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23/08/2002 - 19h25

Em sabatina, Genoino defende Marta e alianças do PT

da Folha Online

O candidato do PT ao governo paulista, José Genoino, usou a sabatina promovida hoje pela Folha de S.Paulo para defender as administrações e as lideranças petistas e, principalmente, a prefeita paulistana, Marta Suplicy.

No evento, o último com os candidatos ao governo estadual, o petista considerou que o trabalho realizado por Marta à frente da prefeitura será a sua "referência de administração" caso vença as eleições.

Por diversas vezes, ele citou a prefeita e fez elogios. "O governo da Marta é o meu governo, não escondo isso de ninguém", afirmou.

Genoino disse, entre outros afagos, que a petista era a melhor prefeita que São Paulo já teve, mas evitou comentar pesquisa do Datafolha em nove capitais que revelou que Marta era a administradora mais mal avaliada.

O candidato seguiu dizendo que as realizações da prefeitura beneficiam a vida dos cidadãos, mesmo sem explicar o motivo pelo qual esta mesma população não tenha essa percepção.

Outro nome que mereceu atenção especial _e defesa veemente_ foi o prefeito de Santo André Celso Daniel, assassinado em janeiro passado.

O candidato petista disse que a morte de Celso Daniel foi utilizada por setores do governo do PSDB. "Estamos apurando tudo, mas a morte do Celso foi usada politicamente contra o PT", disse. "Não vou permitir que matem pela 2ª vez o Celso Daniel."

Genoino também apontou uma "armação política" para explicar o envolvimento de outros nomes do partido nas acusações de cobrança de propina a empresários. "O envolvimento [no caso de Santo André] do presidente José Dirceu foi sim uma manipulação política", disse.

Sobre o indiciamento de Klinger Luiz Oliveira, vereador do PT de Santo André acusado de envolvimento em denúncias de corrupção, Genoino limitou-se a dizer que as investigações estão ocorrendo normalmente e que o partido "aguarda a decisão da Justiça".

O candidato chegou a admitir haja irregularidade nos locais administrados pelo seu partido, mas ressaltou que "todas as denúncias são investigadas".

"Pode ter irregularidade onde o PT governa? Pode. Agora, qual é a diferença? É que o PT investiga, apura, e se tiver culpados, eles serão punidos."

Projeto Lula

Durante a sabatina, o candidato petista assumiu que sua candidatura em São Paulo faz parte de uma estratégia que tem como finalidade garantir a eleição à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva.

Genoino incorporou o "projeto Lula" e fez questão de defender a postura de conciliação que o seu partido adotou nesta disputa eleitoral, evitando ao máximo embates com os demais candidatos.

Segundo ele, isso faz parte de uma "estratégia" de Lula para vencer a eleição.

Para Genoino, apesar da postura moderada, o PT está travando "a maior das brigas" nesta eleição. Na visão dele, o partido está lutando para chegar ao poder e com o aval dos eleitores para "trazer mudanças" à vida nacional.

Genoino também defendeu as alianças feitas pelo PT tanto na disputa nacional como em São Paulo. Sobre o apoio de Orestes Quércia (PMDB), tradicional adversário do partido, a Lula, o petista tentou contemporizar e alegou que não há acordo formal, registrado no TRE.

"O candidato do PMDB é o Serra, mas se o Quércia declara voto no Lula, é claro que quem quer ser presidente tem que aceitar todos os apoios", disse.

Ele afirmou ainda que a nova política de alianças do PT, que está coligado com o PL, não pode ser comparada à do PSDB. Segundo ele, o erro do governo FHC foi se aliar ao PFL, um partido que "tem um núcleo muito forte de direita".

O candidato revelou que a estratégia de defender enfaticamente as administrações petistas e a campanha de Lula tem também como objetivo melhorar os seu desempenho nas pesquisas.

Segundo o Datafolha, Genoino está em terceiro lugar na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, bem atrás de seus concorrentes - Paulo Maluf (PPB) lidera com 40%, seguido pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 24%; Genoino aparece com 10%.

Genoino atribuiu a colocação que obtém nos principais levantamentos de opinião ao fato de muitas pessoas "não saberem" que ele é candidato. Também disse que, apesar de ter sido o deputado federal mais votado na última eleição, nunca disputou nenhum cargo do Poder Executivo.

A campanha no rádio e na TV, que começou nesta semana, foi apontada como uma saída para fazer com que os eleitores "conheçam" o candidato. Nos programas, Genoino tem se apresentado como "o candidato de Lula", ou "o candidato do PT".

Projetos de governo

Sobre suas propostas para governar São Paulo, Genoino citou algumas idéias, mas não se aprofundou em nenhuma delas. Ele disse que quer "reduzir o número de pedágio", "melhorar a segurança pública" e "valorizar os professores".

Nesta última questão, ele preferiu criticar os estilos de seus principais adversários, dizendo que São Paulo não quer "apenas um gerente", em referência a Geraldo Alckmin (PSDB), e nem um "gastador", falando sobre Paulo Maluf (PPB).

Na sabatina, Genoino respondeu a questões elaboradas pelo editor de Cotidiano, Nilson de Oliveira, pelo editor do Painel, Rogério Gentile, pelo secretário de Redação da Folha Online, Vaguinaldo Marinheiro, e pelo mediador, o secretário de Redação da Folha Fernando Canzian.

Leia mais:
  • Íntegra da sabatina com Genoino


  • Leia mais no especial Eleições 2002
     

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