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19/08/2002
-
15h18
RICARDO MIGNONE
da Folha Online, em Brasília
O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou várias sugestões de medidas de governo para serem implementadas ainda na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso em carta que lhe entregou durante a reunião que mantiveram hoje.
Lula pediu a reabertura das linhas de financiamento para as empresas endividadas em dólar e para o comércio exterior do país. "Nas últimas semanas assistimos ao rebaixamento do país nas agências de risco e, apesar do anunciado acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), não se viu mudança significativa na disposição do sistema financeiro internacional quanto ao crédito para o Brasil", disse Lula, após o encontro, ao ler a carta que entregou a FHC.
O petista sugeriu também que o governo desencadeie uma ampla articulação internacional para restabelecer as linhas de financiamento ao país com uma ofensiva dirigida ao Banco Central dos EUA e ao Banco Central europeu, bem como aos grandes bancos privados internacionais: "Nem mesmo na grave crise cambial dos anos 80 as nossa linhas de crédito foram atingidas como ocorre neste momento", afirmou.
Em segundo lugar, Lula sugeriu a geração de um elevado superávit comercial para diminuir a vulnerabilidade do país à volátil liquidez internacional. Para isso, Lula pediu ampla ofensiva diplomática, com a mobilização de todas as embaixadas e consulados brasileiros para apoiar as exportações do país.
Lula também pediu a FHC uma ação "decidida" nas frentes de negociação internacionais, como a OMC, contra o "protecionismo injustificado" e os "subsídios indevidos" dos países ricos que prejudicam as vendas dos produtos brasileiros.
O petista também defendeu a reforma tributária e pediu a ação do governo no sentido de agir junto ao Congresso Nacional "o mais rápido possível" para aprovar o projeto de lei que elimina parcialmente a cumulatividade das contribuições sociais.
O mesmo projeto prevê garantias para a desoneração do Pis e do Cofins em relação aos produtos de exportação. "Se o fim da cumulatividade não trouxer dificuldades para a receita pública, estará aberto o caminho para realizarmos, no ano que vem, uma reforma tributária ampla", disse Lula no documento.
O candidato também pediu a atenção do presidente para garantir que a construção das três novas plataformas para a Petrobras seja feita no Brasil argumentando que tal medida ajudará a gerar empregos e reativar a economia. Em relação à indústria, Lula lembriu a FHC que segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), o setor tem uma capacidade ociosa, hoje, em média de 20,4%.
Lula sugeriu, para incentivar a indústria, a redução progressiva e sustentada da taxa de juros e a realização de acordos setoriais emergenciais, principalmente nos segmentos que têm grande impacto na cadeia produtiva e que são intensivos no uso de mão-de-obra.
De forma velada, Lula sugeriu que a compra dos caças pela FAB (Força Aérea Brasileira) para substituir os atuais Mirage leve em consideração os "interesses nacionais de consolidação de um indústrias aeronáutica mundialmente competitiva e de transferência de tecnologia".
Por fim, Lula quer que o governo assegure que não haja abusos nos produtos de consumo de massa como o gás de cozinha, pão e os alimentos essenciais. "Como já afirmamos em outras oportunidades, estamos dispostos a fazer o que for necessário para ajudar o Brasil a sair da crise. Sem abrirmos mão dos nossos princípios, saberemos sempre colocar os interesses maiores do país acima de quaisquer outros. Esperamos, por isso, que as propostas que ora lhe encaminhamos sejam acolhidas com o mesmo espírito aberto e franco com o qual nos apresentamos hoje perante Vossa Excelência", disse Lula a FHC na carta entregue a ele.
O candidato não deu entrevista e não fez qualquer outra declaração que não fosse a leitura do conteúdo da carta encaminhada ao presidente.
Neste momento FHC está conversando com o candidato da Frente Brasil Esperança (PSB, PTC e PGT), Anthony Garotinho.
