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17/10/2002 - 05h39

PF acha simulador e apura boca-de-urna em Roraima

ROBERTO COSSO
ANDRÉA MICHAEL
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal em Roraima apreendeu dois simuladores de urnas eletrônicas que teriam sido usados para treinar eleitores em Boa Vista. Os policiais federais também investigam o pagamento de até R$ 100 a pessoas que teriam feito boca-de-urna nas eleições de 6 de outubro e o uso de funcionários da Prefeitura de Boa Vista na contratação de "boqueiros".

Na última segunda-feira à noite, Gilma Gonçalves, que é funcionária da Prefeitura de Boa Vista, prestou um depoimento à PF no qual disse que a prefeita da cidade, Teresa Jucá, usou a máquina pública para beneficiar as candidaturas de seu marido, Romero Jucá, reeleito senador, e de Ottomar Pinto (PDT), que disputará o segundo turno para governador contra Flamarion Portela (PST).

Gilma disse à PF que foi designada para contratar, por R$ 100, 350 pessoas para fazer boca-de-urna para os candidatos apoiados pela prefeita. O pagamento, segundo Gilma, seria feito em duas parcelas: uma antes e outra depois das eleições do dia 6.

Como muitas pessoas não receberam a segunda parcela, alguns comitês de Jucá e Pinto ficaram cheios de "boqueiros" que reclamavam o pagamento. Os boqueiros também procuraram Gilma para cobrar o dinheiro.

A partir do depoimento de Gilma, a PF apreendeu ontem pelo menos dois simuladores de votos, que teriam sido utilizados pelo grupo político da prefeita.

Pequenos computadores, os simuladores somente aceitavam voto nos candidatos apoiados pela prefeita: José Serra (PSDB) para presidente, Ottomar Pinto (PDT) para governador e Romero Jucá (PSDB) para senador.

Também foram apreendidas relações de nomes de eleitores e mapas de votação que poderiam ser utilizados para organizar a distribuição de dinheiro entre as pessoas que fizeram boca-de-urna.

Antes do primeiro turno, a PF já havia apreendido uma urna manual dentro da Empresa Municipal de Urbanização de Bela Vista. Um funcionário público foi preso em flagrante com a urna.

O uso de simuladores de votos e a compra de votos são atos tipificados como crimes eleitorais.

Além disso, o Ministério Público eleitoral poderá pedir a abertura de processos com base na Lei das Inelegibilidades. Em tese, pode ter havido abuso dos poderes econômico e político. Os envolvidos negam.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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