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24/09/2002 - 19h11

Dólar recua para R$ 2,90 até dezembro; Brasil não é Argentina, diz PT

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

O comitê de campanha eleitoral do PT aposta na queda do dólar para R$ 2,90 até dezembro. A moeda norte-americana fechou cotada hoje a R$ 3,78 para venda e R$ 3,77 para compra, 5,88% mais cara do que ontem, último recorde de fechamento do Plano Real. Com a desvalorização de hoje, o real passou a valer menos até do que o peso argentino.

Coordenadores de campanha do PT disseram que essa cotação é "artificial" e que a cotação do dólar terá de recuar, pois o Brasil não é a Argentina nem o real é o peso.

"Esses valores são insustentáveis. O Brasil não é a Argentina, não faz sentido o real valer menos do que o peso. Temos uma situação econômica muito mais favorável, uma estrutura produtiva organizada, um sistema financeiro forte e nossas contas externas estão equilibradas", disse o coordenador de programas do PT, o economista e professor da PUC-SP, Antonio Prado.

Com o avanço da cotação da moeda norte-americana hoje, cada real passou a comprar US$ 0,264, enquanto um peso argentino vale US$ 0,27. Ou seja, um peso custa R$ 1,02 e R$ 1, 0,978 peso.

O assessor econômico do PT, Guido Mantega, havia dito hoje de manhã que quem apostasse no dólar a R$ 3,60 iria quebrar a cara. Mas os rumores de uma nova pesquisa eleitoral e o vencimento de uma dívida cambial de US$ 1,52 bilhão amanhã superaram as próprias previsões de Mantega para a cotação do dólar.

Na análise de Prado, a escalada do dólar é fruto de um jogo especulativo em que os jogadores são fortes e estão apostando todas as cartas para derrubar o real. "Existem jogadores pesados, agentes do próprio mercado, que estão incentivando a alta do dólar. Tem muita gente ganhando dinheiro com essa especulação."

Mas Prado, assim como Mantega, disse que nem mesmo os especuladores mais fortes conseguirão sustentar a alta do dólar até dezembro. "O dólar vai cair até lá. É preciso haver apenas uma definição do processo eleitoral, a nomeação da equipe econômica do próximo governo. Só isso já ajuda a acalmar o mercado."

Segundo Mantega, num eventual governo petista, serão adotadas medidas para acalmar o mercado, como retomada do crescimento econômico, redução gradual da taxa de juros e do risco-país. "Esse conjunto de medidas deve restabelecer a confiança do mercado no país, o que implicará não na redução do dólar como na criação de um ambiente favorável para a redução dos juros."

Leia mais no especial Eleições 2002
 

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