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Blitz vê falhas em usina de governador de AL
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THIAGO REIS
da Agência Folha
O usineiro e governador de Alagoas, Teotonio Vilela Filho (PSDB), também foi alvo da megablitz realizada pela força-tarefa montada pelo Ministério Público do Trabalho em usinas de cana-de-açúcar do Estado.
Na usina Seresta, da qual ele é sócio, na cidade de Teotônio Vilela (88 km de Maceió), procuradores do Trabalho dizem ter encontrado irregularidades como falta de equipamentos e de banheiros no campo.
Não houve libertação de trabalhadores, a exemplo do ocorrido na usina Laginha, do adversário político João Lyra (PTB). Mas a inspeção na usina não contou com o grupo móvel do Ministério do Trabalho, em razão das blitze em outras usinas acontecendo concomitantemente.
Na Seresta, segundo o procurador Rodrigo Alencar, faltam equipamentos de proteção individual. "Cada trabalhador recebe uma luva apenas, nem o par é dado." Além disso, diz ele, foi constatada a inexistência de barracas sanitárias em uma das frentes de trabalho.
"Eles até vão dizer que têm, porque montam barraquinhas e chamam aquilo de banheiro, mas ninguém usa", diz Ronaldo Lira, também procurador.
O não-pagamento das horas de percurso (ida para o trabalho e volta para casa) também é visto como problema. Alencar diz que a pesagem da cana não era feita na presença dos trabalhadores e até as 9h, o que fere a convenção da categoria.
Segundo ele, será ajuizada ação civil pública pedindo que as irregularidades na usina sejam sanadas e que seja dada indenização aos trabalhadores.
De acordo com ele, a Seresta descumpriu um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) e deve ser multada. Até agora, foram inspecionadas pela força-tarefa oito usinas em Alagoas.
O consultor da Seresta, Cariolando Guimarães, classifica de "absurdas" as supostas irregularidades. Sobre as luvas, diz que o Nordeste "é muito quente". "O homem não usa a luva na mão do facão. Não adianta dar que ele não vai usar."
Diz que há banheiros, chamados de "pipi móveis". "Só um que não tinha um buraco, porque o responsável ficou com preguiça e não fez o furo. Mas estava com papel higiênico, tudo certinho." Segundo ele, nunca houve problemas com a pesagem da cana. Guimarães diz ainda que "nenhuma usina em Alagoas" paga o deslocamento de casa para o trabalho e vice-versa. "A Seresta já dá ônibus, faz o transporte dele."
A assessoria de Teotonio Vilela Filho diz que ele se afastou da administração da usina desde o primeiro mandato como senador, conquistado em 1986, e, por isso, não se manifestaria.
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