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08/08/2000 - 03h59

Justiça cassa bens de dez acusados de desviar dinheiro do Banestado

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da Folha de S.Paulo

A Justiça decretou ontem em Curitiba (PR) o sequestro e a indisponibilidade de bens de dez pessoas acusadas de praticar um desvio de R$ 226 milhões contra a Banestado Leasing, empresa do conglomerado do
Banestado (Banco do Estado do Paraná).

Entre os envolvidos estão o ex-governador de Sergipe e ex-ministro do Interior João Alves Filho (PFL) e do empresário José Edivan do Amorim, seu genro. Eles são acusados de se beneficiar de empréstimos irregulares.

O juiz da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, Salvatore Antonio Astuti, acolheu denúncia do Ministério Público Estadual e concedeu a liminar tornando indisponíveis os bens dos acusados.

As irregularidades estavam sendo investigadas há três anos em conjunto pelos ministérios estadual (MPE) e federal (MPF), que constataram empréstimos fraudulentos a 33 empresas.

Os promotores e procuradores estimam que o prejuízo pode chegar a R$ 344 milhões. Três empresas sergipanas são acusadas de dar um prejuízo de R$ 28,8 milhões à instituição financeira.

"O valor é quase duas vezes o que foi desviado para a construção do fórum do TRT em São Paulo", afirmou o promotor Mateus Eduardo Bertoncini, que participa da investigação.

O procurador da República no Paraná Fernando dos Santos Lima também quer a prisão dos dez envolvidos, dos quais seis eram funcionários da instituição. O pedido está sendo analisado pela Justiça Federal em Curitiba.

As operações foram realizadas entre 95 e 97, na gestão de Oswaldo Magalhães Filho, ex-presidente da instituição que morreu em acidente de carro há dois anos.

O ex-governador de Sergipe teria feito contrato irregular com a Banestado Leasing por meio de sua empresa, a Habitacional Construções S/A.

Para os promotores, ele não ofereceu garantias reais de capacidade do pagamento e realizou tráfico de influência para conseguir o empréstimo (o ex-presidente da Banestado era filho do deputado federal Joaquim dos Santos Filho, do mesmo PFL de Alves Filho).

"Essas pessoas vieram de Sergipe para pegar dinheiro do povo paranaense com a intenção de jamais devolvê-lo", afirmou o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima. A pena prevista para crime contra o sistema
financeiro vai de 3 anos a 12 anos de prisão.

João Alves Filho disse que as denúncias têm "viés político". "O engraçado é que essas coisas só acontecem em tempo de eleição", afirmou. Ele disse estar movendo processo contra o Banestado por prejuízos e danos morais.

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