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27/10/2002 - 08h05

Insultos e suspeitas igualam Roriz e Magela no DF

SANDRO LIMA
da Folha de S.Paulo, em Brasília

A indefinição marca o segundo turno da eleição para governador no Distrito Federal. A última pesquisa Ibope aponta empate técnico entre o governador do DF, Joaquim Roriz (PMDB), que concorre à reeleição, e Geraldo Magela (PT). Porém há pesquisas de outros institutos de Brasília que apontam a vitória de Roriz.

O segundo turno no DF é a repetição de uma disputa que já ocorre há três eleições entre petistas e aliados de Roriz ou com o próprio governador. A polarização entre os dois lados envolve insultos, brigas e agressões físicas.

Nos últimos dias, a polícia registrou queixas de agressões, tanto de partidários de Roriz quanto de militantes do PT.

Os insultos não se restringiram aos militantes _nos debates e no horário eleitoral gratuito, os próprios candidatos trocaram acusações. A maioria das acusações trata do suposto envolvimento dos candidatos com grilagem de terras públicas no DF.

A suspeita da participação de Roriz em suposto esquema de grilagem inclui a polêmica sobre a divulgação de fitas com trechos de conversa entre o governador e o empresário e deputado distrital eleito Pedro Passos (PSD), acusado de grilagem. As fitas foram gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial. O caso corre sob segredo de Justiça.

Magela é acusado de suposto envolvimento com Germano Carlos, que também participaria de grilagem, e de ter indicado um ex-assessor para trabalhar pela legalização de um condomínio irregular. Magela nega o envolvimento com Germano e disse que, quando foi secretário de Habitação, impediu a regularização do condomínio.

Tais acusações foram motivo de pedidos na Justiça pela defesa dos dois candidatos para impedir que as fitas fossem publicadas pela imprensa. Magela obteve liminares contra a publicação por três jornais de Brasília -"Jornal da Comunidade", "Tribuna do Brasil" e "Jornal de Brasília"- de trechos de uma fita em que Germano conversa com outra pessoa e envolveria o petista em caso de grilagem de terras públicas.

Já Roriz obteve liminar no Tribunal Regional Eleitoral do DF proibindo o "Correio Braziliense" de publicar trechos da fita e também uma decisão impondo censura prévia ao jornal com o intuito de impedir a suposta publicação de trechos da fita.

Na sexta-feira, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) derrubou a decisão do tribunal regional. Porém as fitas estão sob segredo de Justiça determinado pela primeira instância do Distrito Federal.

CPI
A troca de acusações foi parar na Câmara Legislativa do DF, com a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Grilagem. A instalação da comissão chegou a ser adiada pela bancada governista na Câmara.

Foi retomada quando os deputados distritais incluíram a denúncia contra Magela.

O primeiro depoimento foi de Pedro Passos, que negou as acusações e disse que o governador Roriz não tem envolvimento com grilagem de terras.

O segundo depoimento foi de Orivaldo Ferrari, procurador da empresa Martinez Empreendimentos Imobiliários, que teria pago R$ 330 mil a um ex-assessor de Magela, para ajudar na regularização de um condomínio.

Ferrari acusou Magela de ter obrigado a empresa a contratar seu ex-assessor para viabilizar a regularização do condomínio.

Apoios
Para o segundo turno, o petista conseguiu o apoio de todos os candidatos que disputaram o primeiro turno no Distrito Federal e que foram derrotados, sendo o principal deles o do vice-governador de Roriz, Benedito Domingos (PPB), que rompeu com o governador para disputar a eleição.

Domingos é evangélico e levou parte do segmento para a campanha de Magela. Roriz buscou apoio entre os evangélicos no "varejo" para tentar minimizar o apoio de Domingos.

Para tentar atrair votos dos petistas, o governador chegou a aceitar a proposta do PL do Distrito Federal e lançou material de campanha Roriz-Lula.

O material foi proibido pela Justiça a pedido do PT, mas o PL conseguiu cassar a decisão.

Em seu programa no horário eleitoral gratuito na televisão, Roriz citou o presidenciável petista Luiz Inácio Lula da Silva algumas vezes, mas também o criticou em debates na TV.

Veja também o especial Eleições 2002
 

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