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27/07/2002 - 08h50

Delfim Netto vê "otimismo demais" no PT

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da Folha de S.Paulo

Em debate realizado ontem na Universidade de São Paulo, os deputados federais paulistas Aloizio Mercadante (PT) e Delfim Netto (PPB) defenderam a adoção, pelo próximo governo, de medidas destinadas a reduzir a vulnerabilidade externa como primeiro passo para o Brasil voltar a crescer -principalmente o aumento expressivo nas exportações do país.

Afinados no discurso, os dois políticos condenaram, no evento promovido por estudantes de economia, a decisão do governo Fernando Henrique Cardoso de ter mantido o câmbio sobrevalorizado até janeiro de 1999, medida responsável, segundo eles, pelo crescimento "medíocre" na economia brasileira.

Para Mercadante, houve "populismo cambial". Delfim disse que "houve contrabando ideológico por parte do governo em toda essa discussão".

Ao comentar a intervenção do petista, Delfim achou-a "muito otimista". "Não acredito que o Brasil vá crescer mais de 1,5% este ano", declarou. O ex-ministro da Fazenda durante o regime militar surpreendeu a platéia ao fazer uma crítica veemente da liberdade total de capitais especulativos, ecoando discurso tradicional do PT.

"Quando você imagina que a liberdade de capitais é equivalente à de bens e serviços, você está produzindo um problema. O papel regulador do governo é absolutamente fundamental", afirmou. Para reforçar sua defesa de um papel ativo dos governos eleitos, Delfim disse que "o mercado deve ser sempre dominado pela urna".

Declaração de voto
O clima era tão amistoso que, diante da platéia de cerca de 500 estudantes, Delfim chegou a declarar voto em Mercadante para senador, por seu "espírito público". "Recomendo a vocês que façam o mesmo."

A única diferença perceptível entre os dois veio na hora de comentarem a possibilidade de o Brasil recorrer ao Fundo Monetário Internacional.

Delfim adotou discurso eximindo o Fundo de culpa no naufrágio de economias emergentes. "O Fundo não é causa dos problemas. Seria o mesmo que culpar o bombeiro pelo fogo."

Mercadante disse que o Fundo foi "precário" no auxílio a economias combalidas e que recorrer à instituição não é garantia de "salvação" para país nenhum, dando como exemplo a Argentina. Mas previu que o Brasil fará "sem problema" a renovação do acordo com o órgão, que expira no fim do ano. "Mas quem responde sobre isso até 31 de dezembro é o senhor Fernando Henrique Cardoso, não o PT."

Veja também o especial Eleições 2002
 

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