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21/10/2002
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05h20
O promotor da Cidadania de Ribeirão Preto, Sebastião Sérgio da Silveira, solicitou às Receitas Federal e Estadual que façam um levantamento contábil nas empresas Gesa, Thathica, Cathita e Supermercado Estrela de Suzano.
Elas participaram de uma licitação, suspensa depois pela Justiça, para fornecimento de 41.787 cestas básicas por R$ 1,25 milhão. O promotor desconfia de que houve direcionamento na licitação.
De acordo com o promotor, serão auditadas as contas das empresas referentes aos últimos dois anos. O objetivo, conforme explicou, é detectar algum tipo de transferência suspeita.
Em maio, a Folha noticiou que o edital de concorrência exigia que cada cesta tivesse uma lata de 330 gramas de "molho de tomate refogado e peneirado, com ervilhas". Comerciantes protestaram contra a exigência, argumentando que o produto não era encontrado no mercado.
A única empresa que fabricava o produto seria a Oderich. Um comerciante da cidade chegou a telefonar para a Oderich para comprar o produto, mas a empresa informou que somente poderia comprá-lo na Cathita.
O vereador Nicanor Lopes (PSDB) também observou que as quatro participantes da licitação tinham um mesmo procurador. Além disso, a Cathita e a Thathica tinham sócios em comum. As mulheres dos donos dessas empresas são proprietárias da Gesa, que acabou fornecendo cestas básicas emergenciais para a Prefeitura de Ribeirão Preto.
Em julho, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a abertura de um inquérito policial para apurar um suposto ilícito penal praticado pelo prefeito Antônio Palocci Filho. A autorização do TJ atendeu ao pedido da Procuradoria Geral de Justiça.
Palocci havia mandado abrir uma sindicância administrativa na prefeitura para investigar se fora cometido alguma irregularidade. A sindicância concluiu que não houve irregularidade. O relatório foi entregue ao Ministério Público Estadual.
O delegado Adilson Massey, que apura o suposto ilícito penal praticado pelo prefeito, afirmou que recebeu cópias da concorrência no começo da semana passada. "Estamos ouvindo os envolvidos e analisando os documentos. Quem vai julgar se houve alguma coisa errada será a Justiça."
Ele deve solicitar, ainda nesta semana, um interrogatório com Palocci que, por ser prefeito, tem o direito de escolher o dia, a hora e o local para ser ouvido. A polícia deve aproveitar o encontro para também ouvi-lo sobre outros dois casos que estão sendo investigados pela Delegacia Seccional: um contrato emergencial (o Cata Galhos) com a Leão & Leão e uma suposta contratação irregular de uma professora.
Veja também o especial Eleições 2002
Promotor de Ribeirão Preto investiga caso das ervilhas
da Folha de S.PauloO promotor da Cidadania de Ribeirão Preto, Sebastião Sérgio da Silveira, solicitou às Receitas Federal e Estadual que façam um levantamento contábil nas empresas Gesa, Thathica, Cathita e Supermercado Estrela de Suzano.
Elas participaram de uma licitação, suspensa depois pela Justiça, para fornecimento de 41.787 cestas básicas por R$ 1,25 milhão. O promotor desconfia de que houve direcionamento na licitação.
De acordo com o promotor, serão auditadas as contas das empresas referentes aos últimos dois anos. O objetivo, conforme explicou, é detectar algum tipo de transferência suspeita.
Em maio, a Folha noticiou que o edital de concorrência exigia que cada cesta tivesse uma lata de 330 gramas de "molho de tomate refogado e peneirado, com ervilhas". Comerciantes protestaram contra a exigência, argumentando que o produto não era encontrado no mercado.
A única empresa que fabricava o produto seria a Oderich. Um comerciante da cidade chegou a telefonar para a Oderich para comprar o produto, mas a empresa informou que somente poderia comprá-lo na Cathita.
O vereador Nicanor Lopes (PSDB) também observou que as quatro participantes da licitação tinham um mesmo procurador. Além disso, a Cathita e a Thathica tinham sócios em comum. As mulheres dos donos dessas empresas são proprietárias da Gesa, que acabou fornecendo cestas básicas emergenciais para a Prefeitura de Ribeirão Preto.
Em julho, o Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a abertura de um inquérito policial para apurar um suposto ilícito penal praticado pelo prefeito Antônio Palocci Filho. A autorização do TJ atendeu ao pedido da Procuradoria Geral de Justiça.
Palocci havia mandado abrir uma sindicância administrativa na prefeitura para investigar se fora cometido alguma irregularidade. A sindicância concluiu que não houve irregularidade. O relatório foi entregue ao Ministério Público Estadual.
O delegado Adilson Massey, que apura o suposto ilícito penal praticado pelo prefeito, afirmou que recebeu cópias da concorrência no começo da semana passada. "Estamos ouvindo os envolvidos e analisando os documentos. Quem vai julgar se houve alguma coisa errada será a Justiça."
Ele deve solicitar, ainda nesta semana, um interrogatório com Palocci que, por ser prefeito, tem o direito de escolher o dia, a hora e o local para ser ouvido. A polícia deve aproveitar o encontro para também ouvi-lo sobre outros dois casos que estão sendo investigados pela Delegacia Seccional: um contrato emergencial (o Cata Galhos) com a Leão & Leão e uma suposta contratação irregular de uma professora.
Veja também o especial Eleições 2002
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