Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
12/08/2002 - 08h22

No Rio, Serra culpa autoridades por impunidade

Publicidade

ALEXANDRE PECONICK
da Folha de S.Paulo

Em encontro com entidades representantes de vítimas da violência, no Rio de Janeiro, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, culpou o poder público pela impunidade de crimes no país.

Ele disse que os familiares de desaparecidos são vítimas do descaso, boa parte das vezes, do poder público. "São vitimas da impunidade e do fato de que a Justiça no Brasil, com muita frequencia, não é para todos", afirmou, sem especificar que órgãos públicos criticava.

Participavam do grupo representantes de seis ONGs (Organizações Não-Governamentais) e a novelista da Globo Glória Perez, cuja filha, Daniela, morreu assassinada em dezembro de 1992 e completaria 32 anos ontem.

Durante o encontro, Serra, que estava acompanhado da vice, Rita Camata, prometeu o fim da impunidade aos criminosos e tratamento rigoroso aos crimes hediondos. Prometeu também construir presídios de segurança máxima fora das áreas urbanas e que ''ninguém vai comandar o crime de dentro dos presídios'.

O encontro durou três horas e foi realizado no Hotel Guanabara, no centro do Rio. No final, Serra disse que o contato com as famílias de desaparecidos o fez concluir que são fundamentais a investigação e o exame de DNA em todos os restos de corpos encontrados e que considera inadmissível que criminosos tenham regalias. ''Temos que colocá-los [os criminosos' para trabalhar em prisões fora das cidades', disse.

Voto

Estiveram presentes ao encontro as entidades Mães de Acari, Associação dos Desaparecidos da Cinelândia, Associação das Vítimas de Vigário Geral, Irmãs do Vágner da Candelária, Associação da Vítimas do Palace II e o Centro Brasileiro de Defesa da Criança e do Adolescente.

Glória Perez fez uma declaração indireta de voto em Serra. ''Se votar na mudança do Código Penal for votar em José Serra, então em voto nele', afirmou, depois de ouvi-lo condenar o abrandamento de penas do qual se beneficiou o assassino confesso de Daniela Perez, Guilherme de Pádua .

O candidato tucano criticou o fato de Pádua ''estar solto e com ficha limpa' decorridos menos de dez do crime e lembrou que Elias Maluco, suspeito do assassinato do jornalista Tim Lopes, já havia sido preso e solto por 'bom comportamento'.

O presidenciável apresentou seu programa para combate ao crime organizado, que, entre outros pontos, prevê a criação de um Ministério da Segurança Pública e a atuação conjunta dos governos estaduais e federal.

Também esteve presente ao encontro a atriz Paula Lavigne, mulher do cantor e compositor Caetano Veloso, que sempre acompanha a novelista Glória Perez nas manifestações.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página