitiria a derrubada de aviões suspeitos-, FHC indicou que o Estado atuará com mais força no combate ao narcotráfico na região de fronteira.
"As atividades ilícitas na fronteira encontrarão, de nossa parte, um contra-ataque mais eficaz", disse. Segundo ele, o Brasil está interessado em compartilhar informações dessa natureza com a Colômbia, conforme conversado com o presidente eleito daquele país, Álvaro Uribe, no último domingo.
Sem fazer menção à alta do dólar de ontem, o presidente lembrou que o mundo passa por um "momento de turbulência", mas que projetos como o Sivam propiciam novas formas de colaboração internacional.
"As dificuldades são o cotidiano de vida dos povos", disse FHC, lembrando que os líderes estão acostumados a obstáculos e vêem neles motivação, não desânimo.
Estavam presentes à cerimônia sete ministros, três comandantes da Aeronáutica e o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB).
Ausentes, o senador Bernardo Cabral e o deputado Arthur Virgílio, líder do governo na Câmara, foram nominalmente homenageados pelo presidente como amazonenses que muito contribuíram para o Sivam. Ambos são candidatos à reeleição e não podem, pela legislação eleitoral, participar de inaugurações.
"Com o tempo, a pele vira couro", diz presidente ao defender o Sivam
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da Folha de S.Paulo, em Manaus
Em seu discurso de inauguração do Centro Operacional do Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia), ontem em Manaus, o presidente Fernando Henrique Cardoso voltou a defender o projeto de indícios de irregularidades no processo de compra dos equipamentos e homenageou a Aeronáutica, porque disse saber que ser alvo de críticas é doloroso.
"Com o tempo, a pele vira couro", disse FHC, atribuindo a frase ao governador Amazonino Mendes (PFL). "Sei que dói. Mesmo sendo couro, dói. Mas depois a história reconhece, e tudo que é pequeno desaparece."
Os ministros Pedro Parente (Casa Civil) e Geraldo Quintão (Defesa) também aproveitaram seus discursos para tentar colocar no passado as suspeitas e críticas que marcaram a implantação do Sivam. "Obstáculos e mesquinharias das mais diversas origens foram vencidos. O progresso é feito pelos homens que agem, não por aqueles que discutem como as coisas não devem ser feitas", disse Pedro Parente.
Para Quintão, "as calunias, falsas acusações e injustas, inverídicas e infundadas afirmações" não terão valor a partir de agora.
O tenente-brigadeiro Marcos Antônio Oliveira, chefe do Estado-Maior da Aeronáutica e responsável pela seleção de empresas do projeto, assistiu à cerimônia e foi convidado a entregar um presente a FHC: fotos de radar do local da cerimônia tiradas por um avião do Sivam a 10 mil metros de altura. Além da lembrança, o presidente também fez a primeira comunicação oficial com uma aeronave civil, da Varig, pelo novo Centro de Controle de Aviação _que será o Sindacta 4.
Fronteiras
Apesar de contrariar a expectativa de alguns sobre o anúncio da regulamentação da Lei do Abate -que permitiria a derrubada de aviões suspeitos-, FHC indicou que o Estado atuará com mais força no combate ao narcotráfico na região de fronteira.
"As atividades ilícitas na fronteira encontrarão, de nossa parte, um contra-ataque mais eficaz", disse. Segundo ele, o Brasil está interessado em compartilhar informações dessa natureza com a Colômbia, conforme conversado com o presidente eleito daquele país, Álvaro Uribe, no último domingo.
Sem fazer menção à alta do dólar de ontem, o presidente lembrou que o mundo passa por um "momento de turbulência", mas que projetos como o Sivam propiciam novas formas de colaboração internacional.
"As dificuldades são o cotidiano de vida dos povos", disse FHC, lembrando que os líderes estão acostumados a obstáculos e vêem neles motivação, não desânimo.
Estavam presentes à cerimônia sete ministros, três comandantes da Aeronáutica e o presidente do Senado, Ramez Tebet (PMDB).
Ausentes, o senador Bernardo Cabral e o deputado Arthur Virgílio, líder do governo na Câmara, foram nominalmente homenageados pelo presidente como amazonenses que muito contribuíram para o Sivam. Ambos são candidatos à reeleição e não podem, pela legislação eleitoral, participar de inaugurações.
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