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03/10/2002 - 07h15

Final da campanha traz tom emotivo

CLÁUDIA CROITOR
da Folha de S.Paulo

O último dia da propaganda gratuita neste primeiro turno _hoje, com edições às 13h e às 20h30_ deve ser recheado de programas com pouco ou nenhum ataque a adversários e muito apelo emocional, se seguir o tom apresentado nos programas mais recentes.

Tanto Lula (PT) quanto Serra (PSDB), os dois candidatos com mais chance de chegar ao segundo turno segundo as pesquisas de intenção de voto, aumentaram o tom emotivo em sua propaganda na terça e esqueceram os ataques e as críticas.

O programa petista acentuou ainda mais o estilo quase messiânico que vinha sendo empregado desde a semana passada com o ressurgimento de imagens da campanha presidencial de 89 e do jingle "Lula-lá", chamando o petista de "um líder verdadeiramente popular" _na tradicional embalagem emocional que sempre marcou as campanhas feitas por Duda Mendonça, o marqueteiro de Lula.

A propaganda de terça terminou com mulheres grávidas, vestidas de branco, que caminhavam em um campo ao som do "Bolero", de Ravel. A narração era do compositor Chico Buarque: "Você não pode escolher se seu filho será menino ou menina, ou o que ele vai ser quando crescer. Mas uma coisa você pode escolher: que tipo de país você quer para ele".

Um bebê segurava uma estrela vermelha, símbolo do partido, e então Chico aparecia, dizendo: "Se você não muda, o Brasil também não muda."

O horário havia começado com imagens de um comício em São Paulo. "Mais de 150 mil pessoas compareceram, na certeza de que o dia da grande mudança, tão sonhada, está cada vez mais perto", disse o locutor. Depois, Lula: "Esse é o momento mais importante da minha vida".

Em seguida, o presidenciável pediu "permissão" para deixar de falar sobre seus projetos e se dirigiu aos eleitores indecisos, que chamou de "meus amigos e minhas amigas quase-Lula". "O Brasil precisa de uma mudança, não de uma quase mudança", afirmou. "Eu mereço essa oportunidade, para a qual tanto me preparei". E enumerou os apoios à sua candidatura, citando os ex-presidentes Itamar Franco e José Sarney.

O tom emocional também apareceu na propaganda tucana, que há cerca de dez dias deixou de lado os constantes ataques aos adversários -trégua só quebrada por críticas a Garotinho, na semana passada-, que vinham sendo uma constante na campanha de Serra.

A principal mudança ocorreu no jingle "Quero-quero", que apareceu em versão lenta e com outra letra. No lugar do refrão "Eu quero-quero José Serra, é José Serra pra mudar, com ele não tem lero-lero", cantou-se: "O quero-quero tá chegando, para cuidar da nossa gente, é mais carinho e atenção". Enquanto tocava a música, crianças se balançavam em uma rede.

O programa foi todo dedicado a mostrar projetos para a população carente. Teve apresentação de Gugu Liberato: "Se existe alguém que acompanha os problemas do Brasil, sou eu".

Mais uma vez, Lula nem sequer foi mencionado. A suposta falta de preparo atribuída ao candidato petista, bem explorada por Serra em programas anteriores, foi tratada de forma indireta. "O mundo lá fora está muito complicado. É aí que a experiência administrativa faz diferença", disse Gugu.

A principal novidade, hoje, deve vir no direito de resposta conquistado por Lula e pelo PT na propaganda tucana -o petista terá mais de 8min dos cerca de 20min do horário tucano.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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