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26/10/2002 - 00h10

Candidatos defendem flexibilização da CLT e prometem empregos

SÍLVIA FREIRE
da Folha Online

Os dois presidenciáveis disseram hoje que são favoráveis à flexibilização da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), sendo que o candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu uma mudança diferenciada entre as empresas e com base em um pacto social.

O projeto de lei que flexibiliza as leis trabalhista já foi aprovado na Câmara dos Deputados e aguarda votação no Senado.

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse que as mudanças podem ampliar a geração de empregos, e citou como exemplo o regime de banco de horas, em que a empresa adequa as horas trabalhadas à exigência da produção, evitando a demissão.

Lula disse que a CUT (Central Única dos Trabalhadores), central ligada ao PT, já adota o regime, ao contrário da Força Sindical, o que acabaria atrapalhando a adoção pelo empresariado. "Os empresário não contratam trabalhadores com regimes diferentes porque não é produtivo", disse Lula.

A eleitora Míriam Conceição, professora desempregada de Belo Horizonte, perguntou aos candidatos sobre como resolver o problema do desemprego. "Me sinto com vergonha e inútil", disse ela.

Os dois candidatos lembraram que já estiveram desempregados _Serra durante o exílio_ e repetiram suas seus compromissos para a criação de postos de trabalho. Lula quantificou: 10 milhões. "Vou fazer porque transformei em uma obsessão minha", disse Lula.

O petista disse que irá utilizar recursos do BNDES e do Banco do Brasil para investir em atividades para gerar empregos na construção civil e na agricultura e priorizar a agricultura familiar.

Serra, na tentativa de enfraquecer as críticas do petista ao governo federal, citou uma reportagem da Folha, em que o candidato do PT ao governo gaúcho, Tarso Genro, diz que tem orgulho do que foi conquistado no atual governo. A frase de Genro, no entanto, fazia referência ao governo estadual de Olívio Dutra (PT).

Lula defendeu o governo gaúcho e disse que foram criados R$ 320 mil empregos nos últimos quatro anos e que o Estado foi o que mais cresceu em emprego industrial.

Formato inédito
O debate da Rede Globo tem formato inédito, só usado nas campanhas dos EUA. Os dois candidatos ficam de pé, em uma arena, cercado por 150 pessoas, e não fazem pergunta um ao outro. As questões são elaboradas por eleitores indecisos, selecionados pelo Ibope para participar do programa.

José Serra (PSDB), além de gravar o último programa eleitoral, passou o dia ensaiando respostas para o debate e até o comportamento diante das câmeras.

Lula, com 32 pontos de vantagem, segundo o último Datafolha, passou o dia também se preparando para o confronto.

No debate do primeiro turno, na quinta-feira antes da votação, a Globo registrou 31 pontos de média. Cada ponto equivale a cerca de 47,5 mil domicílios na Grande SP.

Como faz nos preparativos de "reality shows", a Globo manteve isolados desde ontem, em um hotel do Rio, os eleitores que estão na platéia. Ontem, eles tiveram o único contato com a emissora antes do programa.

À tarde, num salão do hotel, reuniram-se com Ali Kamel, diretor de jornalismo, para conhecer as regras e formular as perguntas. Numa parede, foram colocados cartazes com 20 temas. Sobre esses assuntos, foram elaboradas as perguntas, as últimas que serão respondidas por Lula e Serra como candidatos à Presidência. Em 2002, ao menos.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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