Publicidade
Publicidade
Deputado pedirá depoimento de ex-agente sobre Goulart
Publicidade
SIMONE IGLESIAS
da Agência Folha, em Porto Alegre
O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) disse ontem que as declarações do ex-agente do serviço de inteligência do governo uruguaio Mario Neira Barreiro sobre a morte do presidente João Goulart (1918-1976) são "consistentes" e precisam ser investigadas.
Teixeira pedirá que a Procuradoria Geral da República determine ao Ministério Público Federal que tome depoimento de Barreiro, preso na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (RS).
A Folha publicou ontem entrevista com o uruguaio, na qual ele afirma que espionou Jango por quatro anos e que ele teria morrido envenenado por determinação do então presidente do Brasil, general Ernesto Geisel (1908-1996).
De acordo com o relato de Barreiro, o serviço de inteligência do Uruguai trocou remédios de Jango por uma substância envenenada, causando sua morte em 6 de dezembro de 1976, quando estava na fazenda La Villa, na Argentina.
"A primeira coisa necessária é tomar um depoimento oficial dele, porque fala coisas muito relevantes. Vou redigir na terça-feira, quando voltarei a Brasília, um procedimento administrativo à Procuradoria Geral da República, que, tenho certeza, irá deferir o pedido para que o ex-agente seja ouvido pelo Ministério Público Federal", afirmou Teixeira.
O deputado disse que é preciso cruzar informações oficiais da época com o depoimento de Barreiro e, então, fazer uma investigação profunda.
"Seu depoimento é imprescindível. Temos que analisar suas declarações e ver se o que disse de fato é verdade e, então, partirmos para uma linha de investigação que terá vários rumos. Chegar ao assassinato de Jango é um caminho a ser percorrido", disse.
Em 2000, a Câmara dos Deputados instalou uma comissão para investigar as circunstâncias da morte de Jango.
As investigações duraram um ano e quatro meses e sugeriram a possibilidade de que Jango tenha sido assassinado, apesar de não haver provas que confirmem essa tese.
O relatório, elaborado por Miro Teixeira, diz que o presidente era vigiado no exílio, quando viveu de 1964 a 1976 entre Uruguai e Argentina.
Leia mais
- Goulart foi morto a pedido do Brasil, diz ex-agente uruguaio
- Morre general que invadiu quartel em 64
- Plano dos EUA antecipou ação dos militares
- Livros abordam temas políticos, sociais e históricos e ajudam a entender o Brasil
- Obras da série "Folha Explica" discutem política e eleições
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice