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02/10/2002
-
20h10
da Folha Online
O coordenador da campanha do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Arlindo Chinaglia, considera que a oscilação positiva de José Serra (PSDB) na pesquisa Datafolha, divulgada hoje, define apenas quem será o adversário do petista num eventual segundo turno.
O petista não enxerga como negativa a subida do tucano, de 19% para 21% das intenções de voto do eleitorado. Com esse movimento, Serra saiu da situação de empate técnico com Anthony Garotinho (PSDB), que tem 15%, e se posiciona em segundo lugar. "A disputa pelo segundo lugar estava muito embolada e todos tinham chances de ir para o segundo turno com Lula. A subida de Serra acaba com essa definição e polariza o segundo turno em volta de dois nomes: Lula e Serra."
De acordo com a pesquisa, Lula aparece estagnado com 45% das intenções de votos. Garotinho também se mantém com 15%. Ciro Gomes (PPS) oscila negativamente um ponto e aparece com 10%.
Segundo o coordenador de pesquisas do PT, Marcus Flora, é cedo para o PSDB comemorar a subida de Serra, pois o avanço de 19% para 21% está dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos para mais ou para menos. "Não pode também não pode ser comemorada pelo PSDB, pois caracteriza uma oscilação dentro a margem de erro que pode ser revertida depois."
Chinaglia disse que a manutenção de Lula com 45% das intenções de voto do eleitorado não muda a estratégia do PT para as eleições presidenciais. "Estamos preparados para vencer as eleições no segundo turno. Mas se o eleitor decidir eleger Lula no primeiro turno, ficaremos muito felizes."
Segundo Chinaglia, a subida de Serra na pesquisa Datafolha não altera a campanha de Lula, que manterá a linha "paz e amor" até o final e sem agredir nenhum adversário. "Foi assim que chegamos onde estamos e não mudaremos uma fórmula que deu certo em função de uma oscilação que está dentro da margem de erro da pesquisa."
Uma das estratégias do partido para garantir a vitória de Lula no primeiro turno é justamente mostrar para a população e para a militância petista que haverá segundo turno. A tática é fazer com que dessa forma o eleitorado indeciso e os que rejeitam Serra votem em Lula para acabar logo com a incerteza eleitoral.
Dentro do partido, coordenadores de campanha do PT admitiram que acreditam na vitória de Lula no primeiro turno. Mas para evitar o enfraquecimento do trabalho da militância e o "espírito derrotista" caso Lula não garanta a vitória no primeiro turno, a ordem é pregar para todos que o PT disputará as eleições do segundo turno.
Voto útil
Para coordenadores da campanha de Lula, a oscilação positiva de Serra no Datafolha deve beneficiar o candidato do PT.
Petistas acreditam que com a possibilidade de Serra ir para o segundo turno haverá voto útil do eleitorado do Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) para Lula.
Segundo o coordenador de mobilização nacional do PT, Francisco Campos, a subida de Serra dá um fôlego a mais para a militância petista sair às ruas pedindo votos para Lula. "Quanto maior for o risco de Serra ser o adversário de Lula, maior será o engajamento da militância para trazer novos votos para o PT."
Do lado contrário, o especialista em marketing político, Marco Iten, acredita que a subida de Serra beneficia o tucano e não o petista. "Mostra que a força do eleitorado anti-Lula é muito grande. Se o eleitor anti-Lula não fosse forte, não haveria crescimento de Serra."
Para Iten, o eleitorado anti-Lula, que pretendia votar em Garotinho ou Lula, deve centralizar seu apoio a Serra. "Farão de tudo para impedir que Lula chegue à Presidência, até votar no candidato que representa a atual política econômica, que contraria as propostas de Garotinho e Ciro, suas primeiras opções de voto."
Leia mais no especial Eleições 2002
Para PT, pesquisa Datafolha aponta adversário de Lula no 2º turno
FABIANA FUTEMAda Folha Online
O coordenador da campanha do candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Arlindo Chinaglia, considera que a oscilação positiva de José Serra (PSDB) na pesquisa Datafolha, divulgada hoje, define apenas quem será o adversário do petista num eventual segundo turno.
O petista não enxerga como negativa a subida do tucano, de 19% para 21% das intenções de voto do eleitorado. Com esse movimento, Serra saiu da situação de empate técnico com Anthony Garotinho (PSDB), que tem 15%, e se posiciona em segundo lugar. "A disputa pelo segundo lugar estava muito embolada e todos tinham chances de ir para o segundo turno com Lula. A subida de Serra acaba com essa definição e polariza o segundo turno em volta de dois nomes: Lula e Serra."
De acordo com a pesquisa, Lula aparece estagnado com 45% das intenções de votos. Garotinho também se mantém com 15%. Ciro Gomes (PPS) oscila negativamente um ponto e aparece com 10%.
Segundo o coordenador de pesquisas do PT, Marcus Flora, é cedo para o PSDB comemorar a subida de Serra, pois o avanço de 19% para 21% está dentro da margem de erro da pesquisa, de dois pontos para mais ou para menos. "Não pode também não pode ser comemorada pelo PSDB, pois caracteriza uma oscilação dentro a margem de erro que pode ser revertida depois."
Chinaglia disse que a manutenção de Lula com 45% das intenções de voto do eleitorado não muda a estratégia do PT para as eleições presidenciais. "Estamos preparados para vencer as eleições no segundo turno. Mas se o eleitor decidir eleger Lula no primeiro turno, ficaremos muito felizes."
Segundo Chinaglia, a subida de Serra na pesquisa Datafolha não altera a campanha de Lula, que manterá a linha "paz e amor" até o final e sem agredir nenhum adversário. "Foi assim que chegamos onde estamos e não mudaremos uma fórmula que deu certo em função de uma oscilação que está dentro da margem de erro da pesquisa."
Uma das estratégias do partido para garantir a vitória de Lula no primeiro turno é justamente mostrar para a população e para a militância petista que haverá segundo turno. A tática é fazer com que dessa forma o eleitorado indeciso e os que rejeitam Serra votem em Lula para acabar logo com a incerteza eleitoral.
Dentro do partido, coordenadores de campanha do PT admitiram que acreditam na vitória de Lula no primeiro turno. Mas para evitar o enfraquecimento do trabalho da militância e o "espírito derrotista" caso Lula não garanta a vitória no primeiro turno, a ordem é pregar para todos que o PT disputará as eleições do segundo turno.
Voto útil
Para coordenadores da campanha de Lula, a oscilação positiva de Serra no Datafolha deve beneficiar o candidato do PT.
Petistas acreditam que com a possibilidade de Serra ir para o segundo turno haverá voto útil do eleitorado do Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) para Lula.
Segundo o coordenador de mobilização nacional do PT, Francisco Campos, a subida de Serra dá um fôlego a mais para a militância petista sair às ruas pedindo votos para Lula. "Quanto maior for o risco de Serra ser o adversário de Lula, maior será o engajamento da militância para trazer novos votos para o PT."
Do lado contrário, o especialista em marketing político, Marco Iten, acredita que a subida de Serra beneficia o tucano e não o petista. "Mostra que a força do eleitorado anti-Lula é muito grande. Se o eleitor anti-Lula não fosse forte, não haveria crescimento de Serra."
Para Iten, o eleitorado anti-Lula, que pretendia votar em Garotinho ou Lula, deve centralizar seu apoio a Serra. "Farão de tudo para impedir que Lula chegue à Presidência, até votar no candidato que representa a atual política econômica, que contraria as propostas de Garotinho e Ciro, suas primeiras opções de voto."
Leia mais no especial Eleições 2002
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