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27/10/2002 - 21h39

Eleição no Amapá foi uma das mais acirradas do Norte do país

KÁTIA BRASIL
da Agência Folha, em Macapá

Waldez Góes (PDT), 40, é o novo governador do Amapá. Ele venceu a governador e candidata à reeleição Dalva Figueiredo (PT), 41, em uma das disputas mais acirradas entre partidos de esquerda no Norte do país.

Góes atribuiu a vitória a um sentimento de mudança, segundo ele, como o que ocorreu na disputa presidencial. Em 98, ele perdeu sua segunda eleição ao governo do Amapá.

O candidato à época era o ex-governador e senador eleito João Capiberibe, do PSB, partido do prefeito João Henrique Pimentel, que apoiou Góes nesta eleição.

"Prevaleceu a vontade do povo. Eu agradeço a Deus pela saúde que me deu ao conduzir esse processo com sabedoria até aqui", disse.

Góes acompanhou a apuração dos votos em sua residência e depois saiu em carreata festejando pela orla de Macapá. Para ele, a eleição foi decidida pelos votos na capital, em Santana e em Laranjal do Jari-- os dois últimos redutos de petistas.

"Consegui reverter", disse ele, que durante a campanha prometeu a parceria com os prefeitos, empregos e a criação de uma universidade de medicina. "Minha primeira medida será organizar a equipe de transição", afirmou.

Góes também quer ampliar os 50% que tem na bancada estadual, já que o PT anunciou que será oposição. "Vou conversar com o PT que, agora, é o partido do presidente da República. Sem apoio não teremos como ampliar as verbas para o Estado", disse.

A governadora Dalva Figueiredo não acenou em conversas com o adversário, mas reconheceu a derrota. "Não há porque justificar a derrota, mas sei que perdi em Macapá graças a campanha do promotor Pastana [Manoel, um dos autores da ação de cassação contra ela por uso da máquina], disse.

Denúncias
A eleição em Macapá foi marcada por prisões e denúncias. Cerca de 30 pessoas foram presas hoje, sendo três militantes do PT, acusados de compra de votos. Um dos presos em flagrante de crime eleitoral pela Polícia Federal foi o irmão da governadora, o cantor Elielder de Souza Barros.

Às 10h, ele levava numa bolsa R$ 760 divididos em cédulas de R$ 20 ao ser abordado por agentes federais na frente da escola estadual Mário Quirino, zona norte.

Ele não quis dar entrevistas. O advogado do PT, Álvaro Maimoni, negou que o dinheiro encontrado com Barros fosse do partido. "Segundo consta, o dinheiro era do salário dele [Barros]", disse Maimoni.

A votação no Amapá foi praticamente sem filas o que levou cada eleitor a permanecer, no mínimo, dois minutos para digitar na urna eletrônica --não se registrou no Estado votação manual. Já nas ruas de Macapá, o clima era tenso entre os militantes de Dalva e Waldez.

"Apesar de o exército de militantes vermelho [do PT], as eleições transcorreram com tranquilidade, sem incidentes", disse, ao abrir a sessão do pleno que rejeitou por unanimidade a ação de suspeição da governadora Dalva Figueiredo contra os procuradores federais que atuam no Ministério Público Eleitoral, Manoel Pastana, Celso Três e José Cardoso Lopes.

Na decisão que acompanhou o relatório do juiz Paulo Santos, a corte também rejeitou o pedido de afastamento dos procuradores das funções como pedia a ação.

Dalva, que é alvo de um pedido dos procuradores de cassação de registro ou do diploma por uso da máquina na campanha eleitoral, afirma que os procuradores, ao expor à imprensa o teor das denúncias [um suposto desvio de R$ 61,5 milhões do orçamento], favoreceram Waldez Góes.

Veja a página especial do AP

Veja também o especial Eleições 2002
 

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