Publicidade
Publicidade
27/10/2002
-
21h51
da Folha Online
Para o cientista político Reginaldo Mattar Nasser, coordenador do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a orientação da política externa do próximo governo deve vincular as dimensões política e econômica das relações internacionais.
O próximo governo não pode continuar a desenvolver sua política externa do mesmo modo que o governo de Fernando Henrique Cardoso, principalmente em seu segundo mandato, disse Nasser à Folha Online. Segundo o cientista político, a política externa brasileira precisa ser mais integrada.
Nasser vê a atual política externa brasileira como algo desordenado, a "conta gotas", que "não sabe onde quer chegar". Com uma política externa mais integrada, segundo o cientista político, o Brasil poderia ter mais êxitos no campo externo, o que fortaleceria e legitimaria o novo governo no cenário internacional.
Ação limitada
Nasser reconhece que a primeira coisa a ser destacada com relação à ação no cenário internacional é que nos últimos anos tem ficado claro que os países "em desenvolvimento" têm uma limitação, tanto individualmente como em blocos como o Mercosul.
Nasser disse à Folha Online que o caso da Argentina é um aviso alarmante a respeito do quão limitados estão os países em desenvolvimento para negociar no cenário internacional, e do quão dependentes estão dos países desenvolvidos. Por isso, acrescentou, as negociações devem ser priorizadas.
As relações entre Brasil e Estados Unidos devem receber a maior atenção, segundo o cientista político, pelo fato de serem as mais significativas, mas "não deve haver uma aceitação pura e simples das vontades do governo norte-americano".
Lula e Chávez
Apesar de considerar um "devaneio" as comparações feitas entre Lula e o presidente venezuelano Hugo Chávez -que sobreviveu a uma tentativa de golpe de Estado e enfrenta forte oposição, acusado de desenvolver um modelo ao estilo cubano em seu país-, Nasser afirma que é preciso trabalhar para desarticular essa posição.
Segundo o cientista político, é significativo o fato de setores importantes da mídia, da política e da intelectualidade dos Estados Unidos e do Reino Unido vincularem Lula, Chávez e o presidente cubano Fidel Castro, mesmo que de forma sutil.
Nasser chama a atenção para um artigo publicado recentemente pelo jornal norte-americano "Washington Times", que coloca o Brasil no "eixo do mal". O termo "eixo do mal" foi usado pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em janeiro de 2002. Segundo Bush, os três países que constituem o "eixo do mal"-Coréia do Norte, Irã e Iraque- possuem armas de destruição em massa e patrocinam o terrorismo regional e mundial.
Apesar de se tratarem de opiniões isoladas, o Brasil precisa estar atento ao que a mídia internacional em geral diz a seu respeito, não só à posição dos governos, concluiu Nasser.
Veja também o especial Governo Lula
Veja também o especial Eleições 2002
Acompanhe a apuração nos Estados
Acompanhe a apuração para a Presidência
Lula deve unir política e economia na diplomacia, diz especialista
IANA COSSOY PAROda Folha Online
Para o cientista político Reginaldo Mattar Nasser, coordenador do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a orientação da política externa do próximo governo deve vincular as dimensões política e econômica das relações internacionais.
O próximo governo não pode continuar a desenvolver sua política externa do mesmo modo que o governo de Fernando Henrique Cardoso, principalmente em seu segundo mandato, disse Nasser à Folha Online. Segundo o cientista político, a política externa brasileira precisa ser mais integrada.
Nasser vê a atual política externa brasileira como algo desordenado, a "conta gotas", que "não sabe onde quer chegar". Com uma política externa mais integrada, segundo o cientista político, o Brasil poderia ter mais êxitos no campo externo, o que fortaleceria e legitimaria o novo governo no cenário internacional.
Ação limitada
Nasser reconhece que a primeira coisa a ser destacada com relação à ação no cenário internacional é que nos últimos anos tem ficado claro que os países "em desenvolvimento" têm uma limitação, tanto individualmente como em blocos como o Mercosul.
Nasser disse à Folha Online que o caso da Argentina é um aviso alarmante a respeito do quão limitados estão os países em desenvolvimento para negociar no cenário internacional, e do quão dependentes estão dos países desenvolvidos. Por isso, acrescentou, as negociações devem ser priorizadas.
As relações entre Brasil e Estados Unidos devem receber a maior atenção, segundo o cientista político, pelo fato de serem as mais significativas, mas "não deve haver uma aceitação pura e simples das vontades do governo norte-americano".
Lula e Chávez
Apesar de considerar um "devaneio" as comparações feitas entre Lula e o presidente venezuelano Hugo Chávez -que sobreviveu a uma tentativa de golpe de Estado e enfrenta forte oposição, acusado de desenvolver um modelo ao estilo cubano em seu país-, Nasser afirma que é preciso trabalhar para desarticular essa posição.
Segundo o cientista político, é significativo o fato de setores importantes da mídia, da política e da intelectualidade dos Estados Unidos e do Reino Unido vincularem Lula, Chávez e o presidente cubano Fidel Castro, mesmo que de forma sutil.
Nasser chama a atenção para um artigo publicado recentemente pelo jornal norte-americano "Washington Times", que coloca o Brasil no "eixo do mal". O termo "eixo do mal" foi usado pela primeira vez pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, em janeiro de 2002. Segundo Bush, os três países que constituem o "eixo do mal"-Coréia do Norte, Irã e Iraque- possuem armas de destruição em massa e patrocinam o terrorismo regional e mundial.
Apesar de se tratarem de opiniões isoladas, o Brasil precisa estar atento ao que a mídia internacional em geral diz a seu respeito, não só à posição dos governos, concluiu Nasser.
Veja também o especial Governo Lula
Veja também o especial Eleições 2002
Acompanhe a apuração nos Estados
Acompanhe a apuração para a Presidência
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Nomeação de novo juiz do Supremo pode ter impacto sobre a Lava Jato
- Indicação de Alexandre de Moraes vai aprofundar racha dentro do PSDB
- Base no Senado exalta currículo de Moraes e elogia indicação
- Na USP, Moraes perdeu concursos e foi acusado de defender tortura
- Escolha de Moraes só possui semelhança com a de Nelson Jobim em 1997
+ Comentadas
- Manifestantes tentam impedir fala de Moro em palestra em Nova York
- Temer decide indicar Alexandre de Moraes para vaga de Teori no STF
+ EnviadasÍndice