Governo deve manter indicação de presidente e relator da CPI dos Cartões

A pressão da oposição para conseguir os principais cargos da CPI mista --com deputados e senadores-- dos Cartões Corporativos não deverá mudar a intenção do governo em manter o controle duplo sobre as investigações. Ao deixar o Palácio do Planalto nesta segunda-feira, o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), sinalizou que os governistas não pretendem abrir mão da relatoria nem da presidência da comissão.

"Não estou compreendendo a dúvida da oposição, é só olhar como foram as indicações [no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso]. Nós adotamos o sistema democrático e regimental, que permite aos maiores partidos escolherem [os principais cargos]", afirmou Fontana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou para a próxima quarta-feira a reunião na qual trataria sobre os desdobramentos da CPI dos Cartões, com os líderes partidários e o ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais). Segundo Fontana, Lula remarcou a reunião porque surgiu um compromisso extra na agenda dele.

Interlocutores do presidente afirmam que ele iria tratar ainda na noite desta segunda-feira sobre os cargos no setor elétrico. Desde janeiro, Lula adia o momento de decidir sobre as nomeações da Eletrobrás, Eletronorte, Eletrosul e ainda um cargo na Petrobrás.

Para peemedebistas que acompanham as articulações, Lula examina com cuidado o principal impasse: as indicações de José Antonio Muniz, sugerido pelo senador José Sarney (PMDB-AP), e Flávio Decat, proposto pelos ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Gomes Temporão (Saúde), além do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB).

De acordo com integrantes do PMDB, aliado ao impasse existe a resistência de Dilma ao nome de Muniz. Segundo interlocutores, a ministra admitiria não confirmar o nome de Decat desde que ele não seja preterido para favorecer Muniz.