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08/10/2002
-
05h30
da Folha de S.Paulo
Como presente pelo aniversário de 57 anos comemorado anteontem e por sua votação no primeiro turno, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mandou para o petista Luiz Inácio Lula da Silva uma réplica da "espada da revolução bolivariana".
É uma peça mítica para os venezuelanos. A original, mantida desde 1974 no cofre do Banco Central do país, pertenceu ao militar revolucionário Simón Bolívar (1783-1830), que liderou a independência de Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
Lula recebeu o presente de parlamentares venezuelanos. A réplica veio acompanhada de uma mensagem pessoal de Chávez ao petista: "No Brasil, a revolução será iniciada por meio da eleição de Lula", afirma o texto.
Anteontem, Chávez já havia usado seu programa em cadeia nacional de televisão na Venezuela, chamado "Alô, Presidente", para enviar mensagem de aniversário a Lula, lembrando que a data coincidia com as eleições: "Milhões de brasileiros devem estar votando em suas esperanças, em suas idéias, pacificamente e na democracia. Boa sorte e o povo decidirá quem deve ser o próximo presidente do Brasil. Brasil e Venezuela vão em direção a um futuro comum no século 21".
Diplomatas venezuelanos fizeram circular por Brasília, na sexta-feira à noite, especulações de que grupos opositores a Chávez antecipariam para anteontem um locaute, cuja motivação seria também prejudicar a candidatura de Lula na eleição brasileira.
No mesmo dia em que citou o petista, Chávez afirmou que os serviços de inteligência do país haviam desmantelado uma tentativa de golpe contra seu governo.
O PT tentar evitar o máximo possível vincular Lula a Chávez. O petista afirma que mantém boas relações com o presidente venezuelano, diz que o aconselha a ampliar o diálogo com a sociedade de seu país e nega a possibilidade de formação de uma frente antiamericana, ao lado de Chávez e do ditador cubano Fidel Castro.
As relações entre Lula e Chávez estão no centro das preocupações dos Estados Unidos. Foi um dos principais temas questionados pelo embaixador Richard Haass, diretor do Escritório de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado do EUA (assessor do secretário de Estado, Colin Powell), durante reunião com petistas no final de agosto.
Com temor de aumentar a desconfiança internacional, Lula tem dado declarações cautelosas a respeito: "Acho que a Venezuela é um parceiro interessante para o Brasil. É bom dizer que o presidente Fernando Henrique Cardoso mantém uma relação muito boa com a Venezuela. Somos países fronteiriços. Não temos que estar preocupados com o que os outros pensam das nossas relações", disse a correspondentes.
Lula se reuniu anteontem também com parlamentares e políticos da Argentina, Bolívia, Chile, Guatemala, México, Nicarágua, Paraguai, Peru e Uruguai, entre eles o mexicano Cuauhtémoc Cárdenas, ex-prefeito da Cidade do México.
Chávez manda espada de Bolívar como presente para Lula
PLÍNIO FRAGAda Folha de S.Paulo
Como presente pelo aniversário de 57 anos comemorado anteontem e por sua votação no primeiro turno, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, mandou para o petista Luiz Inácio Lula da Silva uma réplica da "espada da revolução bolivariana".
É uma peça mítica para os venezuelanos. A original, mantida desde 1974 no cofre do Banco Central do país, pertenceu ao militar revolucionário Simón Bolívar (1783-1830), que liderou a independência de Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia.
Lula recebeu o presente de parlamentares venezuelanos. A réplica veio acompanhada de uma mensagem pessoal de Chávez ao petista: "No Brasil, a revolução será iniciada por meio da eleição de Lula", afirma o texto.
Anteontem, Chávez já havia usado seu programa em cadeia nacional de televisão na Venezuela, chamado "Alô, Presidente", para enviar mensagem de aniversário a Lula, lembrando que a data coincidia com as eleições: "Milhões de brasileiros devem estar votando em suas esperanças, em suas idéias, pacificamente e na democracia. Boa sorte e o povo decidirá quem deve ser o próximo presidente do Brasil. Brasil e Venezuela vão em direção a um futuro comum no século 21".
Diplomatas venezuelanos fizeram circular por Brasília, na sexta-feira à noite, especulações de que grupos opositores a Chávez antecipariam para anteontem um locaute, cuja motivação seria também prejudicar a candidatura de Lula na eleição brasileira.
No mesmo dia em que citou o petista, Chávez afirmou que os serviços de inteligência do país haviam desmantelado uma tentativa de golpe contra seu governo.
O PT tentar evitar o máximo possível vincular Lula a Chávez. O petista afirma que mantém boas relações com o presidente venezuelano, diz que o aconselha a ampliar o diálogo com a sociedade de seu país e nega a possibilidade de formação de uma frente antiamericana, ao lado de Chávez e do ditador cubano Fidel Castro.
As relações entre Lula e Chávez estão no centro das preocupações dos Estados Unidos. Foi um dos principais temas questionados pelo embaixador Richard Haass, diretor do Escritório de Planejamento de Políticas do Departamento de Estado do EUA (assessor do secretário de Estado, Colin Powell), durante reunião com petistas no final de agosto.
Com temor de aumentar a desconfiança internacional, Lula tem dado declarações cautelosas a respeito: "Acho que a Venezuela é um parceiro interessante para o Brasil. É bom dizer que o presidente Fernando Henrique Cardoso mantém uma relação muito boa com a Venezuela. Somos países fronteiriços. Não temos que estar preocupados com o que os outros pensam das nossas relações", disse a correspondentes.
Lula se reuniu anteontem também com parlamentares e políticos da Argentina, Bolívia, Chile, Guatemala, México, Nicarágua, Paraguai, Peru e Uruguai, entre eles o mexicano Cuauhtémoc Cárdenas, ex-prefeito da Cidade do México.
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