Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
26/10/2002 - 01h17

Veja os principais temas debatidos por Lula e Serra na Rede Globo

da Folha Online

Veja os principais temas do debate da Rede Globo entre os candidatos à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e José Serra (PSDB):

Habitação
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou o debate de hoje na Rede Globo atacando o governo federal por sua atuação na área da habitação. Segundo ele, o governo federal agiu muito pouco nessa área.

Lula falou depois de ouvir a resposta do candidato José Serra (PSDB) a uma questão de uma eleitora. A professora pernambucana Adélia Maria Lima perguntou: "Como é que um pai de família que ganha salário mínimo vai comprar uma casa?".

Serra disse que o poder público tem que subsidiar a construção de casas populares, pois nem todas as pessoas têm dinheiro para aplicar na compra da casa própria.

"Vamos construir 500 mil novas casas por ano, 200 mil a mais do que se constrói hoje", disse o tucano. Segundo ele, para o campo haverá um programa diferente, a "Vila Rural", para que a população do campo não precise vir para a cidade.

Os dois candidatos se cumprimentaram e se abraçaram diante das câmeras assim que entraram no placo, antes do início do debate.

Previdência
O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu uma nova reforma da Previdência durante o último debate entre presidenciáveis, realizado nesta noite pela "Rede Globo". "Defendemos um sistema de aposentadoria universal que responda ao setor público e privado. Queremos preservar o direito adquirido. Ter um teto de até 10 salários mínimos e a partir daí receber outra parte por meio de aposentadoria complementar e ter o mesmo que recebia quando estava na saída."

Lula disse que o aposentado "nunca receberá menos" quando estava na ativa. "Pois é na velhice que mais precisa de dinheiro. Do jeito que é hoje, tem gente que se aposenta com 5 salários mínimos e recebe depois 2 ou 3 salários mínimos. No mundo inteiro, o trabalhador quando se aposenta ganha um prêmio, no Brasil é um castigo."

O petista respondeu a uma pergunta formulada pelo eleitor José Paulo Galhardi Leite, morador do Rio. Todas as questões do último debate serão elaboradas por eleitores indecisos, selecionados pelo Ibope para participar do programa.

Serra aproveitou a resposta de Lula para mostrar a contradição do PT. "O PT votou contra a reforma da Previdência. Essa reforma que agora o candidato Lula defende. Até acho bom. Seria bom esclarecer qual será sua política de salário mínimo para seu governo no ano que vem."

Em vez de responder sobre a política de salário mínimo, Lula criticou a reforma feita pelo PSDB. "Quando falo em reforma não é o arremedo que foi feito. É verdade que precisa ter mais dinheiro. Não foi isso que aconteceu nos últimos 8 anos. a economiam informal passou a ser maior que a formal e o desemprego aumentou. Quando havia muito dinheiro, os recursos foram mal utilizados e não tem como repor esse dinheiro aos cofres."

Programas sociais
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje que os atuais programas sociais do governo tratam o cidadão como se ele estivesse recebendo uma esmola, no debate de hoje na Rede Globo

"Nós estamos confundindo programas sociais com esmola", afirmou. Segundo ele, o cidadão não pode viver dependendo de "favores" do governo.

Lula disse que hoje só são gastos R$ 3,3 bilhões na área social, número que foi questionado pelo candidato José Serra (PSDB). Segundo o tucano, são gastos hoje R$ 28 bilhões, o que inclui o seguro-desemprego e a aposentadoria rural.

Serra destacou que foi responsável pelo Bolsa-Escola, enquanto Lula prometeu criar o projeto de combate à fome, "que será perseguido com obsessão."

Os dois responderam a pergunta do ajudante geral paulista Leandro Oliveira, que questionou as promessas de programas sociais que não se tornam realidade depois das eleições.

Plano de Saúde
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, aproveitou a pergunta sobre planos de saúde, feita durante debate da Rede Globo, para listar suas realizações como ministro da Saúde, principalmente em relação aos idosos.

Inicialmente, Serra não entendeu a pergunta. Ao responder, usou a frase "fizemos avançar muito a saúde, mais falta muito, a saúde está melhor do que ontem e amanhã vai estar melhor que hoje", repetida diversas vezes durante a campanha.

