Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
27/10/2002 - 18h58

Aécio sugere "humildade" para tucanos e perfil mais "social-democrata"

PAULO PEIXOTO
da Agência Folha, em Belo Horizonte

Emergindo como um dos principais líderes tucanos na nova fase política do país, o futuro governador de Minas Gerais, Aécio Neves, 42, eleito ainda no primeiro turno, disse hoje que o PSDB deve ser agora "humilde" e retomar a sua origem de partido social-democrático.

"O resultado apontou uma direção contrária ao projeto conduzido pelo nosso governo. É um governo que apresentará méritos grandes e o tempo permitirá que essa avaliação seja feita com maior serenidade. Mas precisamos compreender que houve um recado claro de uma inserção social maior, de um enfrentamento maior das questões sociais, e acho que o PSDB deve, com muita humildade, receber este recado das urnas e, quem sabe, viver o seu recomeço", afirmou.

Aécio disse que o PSDB deve ter como "norte" a recuperação do espaço social-democrático, mas questionado sobre esse papel pretendido pelo PT, disse que isso não vai criar disputas

"Esse campo se fortalece, e é bom para o país. Se efetivamente tivermos outros partidos avançando na construção do campo social-democrático, não há a menor dificuldade em nós termos aí mais de uma força partidária. O importante é que esse campo seja majoritário na aprovação da população no futuro."

Aécio voltou a dizer que vai trabalhar pela governabilidade do próximo governo, ajudando a aprovar os projetos que beneficiam o país.

"Minas exercerá, no limite das suas forças, o seu papel de Estado absolutamente decisivo para a concepção de qualquer projeto de governo, seja do nosso partido ou mesmo de um partido adversário nosso", afirmou.

Quanto ao PSDB, defendeu uma "oposição construtiva". Afirmou que "há uma disposição" dos tucanos com os quais conversou na semana passada, entre eles o senador eleito Tasso Jereissati (CE), que "aponta para o caminho da solidariedade".

"Eu não faria em relação ao PT a mesma oposição que o PT fez em relação a nós. Então, acho que vamos começar um ciclo novo na política brasileira a partir desta segunda-feira."

Sobre a relação do governo de Minas com o governo federal, ele disse que "independentemente da boa relação" que mantém com Lula, a "força de Minas" impõe a boa convivência.

E em um tom conciliador, disse: "Eu não vou nunca jogar para trás, pelo rancor ou no apontamento das incoerências. Vou sempre buscar construir consensos ou ajudar na construção de maiorias".

E elogiou José Serra: "Ele foi um candidato digno, que lutou como pôde, com as suas forças. Ele honrou o PSDB durante toda essa caminhada. Outros nomes não se apresentaram no momento da definição de candidaturas e nós sabíamos das dificuldades".


ACOMPANHE a apuração em tempo real


Leia mais no especial Eleições 2002


 

Publicidade

Publicidade

Publicidade