Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
29/09/2002 - 11h00

Após mais de 7 anos, caso PC pára na Justiça e em Brindeiro

MÁRIO MAGALHÃES
da Folha de S.Paulo, no Rio

Mais de seis anos depois das mortes de Paulo César Farias e sua namorada, Suzana Marcolino, ninguém foi punido pelo que a polícia, o Ministério Público de Alagoas, a Justiça de Alagoas e o Ministério Público Federal afirmaram ser um duplo homicídio.

PC e Suzana morreram em junho de 1996. Cada um recebeu um tiro. Ele foi tesoureiro da campanha presidencial e personagem-chave do governo Collor.

Horas depois do assassinato de PC, a polícia alagoana divulgou a versão que defenderia em 1996: Suzana, supostamente ameaçada de abandono pelo namorado, o teria matado e se suicidado.

A família Farias sustentou a tese. Collor, também. Laudo coordenado pelo legista Fortunato Badan Palhares fundamentou a hipótese da polícia.

Em 1999, após uma reportagem da Folha mostrar fotografias que comprovavam estar errada a altura de Suzana -dado essencial para as conclusões técnicas- relatada pelo laudo de Badan, as investigações foram retomadas.

A polícia fez novas descobertas e concluiu que Suzana não atirou nem em PC nem em si mesma. Indiciou nove pessoas como suspeitas de co-autoria do duplo homicídio: oito ex-funcionários de PC Farias e um irmão do ex-tesoureiro, o deputado federal Augusto Farias (PPB-AL).

O promotor Luiz Vasconcelos usou adjetivos como "insustentável" e "insano" para proposições do laudo de 1996 e acatou as de uma segunda equipe técnica. "É ululante concluirmos que Suzana Marcolino não atirou em Paulo César Farias e nem tampouco em si própria."

Vasconcelos denunciou (acusou formalmente) em 1999 os oito ex-funcionários de PC, mas não pôde se pronunciar sobre Augusto Farias, que tem fórum privilegiado -o STF (Supremo Tribunal Federal)- por ser deputado.

Em março de 2000, o juiz Alberto Jorge Correia acatou a denúncia para o que qualificou em despacho como duplo homicídio. Escreveu serem "imprestáveis" os trabalhos do inquérito de 1996.

Até hoje não decidiu se pronuncia (leva ao tribunal do júri) os oito réus. Disse que espera um documento para sentenciar.

Também em 2000, o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, escreveu em parecer que há elementos que "indicam a participação" de Augusto Farias no "duplo homicídio".

Brindeiro apontou "indícios fortes" de que Badan tenha cometido o crime de falsa perícia. O procurador pediu novas diligências, autorizadas pelo STF e cumpridas pela Polícia Federal.

O STF encaminhou em 2 de fevereiro de 2001 os 22 volumes e 19 apensos para Brindeiro dar o seu parecer. Até hoje a Procuradoria Geral da República não deu sua palavra. Os oito réus de Alagoas, o deputado Augusto Farias e o legista Badan Palhares afirmam não ter cometido crime algum.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página