Serra lembrou que como ministro ajudou a regulamentar os planos de saúde, que criou regras para seu funcionamento, e "impedir abusos", como interromper tratamentos.

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, em sua réplica, defendeu um serviço de saúde pública de qualidade para "atender preferencialmente os mais pobres".

Lula reconheceu que houve avanços, mas que ainda é preciso avançar mais. Ele lembrou a demora para conseguir uma consulta no serviço público. "Faz o exame de toque para detectar que tem câncer de mama e demora sete meses para um especialista. A doença não espera".

Na tréplica, Serra disse que nunca se fez tanto pela saúde da mulher e nunca se distribuiu tantos mamógrafos.

Poupança
Na abertura do segundo bloco do último debate entre presidenciáveis, realizado nesta noite pela "Rede Globo", o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a criação de políticas para incentivar a formação da poupança e criação de fundos de pensão. Ele negou a possibilidade de confiscar a poupança da população, caso seja eleito presidente ao responder a uma pergunta formulada por Celso Brum, de Novo Hamburgo (RS).

"Já teve um irresponsável que confiscou a poupança e não conseguiu fazer nenhum benefício. Precisamos é garantir políticas de incentivo para as pessoas fazerem poupança, em fundos de renda fixa", disse.

O petista disse que o povo precisa ter certeza de que o governo vai cuidar direito de seu dinheiro. "O Brasil tem pouco dinheiro para investimento. O Estado não tem dinheiro para investir. Queremos incentivar a poupança. Inclusive a criação de fundos de pensão. Precisa ter nesse país dinheiro circulando para poder comprar. O povo precisa ter a certeza de que o Estado irá devolver o dinheiro que ele aplicou, mas com benefícios. Vamos aumentar a poupança interna."

Na sua vez de responder a mesma pergunta, o tucano José Serra disse que Lula, apesar de ser seu adversário, estava certo. "Não tem nada de sequestro de poupança. Ele tem razão. Tenho de dizer a verdade. Realmente aquilo foi feito e nunca mais será feito. Nada de sequestro, congelamento. Eu tenho o meu dinheiro e acho que é um péssimo negócio investiro no dólar. E o dólar vai cair."

Serra aproveitou sua "deixa" para corrigir a uma crítica feita por Lula sobre o valor do bolsa-alimentação. "Viu Lula, a bolsa-alimentação não é R$ 7, é R$ 15."

Em vez de rebater a crítica, Lula voltou ao tema sobre investimentos. "Não tem nada mais sagrado no país, seja para o trabalhador braçal ou liberal, ter uma sobrinha no orçamento e aplicar num fundo e garantir seu futuro.Quem sabe aplicar em fundo de pensão para ter aposentadoria complementar para não ficar dependendo só da aposentadoria. O Brasil não pode depender de capital externo a vida inteira. O país dará a volta por cima para recuperar a sua alta estima."

Financiamentos
O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, prometeu ampliar o projeto de financiamento de material de construção para moradores de baixa renda, programa criado, segundo ele, quando foi ministro do Planejamento, como uma alternativa para melhorar a vida nas favelas.

Em resposta a pergunta da eleitora Graziela Menezes, de Salvador, que queria saber se os candidatos irão remover as famílias das favelas ou dar ajuda às famílias.

Serra disse que a solução não é removê-las e sim urbanizá-las e citou como exemplo o projeto favela-bairro, implantado por César Maia (PFL-RJ), quando foi prefeito do Rio de Janeiro.

"Você parte da condição de como está e investe para ela deixar de ser favela e passar a ser bairro", disse Serra no debate desta noite na Rede Globo. Serra lembrou que em várias capitais _todas elas administradas por prefeitos aliados_ e citou a ajuda do governo federal nestes programas.

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, em um viés mais popular, disse que morar em favela chega a ser luxo, quando existem muitos brasileiros morando sob viadutos e pontes. Lula disse que quando as favelas estiverem em locais de risco é preciso removê-las, mas o ideal é substituir os barracos por casa.

O petista lembrou que já morou em um barraco e não era bom.