Lula pede a FHC medidas imediatas para conter crise econômica
Veja também o especial Eleições 2002
Em carta, Lula apresenta sugestões de mudanças a FHC
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da Folha Online, em Brasília
O candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou várias sugestões de medidas de governo para serem implementadas ainda na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso em carta que lhe entregou durante a reunião que mantiveram hoje.
Lula pediu a reabertura das linhas de financiamento para as empresas endividadas em dólar e para o comércio exterior do país. "Nas últimas semanas assistimos ao rebaixamento do país nas agências de risco e, apesar do anunciado acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional), não se viu mudança significativa na disposição do sistema financeiro internacional quanto ao crédito para o Brasil", disse Lula, após o encontro, ao ler a carta que entregou a FHC.
O petista sugeriu também que o governo desencadeie uma ampla articulação internacional para restabelecer as linhas de financiamento ao país com uma ofensiva dirigida ao Banco Central dos EUA e ao Banco Central europeu, bem como aos grandes bancos privados internacionais: "Nem mesmo na grave crise cambial dos anos 80 as nossa linhas de crédito foram atingidas como ocorre neste momento", afirmou.
Em segundo lugar, Lula sugeriu a geração de um elevado superávit comercial para diminuir a vulnerabilidade do país à volátil liquidez internacional. Para isso, Lula pediu ampla ofensiva diplomática, com a mobilização de todas as embaixadas e consulados brasileiros para apoiar as exportações do país.
Lula também pediu a FHC uma ação "decidida" nas frentes de negociação internacionais, como a OMC, contra o "protecionismo injustificado" e os "subsídios indevidos" dos países ricos que prejudicam as vendas dos produtos brasileiros.
O petista também defendeu a reforma tributária e pediu a ação do governo no sentido de agir junto ao Congresso Nacional "o mais rápido possível" para aprovar o projeto de lei que elimina parcialmente a cumulatividade das contribuições sociais.
O mesmo projeto prevê garantias para a desoneração do Pis e do Cofins em relação aos produtos de exportação. "Se o fim da cumulatividade não trouxer dificuldades para a receita pública, estará aberto o caminho para realizarmos, no ano que vem, uma reforma tributária ampla", disse Lula no documento.
O candidato também pediu a atenção do presidente para garantir que a construção das três novas plataformas para a Petrobras seja feita no Brasil argumentando que tal medida ajudará a gerar empregos e reativar a economia. Em relação à indústria, Lula lembriu a FHC que segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas), o setor tem uma capacidade ociosa, hoje, em média de 20,4%.
Lula sugeriu, para incentivar a indústria, a redução progressiva e sustentada da taxa de juros e a realização de acordos setoriais emergenciais, principalmente nos segmentos que têm grande impacto na cadeia produtiva e que são intensivos no uso de mão-de-obra.
De forma velada, Lula sugeriu que a compra dos caças pela FAB (Força Aérea Brasileira) para substituir os atuais Mirage leve em consideração os "interesses nacionais de consolidação de um indústrias aeronáutica mundialmente competitiva e de transferência de tecnologia".
Por fim, Lula quer que o governo assegure que não haja abusos nos produtos de consumo de massa como o gás de cozinha, pão e os alimentos essenciais. "Como já afirmamos em outras oportunidades, estamos dispostos a fazer o que for necessário para ajudar o Brasil a sair da crise. Sem abrirmos mão dos nossos princípios, saberemos sempre colocar os interesses maiores do país acima de quaisquer outros. Esperamos, por isso, que as propostas que ora lhe encaminhamos sejam acolhidas com o mesmo espírito aberto e franco com o qual nos apresentamos hoje perante Vossa Excelência", disse Lula a FHC na carta entregue a ele.
O candidato não deu entrevista e não fez qualquer outra declaração que não fosse a leitura do conteúdo da carta encaminhada ao presidente.
Neste momento FHC está conversando com o candidato da Frente Brasil Esperança (PSB, PTC e PGT), Anthony Garotinho.
Veja também o especial Eleições 2002
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