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29/09/2002 - 05h16

Sob pressão, Ciro joga últimas fichas na TV

da Folha de S.Paulo

Sob pressão diante dos cada vez mais frequentes apelos para que renuncie à sua candidatura, o presidenciável Ciro Gomes (PPS) aposta em suas aparições na TV e no horário eleitoral gratuito para tentar chegar ao segundo turno na disputa pelo Planalto.
Embora por enquanto se neguem a tratar publicamente sobre a possibilidade de uma desistência, integrantes da Frente Trabalhista vêm discutindo essa hipótese em conversas reservadas.

Na sexta-feira, representantes da direção nacional do PDT de Leonel Brizola admitiram que a possibilidade pode ser um meio de evitar uma vitória de José Serra (PSDB) em um eventual segundo turno contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Mais do que isso até, de garantir o sucesso do petista caso haja chance de a disputa ser decidida no primeiro turno.
Pesquisa Datafolha divulgada hoje revela que, a uma semana da eleição, Lula atingiu 49% dos votos válidos e está a um ponto percentual dessa possibilidade.

Na semana passada, o filósofo Roberto Mangabeira Unger, coordenador de programa de governo de Ciro, reuniu-se com Anthony Garotinho (PSB) no Rio, sugerindo que ele e o pepessista desistissem de suas candidaturas em favor de Lula. A iniciativa gerou uma crise na Frente.

Depois dele foi a vez de cerca de 40 pedetistas de Minas, liderados por José Maria Rabelo _membro da direção nacional do PDT, um dos fundadores da legenda e amigo de Brizola_, abandonarem Ciro para aderir ao petista.
Dias antes, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), um dos maiores entusiastas da candidatura do ex-governador, já havia declarado em público que ''dificilmente'' o pepessista conseguiria chegar ao segundo turno.

Última cartada
Tentando driblar a crise, Ciro, hoje tecnicamente empatado em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de voto com Garotinho, tem em seu desempenho na TV sua última cartada.
Pretende usar o veículo que, pelo menos aparentemente, destruiu suas chances nesta eleição, para conquistar indecisos.

Buscando reconstruir a imagem do presidenciável, sua equipe investirá no lado humano do ex-governador, aumentando o tom emocional do horário eleitoral.

Com esse objetivo, estão previstos para ir ao ar depoimentos de pessoas comuns sobre Ciro. Entre elas, um taxista que conheceu o candidato durante sua passagem pelo Ministério da Fazenda.

A estratégia pretende demonstrar que o fato de o candidato ter se referido a um ouvinte na Bahia como ''burro'' e de ter dito que o papel de sua mulher na campanha era o de ''dormir'' com ele são consequências de seu lado humano, um comportamento não necessariamente ruim.

Além do horário eleitoral, há uma grande expectativa também em relação ao debate desta quinta. De acordo com assessores, o presidenciável deverá passar a quarta e a quinta-feira apenas descansando. Em sua agenda, somente uma massagem relaxante no dia do confronto.

A equipe do pepessista espera que, devido ao quadro de indefinição na reta final da campanha, a audiência do debate seja maior do que a dos outros encontros anteriores do gênero.

Reduto
Embora em menor escala, a campanha de rua não será abandonada. Priorizará, entretanto, redutos eleitorais potencialmente simpáticos ao pepessista.
Amanhã, ainda sem confirmação, está prevista uma caminhada no Largo 13, em São Paulo, ponto de grande concentração de nordestinos. Apesar de ter nascido em Pindamonhangaba, no interior paulista, Ciro investe no fato de ter sido criado no Ceará. Costuma perguntar se há cearenses nos locais onde faz campanha.
Seu último comício deve acontecer na terça-feira, em Fortaleza, em um conjunto habitacional que se transformou em um reduto cirista na cidade.
 

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