Na réplica, Serra disse que as propostas de seu adversário já estão sendo encaminhadas pelo governo e prometeu dobrar para R$ 4 bilhões os recursos destinados ao projeto que financia a compra de material de construção para a construção de casas;

Tráfico de drogas
O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje, durante o debate de hoje na Rede Globo, que ficaria mais barato combater os traficantes do que tentar recuperar os usuários de drogas. A afirmação foi uma crítica ao candidato José Serra (PSDB), que falava sobre o programa de recuperação adotado em seu governo.

"Fica mais barato evitar que haja o traficante do que que se cure depois", disse Lula. Ele também criticou a proposta de Serra de criar uma Polícia Federal fardada. Não qual seria a utilizada da farda na polícia federal."

Segundo Lula, o governo poderia desapropriar as terras onde fossem encontradas plantações de maconha, o que não é feito. Além disso, o governo federal só teria gasto metade dos R$ 25 milhões destinado para a área.

Serra disse que a recuperação de dependentes de drogas foi uma coisa que "ficou mais de lado."

"Isso que o Lula falou está todo mundo de acordo no Brasil, o problema é como fazer", disse o tucano.

Serra disse que, além de criar a Polícia Federal fardada, irá criar o Ministério da Segurança Pública.

Os candidatos responderam a pergunta do comerciante pernambucano José Carlos Flores sobre tráfico de drogas.

Salário Mínimo
O candidato do PSDB, José Serra, aproveitou o tema "salário mínimo" para provocar seu adversário, o petista Luiz Inácio Lula da Silva, durante o último debate entre os presidenciáveis, realizado nesta noite pela "Rede Globo".

O tucano desafiou Lula a explicar como fará para cumprir sua promessa de dobrar o salário mínimo de R$ 200. Ele respondeu a uma pergunta formulada por Taese Rafaele, de Salvador (BA). "Ele tem proposto 100% em quatro anos. Quero saber como ele [Lula] vai fazer. Para pagar, vamos fazer não só crescer o emprego, como aumentar o número daqueles que pagam a Previdência."

Serra aproveitou para provocar Lula e dizer que os coordenadores do PT já estão prometendo um valor menor que o prometido pelo petista. "Hoje já tem coordenadores da sua campanha dizendo que o aumento do mínimo defende disso, daquilo. Se eu quisse dar uma de Papai Noel proporia R$ 400."

Ao explicar como fará para aumentar o mínimo, Serra disse que o reajuste está relacionada aos gastos da Previdência Social. "Por isso, quando aumenta o mínimo, impacta nas contas do governo. Existe uma lei que permite o mínimo regional e o PT votou contra. Eu proponho um aumento de pelo menos 50% em termos reais.Elevar de R$ 200 para R$ 300 ao longo de quatro anos. Implica a elevar o salário mínimo a mais de R$ 220. Diferente de prometer e não fazer. Interessante seria se Lula explicitasse qual será o aumento que dará para 2003. Ele tem propondo 100% em quatro anos. Quero saber como ele vai fazer."

Na hora de responder, Lula fez questão de lembrar que Serra faz parte do atual governo Fernando Henrique Cardoso, que propôs para 2003 um reajuste do salário mínimo de 5,5%, ou seja, de R$ 200 para R$ 211. "O meu adversário é desse governo. A proposta de elevar em 5,5% o mínimo é desse governo."

Lula disse que não iria fazer nenhuma loucura para reajustar o salário mínimo. "O presidente Tancredo Neves, quando foi eleito, disse que não iria fazer nenhum absurdo para dobrar o salário mínimo. Quando reativar a economia e ter gente com carteira assinada, o aumento do salário mínimo não terá impacto tão grande no déficit da Previdência. Quero lembrar que sou contra o mínimo regional pois havia lugares em que o valor era menor que o fixado por lei."

O tucano prometeu dar um aumento maior que o previsto no Orçamento de 2003. "O relator, o deputado José Aleluia, já disse quais mudanças precisam ser feitas para elevar o mínimo para cima de R$ 220. O Lula não explicitou de novo a proposta."

Lula se sentiu ofendido com as referências feitas por Serra e pediu para responder as críticas. Mas o apresentador William Bonner disse que não era o caso de dar o direito de resposta a Lula.

Segurança
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, disse que seu eventual governo irá criar uma Secretaria da Segurança Pública, ligada diretamente à Presidência da República, para combater a criminalidade, e fazer um pacto com todos os governadores eleitos para discutir o assunto.

Em resposta sobre suas proposta para o combate à criminalidade, feita pelo desempregado Mário Luiz Martins, no debate na TV Globo, Lula prometeu também unificar o salário dos policiais. "Policial ganhando R$ 300 não vai ajudar ninguém", disse o presidenciável.

Lula defendeu maior aparelhamento e treinamento da polícia para acelerar os resultados na área para atuar contra criminosos organizados e aparelhados, com braços no Judiciário, na própria polícia e com contatos internacionais.

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, citou , em sua réplica, os Estados do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, administrados pelo PT e que têm problemas na área de segurança.

Só na tréplica, Lula explorou que a violência e a criminalidade estão ligadas ao problema social e ao desemprego. "Jovens não têm como pagar universidade, que procuram emprego mas não conseguem porque não têm experiência e caem na criminalidade", disse Lula para apresentar seu projeto de subsidiar o primeiro emprego.

Na pergunta feita pelo apresentador Willian Bonner, sobre como combater a criminalidade em uma favela com 200 mil habitantes. As respostas dos dois presidenciáveis foi semelhante: investir em programas sociais.

Tributos
O candidato José Serra (PSDB) disse hoje, durante o debate na Rede Globo, que vai reduzir a carga tributária em um ponto percentual ao ano. Segundo ele, a queda será compensada pelo aumento da arrecadação com o crescimento da economia.

Durante o debate, Serra criticou as administrações petistas. "As prefeituras administradas pelo PT cobram o dobro do impostos sobre serviços e do IPTU que a média das outras cidades", afirmou o tucano.

Já o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o governo federal foi o responsável por aumentar a carga tributária em oito pontos percentuais, para cerca de 35%. Ele também acusou o governo de não fazer a reforma tributária e disse que fará as mudanças nessa área no próximo ano.

Serra disse que a mudança na carga tributária já começou, como a medida provisória que retirou a cumulatividade do PIS. Ele criticou a proposta petista de formar um grupo para analisar qual seria a melhor reforma a ser feita.

"A idéia de que se vai juntar todo mundo para se chegar em uma solução final não vai dar certo. Não adianta dizer que vai juntar todo mundo. A coisa não funciona desse jeito", disse Serra. Segundo ele, Lula não diz como vai fazer a reforma.

Lula afirmou que o governo não faz a reforma porque "a elite brasileira não gosta de pagar imposto"

Os candidatos responderam a pergunta do professor mineiro Cristiano Ferreira sobre o tema.

Câmbio
O candidato do PSDB, José Serra, responsabilizou o risco da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela alta do dólar. Serra aproveitou a pergunta que foi feita a Lula por Gilliano Silva, morador de Curitiba (PR), durante o debate realizado pela "Rede Globo" para alfinetar o presidente nacional do PT, José Dirceu.

"Existe uma incerteza sobre o que vai acontecer no Brasil a partir de 1º de janeiro. Acho bom que o PT tenha mudado suas posições. O José Dirceu, há dois anos propunha não pagar a dívida externa (moratória)", disse Serra.

Lula rebateu ao ataque tucano lembrando que o dólar subiu durante a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso, de quem Serra foi ministro do Planejamento e da Saúde. "Parece verdade, mas não é. O dólar sobe no governo do meu adversário e não no meu. Ficar vendendo responsabilidade para o futuro é fácil. Ficamos dependendo cada vez mais do crédito externo. Nem no tempo da moratória do [ex-presidente José] Sarney faltou crédito internacional ao Brasil. A confiabilidade será recuperada com o meu governo."

O eleitor indeciso Gilliano Silva perguntou a Lula por quê o real não volta mais a valer a mesma coisa que o dólar. Lula disse que o real nunca teve o mesmo valor que o dólar.

