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07/10/2002 - 00h20

Surpreso, TSE culpa eleitores por atraso na votação

da Folha de S.Paulo, em Brasília

A demora na votação, com o surgimento de filas em várias seções do país, pegou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de surpresa e colocou em risco a expectativa do próprio órgão de rápida apuração dos votos e divulgação do resultado.

O presidente do tribunal, ministro Nelson Jobim, responsabilizou os eleitores pela demora.

"Em nenhuma hipótese permitiríamos, como creio que a nação não permitiria, que qualquer cidadão por ter dificuldades manuais, de inteligência ou de cultura tenha que ser obrigado a votar em um tempo menor. Esse cidadão será respeitado e foi. Tanto é que tivemos a demora."

Às 20h45, segundo o próprio TSE, ainda havia filas em seções de pelo menos dez Estados, além do Distrito Federal, contrariando a perspectiva de encerramento da votação às 17h. O Distrito Federal e Alagoas concentravam os maiores problemas.

Apesar do atraso, o presidente do TSE, ministro Nelson Jobim, disse que 90% dos votos estariam apurados e divulgados por volta da 0h30. Na sexta, ele havia previsto que esse resultado parcial seria divulgado à meia-noite e tinha afirmado que, com esse índice, seria possível saber se haveria ou não segundo turno.

Jobim fez essa afirmação às 21h, minutos depois da divulgação do primeiro boletim da disputa presidencial, às 20h16, com 23,40% dos votos contabilizados. Ele disse que retardou essa primeira parcial para apresentar um balanço com índice mais elevado e evitar que os eleitores ainda em fila fossem influenciados.

O ministro atribuiu o atraso a dois motivos: a dificuldade do eleitor em votar para seis cargos em disputa, sendo dois senadores, e a impossibilidade de subdividir seções eleitorais em que há grande número de votantes.

A lentidão, com a existência de longas filas, foi detectada no Distrito Federal e nos seguintes Estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Rondônia, Piauí, São Paulo e Rio de Janeiro.

Na véspera da votação, Jobim cancelou viagem prevista para Santa Maria, no Rio Grande do Sul, onde ele vota, para acompanhar do próprio TSE a votação.

Em nome do tribunal, tinham falado antes o ministro Fernando Neves e o secretário de Informática, Paulo Camarão.

Eles disseram que a formação de filas estava dentro de um quadro de normalidade e fizeram um apelo para que as emissoras de televisão retardassem para as 18h30 a divulgação de pesquisas de boca-de-urna, que poderiam ser liberadas logo após o término da votação, previsto para as 17h.

Neves disse que tanto Lula (PT) quanto José Serra (PSDB) pediram que fosse protelada essa divulgação para evitar que as pesquisas influenciassem os eleitores que ainda estivessem em fila.

Jobim informou que 5.198 urnas eletrônicas precisaram ser trocadas por falha no funcionamento, o que corresponderia a 1,62% do total das máquinas usadas em todo o país. Em outras 325 seções, o sistema informatizado de votação teve que ser substituído pelo convencional, em que o eleitor vota em cédula de papel.

O número é superior ao das eleições municipais de 2000, a primeira em que houve urna eletrônica em todas as seções do país. Naquele ano, 3.549 urnas foram trocadas em razão de defeito ou problema de mau uso e outras 168 substituídas pelas cédulas.

Jobim descartou a suspeita de fraude nos programas da urna. Disse que a votação paralela confirmou a lisura da eleição.

Ele afirmou que o TSE irá apurar o tempo médio de demora de cada eleitor para saber se o sistema criou um grau de dificuldade maior do que o esperado. A expectativa do tribunal era que cada eleitor gastasse 1 minuto e 15 segundos, em média.


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