Publicidade
Publicidade
18/10/2002
-
07h53
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou ontem em São Bernardo do Campo a política econômica do governo. À tarde, de Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu, dizendo que o petista está colocando "sapato alto antes da hora".
Lula classificou a equipe econômica de "cega" e criticou o governo por insistir numa política que, em sua opinião, privilegia o sistema financeiro em detrimento do setor produtivo. "O que deve motivar o investimento do dinheiro é a produção, não a especulação. Lamentavelmente, estamos subordinados à especulação."
FHC, por meio de seu porta-voz, Alexandre Parola, disse que as críticas de Lula à política econômica atual não são válidas porque o petista não teria "domínio pleno" sobre o assunto.
Parola, ao ser questionado sobre a opinião de FHC em relação às declarações de Lula criticando a elevação das taxas de juros e atribuindo à política econômica uma suposta subordinação à especulação, disse: "A esse respeito, o presidente sublinha que é muito ruim a atitude de colocar sapato alto antes da hora e sobretudo falar de assuntos em relação aos quais não tem domínio pleno".
Segundo a Folha apurou, o comentário sobre falta de "domínio pleno" de questões econômicas foi usado por FHC para reforçar a estratégia tucana de mostrar despreparo e falta de conhecimento de Lula para governar.
Lula, ao falar da política econômica, disse que o Brasil "andou para trás". "Era a oitava economia do mundo havia oito anos e passou para a 11ª. O Brasil continua numa política cega, de uma equipe econômica que não enxerga a produção, seja na agricultura ou na indústria, como única possibilidade de o Brasil sair da encalacrada que ele está vivendo", disse.
E completou: "Esse aumento da taxa de juros [de 18% para 21%] não vai resolver o aumento da inflação, que vem dos preços vinculados ao dólar, como do gás, da gasolina e da energia elétrica. Fico preocupado por a equipe econômica não ter em conta que a única coisa que pode ajudar o Brasil neste momento é o crescimento da economia, o aumento das exportações e do mercado interno".
Apesar da crítica, Lula disse que se empenhará em fazer a "transição mais civilizada" da história brasileira, caso vença.
Após a pergunta ser encaminhada a FHC, o presidente reagiu rapidamente e o briefing foi adiantado cerca de duas horas. Há três dias, o presidente disse em discurso que o rumo do país não mudaria se Lula fosse eleito. Anteontem, comandou reunião da campanha tucana e avalizou os ataques a Lula. Ontem, após gravar programas para Serra, FHC interpretou que as críticas do petista passaram do limite, segundo a Folha apurou.
Veja também o especial Eleições 2002
Lula critica economia; FHC acusa 'sapato alto'
da Folha de S.Pauloda Folha de S.Paulo, em Brasília
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou ontem em São Bernardo do Campo a política econômica do governo. À tarde, de Brasília, o presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu, dizendo que o petista está colocando "sapato alto antes da hora".
Lula classificou a equipe econômica de "cega" e criticou o governo por insistir numa política que, em sua opinião, privilegia o sistema financeiro em detrimento do setor produtivo. "O que deve motivar o investimento do dinheiro é a produção, não a especulação. Lamentavelmente, estamos subordinados à especulação."
FHC, por meio de seu porta-voz, Alexandre Parola, disse que as críticas de Lula à política econômica atual não são válidas porque o petista não teria "domínio pleno" sobre o assunto.
Parola, ao ser questionado sobre a opinião de FHC em relação às declarações de Lula criticando a elevação das taxas de juros e atribuindo à política econômica uma suposta subordinação à especulação, disse: "A esse respeito, o presidente sublinha que é muito ruim a atitude de colocar sapato alto antes da hora e sobretudo falar de assuntos em relação aos quais não tem domínio pleno".
Segundo a Folha apurou, o comentário sobre falta de "domínio pleno" de questões econômicas foi usado por FHC para reforçar a estratégia tucana de mostrar despreparo e falta de conhecimento de Lula para governar.
Lula, ao falar da política econômica, disse que o Brasil "andou para trás". "Era a oitava economia do mundo havia oito anos e passou para a 11ª. O Brasil continua numa política cega, de uma equipe econômica que não enxerga a produção, seja na agricultura ou na indústria, como única possibilidade de o Brasil sair da encalacrada que ele está vivendo", disse.
E completou: "Esse aumento da taxa de juros [de 18% para 21%] não vai resolver o aumento da inflação, que vem dos preços vinculados ao dólar, como do gás, da gasolina e da energia elétrica. Fico preocupado por a equipe econômica não ter em conta que a única coisa que pode ajudar o Brasil neste momento é o crescimento da economia, o aumento das exportações e do mercado interno".
Apesar da crítica, Lula disse que se empenhará em fazer a "transição mais civilizada" da história brasileira, caso vença.
Após a pergunta ser encaminhada a FHC, o presidente reagiu rapidamente e o briefing foi adiantado cerca de duas horas. Há três dias, o presidente disse em discurso que o rumo do país não mudaria se Lula fosse eleito. Anteontem, comandou reunião da campanha tucana e avalizou os ataques a Lula. Ontem, após gravar programas para Serra, FHC interpretou que as críticas do petista passaram do limite, segundo a Folha apurou.
Veja também o especial Eleições 2002
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice