Publicidade
Publicidade
20/08/2002
-
08h04
RAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Candidato oficial, o tucano José Serra aproveitou para faturar eleitoralmente o encontro que o presidente Fernando Henrique Cardoso teve ontem com os quatro principais presidenciáveis. Na conversa, Serra pediu providências ao governo em relação a assuntos populares, como o preço do pão francês.
De acordo com Serra, o preço do trigo -matéria-prima básica do pãozinho- está subindo devido à alta do dólar. Como ele acredita que a cotação da moeda norte-americana cairá depois da eleição, o governo pode adotar medidas para impedir um grande aumento do preço do pão.
"Pedi [a FHC e à equipe econômica] que estudassem uma forma de contrabalançar o aumento do preço do trigo, para que ele não se reflita no preço do pão", disse Serra, após audiência de uma hora e cinco minutos com FHC.
Dos quatro candidatos, Serra foi o único a falar explicitamente em "meu governo", ao considerar "positivo" o acordo que o país fez com o FMI e o empréstimo obtido com os bancos Mundial e Interamericano de Desenvolvimento.
Serra enfatizou que a maior parte dos US$ 37 bilhões, sendo US$ 30 bilhões do FMI, vai ser usado pelo próximo governo, pois só US$ 8 bilhões podem ser utilizados neste ano. "Portanto o meu governo vai dispor de um financiamento a taxa de juros muito baixa, bastante conveniente para o Brasil, para que a gente possa executar a nossa estratégia de crescimento da produção e do emprego."
A audiência de Serra com FHC começou com 35 minutos de atraso -a conversa de Lula com o presidente se estendeu além da hora prevista. O tucano foi acompanhado dos presidentes do PSDB, José Aníbal (SP), e do PMDB, Michel Temer (SP).
Eram 15h35. FHC, os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Euclides Scalco (Secretaria Geral) e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, pareciam cansados. Ainda não haviam almoçado e pediram sanduíches. Aníbal perguntou para Armínio: "Como foi?". Referia-se às reuniões anteriores com Ciro Gomes, Luiz Inácio Lula da Silva e Anthony Garotinho. Armínio foi monossilábico: "Foi bom!".
Serra começou a conversa perguntando sobre a taxa de juros do empréstimo do FMI. É, na média, de 5,27% ao ano, bastante inferior à taxa cobrada internacionalmente, segundo Serra. Além disso, dois terços do empréstimo têm prazo de cinco anos para começar a ser pagos. Terminada a conversa sobre o FMI, Serra fez quatro propostas ao governo. A primeira delas é encontrar uma maneira de contrabalançar o efeito da alta do dólar sobre o preço do pão.
A segunda é a ampliação do prazo para que cerca de 80 mil empresas possam refinanciar suas dívidas por meio do Refis. Parte da terceira já foi anunciada pelo BC: a utilização de parte das reservas internacionais para financiar os exportadores. Serra acha que o dinheiro obtido do Banco Mundial e do BID também pode ser utilizado para esse fim.
Serra apoiou também a mudança no PIS (Programa de Integração Social) em tramitação no Congresso. Após 16 minutos de conversa, voltou mencionar seu governo, desta vez tomando o cuidado de condicioná-lo à sua eleição. Do Planalto, Serra foi à embaixada da Alemanha. Depois, voltou para o gabinete de FHC.
Veja também o especial Eleições 2002
Serra sugere 4 medidas e mudança no preço do pão
RAYMUNDO COSTARAQUEL ULHÔA
da Folha de S.Paulo, em Brasília
Candidato oficial, o tucano José Serra aproveitou para faturar eleitoralmente o encontro que o presidente Fernando Henrique Cardoso teve ontem com os quatro principais presidenciáveis. Na conversa, Serra pediu providências ao governo em relação a assuntos populares, como o preço do pão francês.
De acordo com Serra, o preço do trigo -matéria-prima básica do pãozinho- está subindo devido à alta do dólar. Como ele acredita que a cotação da moeda norte-americana cairá depois da eleição, o governo pode adotar medidas para impedir um grande aumento do preço do pão.
"Pedi [a FHC e à equipe econômica] que estudassem uma forma de contrabalançar o aumento do preço do trigo, para que ele não se reflita no preço do pão", disse Serra, após audiência de uma hora e cinco minutos com FHC.
Dos quatro candidatos, Serra foi o único a falar explicitamente em "meu governo", ao considerar "positivo" o acordo que o país fez com o FMI e o empréstimo obtido com os bancos Mundial e Interamericano de Desenvolvimento.
Serra enfatizou que a maior parte dos US$ 37 bilhões, sendo US$ 30 bilhões do FMI, vai ser usado pelo próximo governo, pois só US$ 8 bilhões podem ser utilizados neste ano. "Portanto o meu governo vai dispor de um financiamento a taxa de juros muito baixa, bastante conveniente para o Brasil, para que a gente possa executar a nossa estratégia de crescimento da produção e do emprego."
A audiência de Serra com FHC começou com 35 minutos de atraso -a conversa de Lula com o presidente se estendeu além da hora prevista. O tucano foi acompanhado dos presidentes do PSDB, José Aníbal (SP), e do PMDB, Michel Temer (SP).
Eram 15h35. FHC, os ministros Pedro Malan (Fazenda) e Euclides Scalco (Secretaria Geral) e o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, pareciam cansados. Ainda não haviam almoçado e pediram sanduíches. Aníbal perguntou para Armínio: "Como foi?". Referia-se às reuniões anteriores com Ciro Gomes, Luiz Inácio Lula da Silva e Anthony Garotinho. Armínio foi monossilábico: "Foi bom!".
Serra começou a conversa perguntando sobre a taxa de juros do empréstimo do FMI. É, na média, de 5,27% ao ano, bastante inferior à taxa cobrada internacionalmente, segundo Serra. Além disso, dois terços do empréstimo têm prazo de cinco anos para começar a ser pagos. Terminada a conversa sobre o FMI, Serra fez quatro propostas ao governo. A primeira delas é encontrar uma maneira de contrabalançar o efeito da alta do dólar sobre o preço do pão.
A segunda é a ampliação do prazo para que cerca de 80 mil empresas possam refinanciar suas dívidas por meio do Refis. Parte da terceira já foi anunciada pelo BC: a utilização de parte das reservas internacionais para financiar os exportadores. Serra acha que o dinheiro obtido do Banco Mundial e do BID também pode ser utilizado para esse fim.
Serra apoiou também a mudança no PIS (Programa de Integração Social) em tramitação no Congresso. Após 16 minutos de conversa, voltou mencionar seu governo, desta vez tomando o cuidado de condicioná-lo à sua eleição. Do Planalto, Serra foi à embaixada da Alemanha. Depois, voltou para o gabinete de FHC.
Veja também o especial Eleições 2002
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice