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19/10/2002 - 17h07

Serra acusa embaixador da Venezuela de "patrulhamento"

GABRIELA ATHIAS
da Folha de S. Paulo

O candidato José Serra (PSDB) acusou o embaixador da Venezuela, Vladimir Villegas, de "patrulhar" sua campanha à Presidência da República. O tucano discursou hoje num evento promovido pelo diretório estadual do partido, em Campinas, interior paulista.

"Agora virou moda até o embaixador de outros países, como o da Venezuela, vir me patrulhar. Eu não disse nada demais. Todos sabem que o PT tem afinidades com o governo da Venezuela. Por que negar isso?"

Villegas disse ontem que Serra está fazendo uma "campanha sistemática" contra a Venezuela. Classificou isso de um "atentado contra a democracia" do seu país e disse que são "pouco amistosas e sem consideração" as afirmações do tucano em relação ao presidente Hugo Chávez.

No mesmo dia, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que as comparações feitas por Serra envolvendo Brasil, Argentina e Venezuela são "superficiais". E o ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, afirmou que as declaração do candidato tucano podem atrapalhar as relações comerciais entre os três países.

Durante o discurso, Serra assegurou que defenderá a "legalidade democrática" na Venezuela de onde estiver. Mas lamentou a declaração do embaixador.

"Qual é o patrulhamento? Eu dizer que o Chávez, na campanha, prometeu o céu e estão [os venezuelanos] muito longe do céu, muito abaixo do céu? O desemprego na Venezuela é mais do dobro do que no nosso país."

Direito de crítica
O presidenciável disse ainda que PSDB recebe bem críticas que lhe são feitas por estar acostumado à democracia. "Do lado de lá todo mundo fala mal do Fernando Henrique e do governo e ninguém fica patrulhando porque estamos numa democracia e acostumados a respeitar o direito de crítica", afirmou.

Referindo-se às mudanças pregadas por seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Serra disse que a Argentina e a Venezuela elegeram presidentes que prometeram mudanças e o resultado foi negativo. "Eles [Fernando de la Rúa, que renunciou, e Chávez] trouxeram mudanças, mas para muito pior".

Depois do discurso de Serra _ que não concedeu entrevista _, o deputado federal reeleito Alberto Goldman falou em nome da campanha tucana. Para o deputado, as declarações do presidente e do ministro são condizentes com os cargos que ocupam. Já os candidatos não precisariam ter este tipo de cautela.

Cerca de 1.500 pessoas (cálculo da organização) compareceram ao evento. Estavam presentes o governador e candidato a reeleição Geraldo Alckmin (PSDB-SP), 26 prefeitos da região e deputados federais eleitos pelo partido.

Os discursos, incluindo o de Serra, foram duros com o PT e tentaram animar a militância, diante do mal desempenho de Serra nas pesquisas: "O PT tem duas caras: a da TV e a do MST", disse o candidato, que afirmou ainda que há o PT da tropa de choque, do Rio de Janeiro.

Todos pregaram que chegou a "hora da virada" de Serra. Goldman disse que o tucano ainda tem chances de se eleger e citou eleições ganhas na última semana.

Carlos Sampaio, deputado federal eleito pelo PSDB, disse que o PT é um partido que "quer libertar sequestradores e que hoje pede a Rota nas ruas".

Salvador Zimbaldi, também eleito deputado federal, disse que José Genoino, candidato do PT ao governo de São Paulo, "não acredita em Deus, na família" e ainda lutou para incluir o aborto na Constituição.

Leia mais no especial Eleições 2002
 

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