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Matilde deixa governo sem confirmar se devolverá dinheiro gasto com cartão
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Sem confirmar se devolverá o dinheiro que supostamente foi utilizado de maneira irregular via cartão corporativo, a ex-ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial) se limitou a dizer que estará à disposição do governo para prestar esclarecimentos. Antes de conceder uma entrevista coletiva, a ex-ministra foi orientada por assessores da Presidência da República.
Pouco antes de anunciar sua demissão, Matilde se reuniu por cerca de uma hora com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro foi dividido em dois momentos: no primeiro, houve uma conversa dela com Lula e em seguida, participaram o ministro Franklin Martins (Comunicação Social) e o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho.
Na entrevista, Matilde repetiu a explicação de que usou o cartão em um free shop, em outubro de 2007, mas não informou o que foi comprado. Também não detalhou que atividades desempenhou, no interior de São Paulo, ao usar o cartão para alugar um Astra --cujo valor foi superior a R$ 2.000.
A continuidade de Matilde no governo passou a ser questionada após o desgaste provocado pela denúncia de irregularidades no uso do cartão de crédito corporativo. Em 2007, as despesas de Matilde com o cartão somaram R$ 171 mil. Desse total, ela gastou R$ 110 mil com o aluguel de carros e mais de R$ 5.000 em restaurantes.
Um dos gastos considerados suspeitos foi o pagamento de uma conta de R$ 461,16 em um free shop, em outubro de 2007. Na entrevista hoje, ela reiterou ter usado o cartão no free shop "por engano" e devolvido o dinheiro em janeiro de 2008.
Justificativas
Matilde justificou de forma geral os gastos feitos com o cartão corporativo. "Os fatos que me levaram a essa escolha partiram das dificuldades com deslocamentos e hospedagem fora de Brasília. Em julho de 2006, fui orientada pela minha assessoria a utilizar cartão de pagamento do governo federal concentrado em três modalidades: hospedagem, alimentação e locação de veículos", disse.
Em pelo menos três vezes durante a entrevista, a ex-ministra admitiu ter errado ao usar o cartão corporativo. "Quanto ao uso desse cartão, reitero que se trata de um erro administrativo que pode ser corrigido", afirmou Matilde.
A ex-ministra anunciou sua demissão, lendo a carta que disse ter encaminhado ao presidente da República. Visivelmente nervosa, a cada pergunta, ela repetia o que havia dito na carta.
Matilde evitou ser explícita sobre eventual suspeita de que havia sido alvo de algum tipo de preconceito ou discriminação racial em decorrência das denúncias. Porém, ressaltou a necessidade de manter a políticas de igualdade racial. Além dos negros e descendentes, ela incluiu indígenas, ciganos, árabes e palestinos.
Ao se despedir da pasta, lembrou dos 300 anos de escravidão que ocorreram no país e apenas 120 anos de abolição "sem que a população negra tenha tido o efetivo acesso à cidadania, bens e serviços".
Leia mais
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Pela lógica, as fichas para corrupção do PT vem da éra FHC ou Serra?
Uma equação um tanto estranha para justificar as falcatruas do PT.
A culpa é de Serra entao?
[]s
Eduardo.
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Ainda veremos muito tucano e demos pfl na cadeia e o povo paulista, mineiro, gaúcho pedindo desculpas por tamanha ignorância...!!!
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