Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/10/2002 - 03h55

Eleitores varrem lideranças tradicionais

Publicidade

FERNANDO RODRIGUES
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A eleição ficará marcada com o avanço das esquerdas, mas está servindo também de possível porta de aposentadoria para um grupo geracional de políticos que fracassou nas urnas - além de novatos que tropeçaram e foram barrados pelos eleitores.

Os casos que mais chamam a atenção são os de políticos que exerceram lideranças importantes durante o período da redemocratização do Brasil, no final dos anos 70 e durante parte da década de 80.

Foram rejeitados pelos eleitores Paulo Maluf (PPB), Leonel Brizola (PDT), Orestes Quércia (PMDB) e Fernando Collor (PRTB). De certa forma, Jorge Bornhausen (PFL) também sofreu um revés, pois não conseguiu eleger seu filho, Paulinho, que disputou uma vaga para o cargo de senador por Santa Catarina.

Embora esse grupo de políticos tenha enfrentado dificuldades em eleições anteriores, a derrota nunca havia sido tão contundente como a atual.

Paulo Maluf sempre perdeu eleições seguidas, mas conseguia passar para o segundo turno. Foi assim em 1998 (governo de São Paulo) e 2000 (Prefeitura de São Paulo). Agora, ficou apenas em terceiro lugar.

Seu ex-aliado político, Celso Pitta (PSL), que sucedeu a Maluf na Prefeitura de São Paulo em 1997, também foi afetado pela reação do eleitorado. Embora tenha recebido mais de 85 mil votos, não deve conseguir uma vaga de deputado federal.

Um grupo de políticos mais jovens também foi rejeitado pelos eleitores. Dante de Oliveira (PSDB), que foi governador de Mato Grosso e autor da emenda constitucional das eleições diretas no Brasil, não conseguiu uma vaga para o Senado.

Mesmo o PT, partido mais bem sucedido na eleição até o momento, também sofreu revezes. Os petistas entraram no pleito governando cinco Estados - Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rio. Terminado o primeiro turno, a sigla só tem assegurada a manutenção do Acre. Perdeu o Rio e tenta ganhar os demais no segundo turno.

No caso do Rio Grande do Sul, o candidato petista Tarso Genro entra no segundo turno atrás nas pesquisas em relação a seu adversário, Germano Rigotto (PMDB).

Entre os ganhadores mais significativos estão também políticos tradicionais, com Antonio Carlos Magalhães (PFL), que elegeu-se senador pela Bahia. No ano passado, ACM renunciou ao cargo para evitar a cassação do mandato.

Mas até a vitória de ACM foi dada com ressalvas pelos eleitores. Primeiro, porque seus aliados não conseguiram a vitória estrondosa que o cacique prometia _Paulo Souto, candidato do PFL vitorioso ao governo baiano teve 53,69%, e ficou não muito distante do principal adversário, Jaques Wagner (PT), com 38,47%.

Em Salvador, ACM teve menos votos (22,99%) para o Senado do que o candidato derrotado do PT, Waldir Pires (24,44%).

No PT, dois dos maiores vitoriosos são José Genoino, que está no segundo turno para o governo paulista, e Aloizio Mercadante, dono da maior votação nominal da história do Senado, com 10,4 milhões de votos.

Genoino teve 32,45% dos votos válidos, dez pontos a mais do que teve Marta Suplicy em 98, que obteve 22% em 1998 - um recorde para o partido à época.

Outro vitorioso é Enéas Carneiro (Prona). Teve 1,566 milhão de votos, elegeu-se deputado federal e levará outros cinco deputados do Prona para a Câmara.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página