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Grupos religiosos fazem jejum em solidariedade a bispo em greve de fome
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FÁBIO GUIBU
da Agência Folha, em Sobradinho
A nota da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) convocando os cristãos a se "unirem em jejum e oração" ao bispo de Barra (BA), d. Luiz Flávio Cappio, 61, reanimou os grupos que apóiam a greve de fome do religioso, há 18 dias sem se alimentar. Protestos, jejuns temporários e invasões de prédios públicos foram anunciados ontem em vários locais, como atos de solidariedade ao bispo.
O recrudescimento das ações foi comemorado pelas entidades que acompanham Cappio na igreja de Sobradinho (a 540 km de Salvador). Todos temiam o isolamento do religioso, após a reunião de quarta-feira, em Brasília, entre a cúpula da CNBB e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No encontro, Lula disse que não paralisaria a obra de transposição das águas do rio São Francisco, como reivindica o bispo, e declarou que caberia à igreja buscar uma solução para acabar com a greve de fome.
D. Luiz, que tinha esperança em um acordo, se surpreendeu com a declaração. No mesmo dia, conversou por telefone com seu amigo, o presidente da CNBB, d. Geraldo Lyrio Rocha, ex-arcebispo de Vitória da Conquista (BA) e ex-presidente da regional Nordeste 3 da CNBB (BA e SE).
Os dois voltaram a conversar no dia seguinte. D. Geraldo quis saber como estava a situação dele na cidade e colheu subsídios para a carta que divulgaria depois. Foi informado, por exemplo, que a obra não havia sido paralisada dois dias após a Justiça determinar sua suspensão, por meio de liminar. O assunto foi citado na nota.
Para d. Luiz, o documento teve o poder de orientar os fiéis, num momento em que a igreja tinha dificuldades em se posicionar sobre o jejum. "A gente percebia que a igreja do Brasil estava um tanto perplexa, sem saber como agir", disse à Folha. "Essa nota deu segurança aos fiéis, pois é um posicionamento claro frente ao caso."
O bispo acredita que as novas mobilizações populares pressionarão ainda mais o governo. Ele prevê um novo período de embates, para o qual diz estar pronto. "Quem parte para a guerra está preparado para lutar. Eu estou preparado para tudo", declarou.
Seus aliados já definiram as formas de luta. Desde anteontem, o anúncio dos chamados "jejuns solidários", realizados por períodos determinados, se intensificaram. Em Brasília, 15 pessoas ligadas ao MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) iriam ficar sem comer na paróquia Santa Maria.
Em Salvador, manifestantes anunciam uma vigília a partir de hoje na praça da Sé. Em Guanambi (BA) e Irecê (BA), escritórios da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco) foram invadidos por pessoas solidárias ao bispo de Barra.
A Via Campesina e pastorais sociais promoverão um ato público em Brasília na segunda-feira. Os organizadores anunciam a presença dos atores Osmar Prado e Letícia Sabatella.
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Agora isso não vai acontecer, quem não abre mão de ter as relatorias e de controlar a "prisidença" do Senado? Outro caminho seria o TCU ou a polícia federal. Qualquer um chega as mesmas conclusões:
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"- O seu dinheiro é a nossa energia!!"
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