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11/09/2002 - 15h25

Garotinho diz que, se eleito, vai renegociar acordo com o FMI

ANA PAULA GRABOIS
da Folha Online, no Rio

O candidato à Presidência Anthony Garotinho (PSB) disse hoje, durante entrevista no auditório do jornal "O Globo", que, caso seja eleito, vai negociar com o FMI (Fundo Monetário Internacional) condições melhores para o país em novembro, logo depois do segundo turno, quando o Brasil já conhecerá seu futuro presidente. Garotinho disse que, então, ocorrerá uma revisão do acordo.

Garotinho criticou o FMI por contabilizar os investimentos das estatais como gastos públicos no acordo. Segundo ele, Furnas tinha dinheiro para investir numa linha de transmissão antes de o racionamento acontecer e que poderia evitá-lo, mas não pôde fazê-lo por conta dessa regra. Recentemente, no novo acordo, a Petrobras ficou isenta dessa regra.

O candidato também disse ser contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) nos moldes em que está colocada no momento. "Em tese, ninguém pode ser contra o livre comércio, mas [o problema] são as condições em que ela está colocada. Não ganhamos absolutamente nada porque as nossas empresas não têm competitividade diante das altas taxas de juros e da alta carga tributária".

Segundo Garotinho, o desemprego iria aumentar com a entrada da Alca nas atuais condições. "Será péssimo para o Brasil entrar na Alca agora".

O candidato acrescentou que iria negociar a Alca da mesma forma como tratou com o ministro da Fazenda, Pedro Malan, da renegociação da dívida do Rio quando foi governador. Ele disse que só no último dia do prazo para a negociação é que conseguiu fechar o acordo. "Você acha que o governo americano quer uma crise no Brasil? Há muitos investimentos das empresas americanas no país e o Brasil pode tirar proveito para uma situação melhor."

Garotinho criticou todos os seus principais adversários. De Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que lhe falta experiência, de José Serra (PSDB), que lhe falta mudança e de Ciro Gomes (PPS), que lhe falta equilíbrio.

Ele também falou que Serra parece um candidato extraterreno. "Serra parece um candidato extraterreno, promete fazer tudo que o governo não fez, como criar emprego, porque o Fernando Henrique não criou."

Garotinho também criticou o uso do marketing por Lula. "Quando vejo um sujeito como o Lula substituindo política por marketing... marketing existe para potencializar o candidato, não para negar o que ele é."

Ele disse que tem uma equipe de especialistas em pesquisa que diz que as pesquisas divulgadas até agora não revelam a realidade porque não levariam em conta o eleitorado evangélico, que corresponderia a 18% da população brasileira.

Segundo o candidato do PSB, ele estaria, por isso, três pontos acima de Ciro e um atrás de Serra. "Posso garantir que estou três pontos à frente de Ciro (PPS) e um ponto abaixo de Serra (PSDB). Mas não posso divulgar pesquisas não registradas."

Garotinho admitiu que durante seu governo a polícia fazia escuta sob autorização judicial dos celulares encontrados com os presos, mas que seu governo lutou contra a presença de celulares nos presídios. "Não deixamos de entrar com a escuta como estratégia. Quando identificávamos, fazíamos a escuta."

Leia mais:
  • Garotinho chama Serra de ET e diz que vai estar no 2º turno


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