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07/09/2002 - 15h31

Último desfile de militar de FHC é marcado por austeridade em Brasília

da Folha de S.Paulo, do Rio

O desfile de Sete de Setembro em Brasília foi marcado pela austeridade, com poucos carros de combate e sem o tradicional sobrevôo dos caças Mirage. Após o desfile, o presidente Fernando Henrique Cardoso agradeceu o apoio e a compreensão dos militares, que tiveram expressivo corte de verbas neste ano.

Militares mais graduados comentavam no coquetel oferecido pela Presidência da República no QG do Exército sobre uma nova liberação de recursos para o Ministério da Defesa cobrir despesas com custeio.

Segundo a Folhaapurou, a verba será anunciada nos próximos dias e terá valor semelhante ao da última liberação, cerca de R$ 300 milhões.

Com o decreto 4.309, de julho deste ano, o governo cortou cerca de R$ 3 bilhões do orçamento da Defesa. Esse corte provocou a dispensa antecipada de 44 mil recrutas, o atraso no programa nuclear, a redução do horário de expediente e a suspensão da manutenção de máquinas e equipamentos.

Num discurso de três minutos, FHC lembrou que estava presidindo o desfile militar pela última vez e disse que gostaria de confraternizar com os militares das três armas _Exército, Marinha e Aeronáutica.

O presidente afirmou que sempre teve o apoio dos militares e que, se não fez mais pelos militares, "foi porque não foi possível". Acrescentou que, até por laços familiares, tem uma ligação muito forte com os militares. O seu pai, Leônidas Cardoso, era general do Exército.

O coquetel também foi marcado pela simplicidade, com vinho tinto e branco nacional (Miolo), refrigerantes, água e canapés. O presidente foi recebido no gabinete do comandante do Exército, general Gleuber Vieira, onde ficou por alguns minutos, acompanhado pelo ministro da Defesa, Geraldo Quintão, e pelos comandantes da Marinha, Sérgio Chagasteles, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista.

O ministro Pratini de Moraes (Agricultura) disse na saída do coquetel que durante o discurso FHC enfatizou a colaboração das Forças Armadas devido aos cortes orçamentários. Segundo o ministro, a redução de recursos ocorreu em todas as áreas do governo.

Indiferença
FHC foi recebido com indiferença pelos populares em seu último desfile de 7 de Setembro no exercício da Presidência. Algumas vaias isoladas e aplausos foram ouvidos durante o seu desfile em carro aberto. Os veteranos da FEB (Força Expedicionária Brasileira), que se apresentaram na abertura do desfile, foram mais aplaudidos do que o presidente.

Mais curto do que os desfiles anteriores e sem os aviões e helicópteros por conta do corte no Orçamento do Ministério da Defesa, a parada deste ano reuniu cerca de 20 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, e cerca de 10 mil pessoas de acordo com a Polícia do Exército.

O efetivo utilizado este ano foi de 4.750 militares e 240 veículos. No ano passado foi de 5.300 militares e 250 veículos. Em 2000, o desfile contou com 300 veículos.

O vigilante Romilson Melgaço Regino, 26, que todos os anos acompanha o desfile, disse ter saído decepcionado. "No ano passado foi dez vezes melhor. Cadê os helicópteros da Marinha e da Aeronáutica. É uma decepção total", disse Regino que, depois de trabalhar toda a noite, foi direto para o desfile.

Chamou a atenção uma menina do Colégio Dom Pedro 2º, que desfilou à frente de um pelotão com uma chupeta na boca. Mantido pelo Corpo de Bombeiros, o colégio atende da pré-escola até a 7ª série.
Foram atendidas 26 pessoas nos postos médicos montados pelo Exército. A maioria deles com mal-estar causado pelo sol e pelo calor.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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