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08/10/2002 - 07h48

Eleito com votação recorde, Jader volta a depor no Pará

MAURÍCIO SIMIONATO
da Agência Folha, em Belém

Um dia depois de ser eleito com a maior votação para deputado federal da história do Pará, com 343 mil votos, o ex-senador Jader Barbalho (PMDB) voltou a ter de se explicar sobre supostos desvios de verbas federais da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, já extinta).

Jader negou à Justiça Federal, em Belém, envolvimento em fraudes na execução do projeto Usimar, com sede no Maranhão e que não chegou a sair do papel. O depoimento de Jader começou às 17h e acabou às 20h45.

Na denúncia, os procuradores da República afirmam que foram liberados R$ 44,1 milhões para a implantação do projeto, avaliado em R$ 1,8 bilhão.

Os interrogatórios atendem carta precatória expedida pelo juiz federal da 2ª Vara do Tocantins, Alderico Rocha Santos, para que 13 pessoas, todas elas residentes em Belém, sejam ouvidas e apresentem defesa no caso. Entre outros denunciados estão a ex-governadora do Maranhão
Roseana Sarney (PFL), eleita senadora, seu marido, Jorge Murad, Antônio José Guimarães, assessor de Jader, e José Artur Guedes Tourinho, ex-superintendente da Sudam.

Tourinho foi eleito deputado estadual no Pará com apoio de Jader. Os dois tiveram pedido de prisão preventiva há 16 dias acusados de desvios na Sudam pela Justiça Federal de Mato Grosso, mas conseguiram habeas corpus.

'Organização criminosa'

Em 75 laudas, cinco procuradores descrevem condutas que eles classificam como de 'complexidade típica de uma organização criminosa, com divisão de funções e de grupos de agentes'.

Após mostrarem, com quadros e tabelas, a destinação dos recursos, eles concluem que a 'movimentação [do dinheiro' espelha que apenas pequena quantidade dos recursos provenientes da Sudam, não mais que 20%, foram efetivamente aplicados na Usimar. O restante foi desviado'.

Os procuradores chamam Jader de 'controlador do esquema Sudam' e citam números de seis cheques, que totalizam R$ 2,4 milhões, como prova de que ele recebeu o correspondente a 20% incidentes sobre parte dos recursos liberados para o projeto Usimar.

Segundo os procuradores, os cheques eram entregues ao doleiro José Samuel Benzecry, dono da casa de câmbio Cruzeiro, e ele 'providenciava a lavagem final dos recursos, convertendo-os em moeda estrangeira ou nacional, a critério do denunciado Jader Barbalho, remetendo ou não quantias para o exterior'.



 

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