"É falso que o real já foi igual ao dólar. Como é falso esse dólar. Só de anunciar que teremos uma transição pacífica, o dólar já caiu. Tenho certeza que o dólar vai cair. Vamos aumentar as exportações e melhorar a vida do povo aqui dentro. A crise não é só o Brasil. Nos Estados Unidas, empresas famosas estavam falsicando balancetes. E o governo brasileiro indexou 30% dos títulos ao câmbio. E tudo isso junto faz o dólar subir. Tem especulador ganhando dinheiro e o povo não pode pagar por isso. Vamos promover a retomada da economia. O Brasil é tão grande que não podemos ter uma política tão vulnerável como temos hoje. Quando isso acontecer, o dólar ficará equilibrado."

Serra concordou que o dólar alto de hoje não é real. "O dólar está com um valor irreal. Não vale tudo isso. Mas por que está assim? Existe uma incerteza sobre o que vai acontecer aqui a partir de 1º de janeiro. A médio prazo o dólar vai cair."

Meio Ambiente
Em resposta à questão sobre meio ambiente no debate desta noite na Rede Globo, os dois presidenciáveis destacaram o saneamento urbano como instrumento para uma melhor qualidade de vida para a população.

"Defendemos o meio ambiente urbanos, que é água limpa, esgoto, avançamos muito na gestão no Ministério da Saúde", disse Serra, explorando sua passagem pela pasta.

"A questão do meio ambiente não é só de uma minoria é uma condição para preservar qualidade de vida", disse Lula em sua réplica.

Ele defendeu os investimentos externos para explorar as riquezas da região amazônica dentro do país e em saneamento básico, "que não se investiu nestes últimos oito anos".

Serra, retrucou dizendo que foram investidos R$ 2 bilhões entre 2001 e 2002, através do Projeto Alvorada, e que irá acelerar investimentos na área e ampliar os recursos para R$ 3 bilhões. Ele prometeu também criar disciplina nas escolas sobre meio ambiente, caso seja eleito.

O advogado Jorge Neves, do Rio de Janeiro, perguntou se os candidatos defendiam a saída de ONGs (organizações não-governamentais) estrangeiras do Brasil , caso seus países de origem não defendam o meio ambiente. A pergunta foi indiretamente dirigida aos Estados Unidos, que não assinou protocolos internacionais e esteve ausente da conferência Rio+10, que discutiu a criação de metas para reduzir a poluição.

Serra disse que estas ONGs podem ajudar a mudar as posições de seus países. "Precisamos fazer aliança com estas ONGs para mudar a posição de seus países. Eu não tiraria essas entidades daqui", disse Serra.

Transporte
Os presidenciáveis apresentaram hoje soluções contrárias para o problema do transporte público nas grandes cidades, durante o debate na Rede Globo.

O candidato José Serra (PSDB) disse que "a solução fundamental é o Metrô". Ele afirmou que vai investir R$ 22 bilhões na expansão dos metrôs existente, como por exemplo nas regiões metropolitanas de São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e Salvador. Segundo ele, o dinheiro virá de financiamentos externos e do governo federal.

O candidato disse que a solução é seguir o que foi feito pelo governador Mário Covas em São Paulo, de transformar do trem de subúrbio em metrô. Ele também criticou o governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra (PT), que não fez isso.

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acusou Serra de vender facilidades, e disse que não haverá dinheiro para fazer esses investimentos. "Não existe dinheiro com a facilidade que se vendeu aqui", disse Lula. "Não vou vender facilidade porque o povo não acredita."

Ele afirmou que não é preciso fazer com que os trens se transformem em Metrô. "Coloca mais trem, coloca mais vagão que a gente resolve o problema", disse Lula.

O presidenciável disse que o sistema brasileiro de transporte deveria seguir o exemplo europeu. "Todas vez que eu viajo para a Itália e para a Alemanha eu fico pensando porque a gente também não faz assim", afirmou o petista.

Os candidatos responderam a pergunta da bancária paulista Lucila Fonseca sobre transporte.

Inflação
O candidato do PSDB, José Serra, chamou de arrogante seu adversário petista, Luiz Inácio Lula da Silva, por se apresentar como "único candidato capaz de construir um pacto social no país" durante o último debate entre presidenciáveis realizado nesta noite pela "Rede Globo".

