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09/10/2002 - 04h37

Bancada do PT cresce mais de 50% e será a maior da Câmara

ROBERTO COSSO
RENATO FRANZINI
da Folha de S.Paulo

O PT aumentou em mais de 55% o número de seus deputados federais e terá a maior bancada da Câmara na próxima legislatura.

Os partidos que hoje fazem oposição ao presidente Fernando Henrique Cardoso aumentaram suas bancadas, na média, em 40%. Os principais partidos de oposição (PT, PL, PC do B, PSB, PPS e PDT) vão crescer de 134 para 187 deputados federais.

Hoje, o PT tem a quarta maior bancada da Câmara dos Deputados, com 58 integrantes _é um partido médio, em termos de congressistas. Na próxima legislatura, o partido terá 90 deputados federais (aumento de 55,2%).

A eleição de 90 deputados federais superou as expectativas dos próprios petistas. No final de setembro, eles falavam na eleição de 70 a 75 parlamentares. Apenas os mais otimistas se arriscavam a dizer que, talvez, o partido conseguiria eleger uma bancada de 80 deputados federais.

Os outros partidos que apoiaram a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República também tiveram suas bancadas aumentadas.

O PL cresceu de 22 para 26 deputados -e já é sondado por parlamentares de outros partidos, que pensam em se filiar à legenda no caso de Lula ser eleito presidente da República.

O PC do B, que hoje tem dez deputados federais, elegeu 12. Até o PMN, que também apoiou Lula, conseguiu eleger um deputado _não tinha nenhum.
Ao todo, os quatro partidos terão 129 dos 513 deputados _pouco mais de 25% do total da Casa.

Garotinho, Ciro e Serra
Outro partido que registrou crescimento foi o PSB, de Anthony Garotinho. Com 16 deputados na atual legislatura, o PSB elegeu 23 para a próxima.

Mas o partido corre o risco de perder pelo menos a deputada Luiza Erundina, eleita por São Paulo. Ela apoiou Lula já no primeiro turno e se recusou a pedir votos para Garotinho na televisão _por isso não teve acesso ao horário eleitoral gratuito.

A bancada da Frente Trabalhista, composta por PPS, PTB e PDT, que apoiou a candidatura de Ciro Gomes (PPS) à Presidência, praticamente não alterou sua bancada. Juntos, os três partidos têm 61 deputados e elegerão 62.

O PTB perdeu com a aliança, enquanto o PPS e o PDT ganharam. O partido que indicou Paulo Pereira da Silva (PTB-SP) para vice de Ciro terá sua bancada reduzida em sete deputados. Hoje, o partido tem 33 parlamentares, mas só elegeu 26. Por outro lado, o PPS vai crescer de 12 para 15 deputados e o PDT, de 16 para 21.

Os partidos que apoiaram a candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência sofreram redução de suas bancadas. O PSDB, que hoje tem 94 deputados federais, elegeu 71. E o PMDB vai passar dos atuais 87 para 74.

Juntos, os dois partidos têm hoje 181 deputados federais e somente irão eleger 145 _uma redução de quase 20%. Mesmo assim, eles ainda têm 28% da Casa.

Partidos neutros
Sem apoiar institucionalmente nenhum candidato à Presidência, o PFL e o PPB tiveram pequenas reduções em suas bancadas.

Os pefelistas, que compõem a maior bancada da Câmara na atual legislatura, com 98 deputados federais, elegeram 84 para o próximo quatriênio. Sozinho, o partido detém mais de 16% dos votos da Casa.

O PPB teve sua bancada reduzida dos atuais 53 deputados para 49 na próxima legislatura.

Três partidos que atualmente estão sem representação na Câmara conseguiram eleger um número significativo de parlamentares. O Prona elegeu seis, o PV, cinco, e o PSD, quatro.

Todos os eleitos do Prona se valeram da votação de Enéas Carneiro, que recebeu mais de 1,5 milhão de votos em São Paulo.

A eleição dos deputados do PV decorre principalmente da campanha que o partido fez no horário eleitoral gratuito pelo voto de legenda.
Além do PMN, PSC e PSDC conseguiram eleger um deputados _hoje, eles não têm nenhum.

Entre os partidos nanicos, a maior redução de bancada é do PSL: dos atuais cinco deputados para apenas um: o mineiro Lincoln Portela.
PHS e PTN não estarão representados na Câmara dos Deputados no início do ano que vem. Os deputados Roberto Argenta (PHS-RS) e José de Abreu (PTN-SP) não foram reeleitos e são os únicos representantes de seus partidos na Câmara.

O deputado Fernando Zuppo, eleito em 1998 pelo PDT paulista, está atualmente sem partido e não concorreu às eleições.

O levantamento, feito pela Folha, de como ficará a distribuição das cadeiras na Câmara dos Deputados leva em conta resultados finais divulgados por TREs (Tribunais Regionais Eleitorais) em 23 Estados.

Em Sergipe e Tocantins, os TREs ainda não haviam divulgado a relação dos deputados eleitos até o fechamento desta edição. Em São Paulo e no Distrito Federal, a apuração dos votos não havia terminado até as 20h de ontem. Nos dois casos, a reportagem calculou a provável bancada dos partidos, com base nos critérios definidos pela legislação eleitoral.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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