"Não me apresento como única solução para o país. Não sou arrogante. Digo que sou a melhor opção e não a única. Somos dois candidatos e não me considero único", disse Serra, depois de Lula se dizer a única opção para o país.

Perguntado por Aracy Carvalho, moradora de Viamão (RS), como faria para conter a inflação, Serra adotou o discurso do medo e lembrou da inflação de 80% ao mês.

"Esse é o problema que mais me preocupa. É que mais tem consequência para a população. Você lembra que a inflação já foi de 80% ao mês.Nesse momento, o pressiona os preços é o dólar. O dólar implica em aumento no trigo, farinha, gasolina, pega no pão, macarrão, biscoito. Creio que o dólar vai cair e reiterar que a inflação será controlada", afirmou.

O tucano aproveitou a mesma pergunta para lembrar que o futuro governo terá que seguir a Lei de Responsabilidade Fiscal. "É necessário que próximo governo tenha responsabilidade com seu governo, não gaste demais. É uma coisa ampla a idéia da Responsabilidade Fiscal para o governo atuar de forma responsável. Pois se gastar o que não tem, é o povo quem paga por meio da inflação. Tem de compatibilizar necessidade com disponibilidade"

Na hora de responder a mesma pergunta, Lula prometeu perseguir "noite e dia" o controle da inflação. "Comecei minha vida política brigando contra a inflação. Creio que com exceção de meia dúzia de exploradores, 100% do povo deseja que inflação esteja controlada. Tem milhares de trabalhadores sem conta bancária e que perdem ainda mais, pois não podem aplicar em uma conta remunerada. Faremos da inflação uma briga séria. Não gastaremos mais do que não temos", referindo-se ao cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Na tréplica, Serra voltou a falar da Lei de Responsabilidade Fiscal para criticar o governo do Rio Grande do Sul, administrado por Olívio Dutra, do PT. "Olha, essa questão da Responsabilidade Fiscal, desculpa passar de uma tema que parece não ter relação com inflação, mas tem tudo a ver. É importante utilizar melhor dinheiro do governo. Na nossa luta da Aids, conseguimos economizar R$ 1 bilhão por ano para poder gastar mais. Quero lembrar que o governo do Rio Grande do Sul tem o maior déficit fiscal do país, não tem essa responsabilidade."

Perguntado pelo apresentador Willian Bonner se reduziria os juros, caso não conseguisse controlar a inflação, Lula prometeu "perseguir noite e dia o controle de preços". "Terá que baixar os juros. Sou a única possibilidade do Brasil construir um pacto social e unir trabalhadores, empresários e governo. por meio de um plano de metas. Só poderá reduzir os juros com estabilidade e crescimento da economia e criar condições para reduzir juros. Vou perseguir essa meta noite e dia."

Serra aproveitou a pergunta para lembrar que foi o governo Fernando Henrique Cardoso quem conseguiu reduzir a inflação. "A inflação não será retomada, pois temos experiência nesse tema."

Educação
A afirmação do candidato José Serra (PSDB) de que o PT "queria jogar fora a criança junto com a água do banho", ao falar sobre a progressão continuada nas escolas, levou o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a se irritar e pedir um direito de resposta durante o debate na Rede Globo.

"Não é uma aprovação automática. É um sistema que tem de ser aperfeiçoado. É uma experiência que será melhor formulada no futuro, e não jogar fora", disse Serra.

Segundo o tucano a posição de Lula de "jogar o projeto fora" teria motivação eleitoral. "Essa experiência que o Lula critica foi começada pelo PT", afirmou Serra.

Lula disse que vai acabar com a "reprovação automática", pois ela é um erro. "Quem imaginava a progressão continuada era o educador Paulo Freire, mas a reprovação automática é um erro", afirmou.

Os dois presidenciáveis acabaram "roubando" o tema que havia sido um dos mais polêmicos na discussão entre os candidatos ao governo de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) e José Genoino (PT). Os candidatos responderam a pergunta do funcionário público paulista Mário Pizza
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página