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09/08/2000
-
12h47
MAURICIO PULS
da Folha de S.Paulo
Uma estimativa sobre a composição da nova Câmara Municipal de São Paulo, feita com base na última pesquisa Datafolha, indica que as duas coligações de esquerda, lideradas por Marta Suplicy (PT) e Luiza Erundina (PSB), elegeriam hoje 33 vereadores, 20 a mais do que suas atuais bancadas.
Já as bancadas dos partidos que apóiam o prefeito Celso Pitta (PTN) devem encolher bastante na Câmara Municipal. Juntos, PPB, PMDB, PFL, PTN e PL perderiam 17 de seus vereadores.
A projeção foi feita com base na última pesquisa Datafolha, feita em 26 de julho, que apontou a liderança de Marta Suplicy (PT) com 33%, seguida de Paulo Maluf (PPB) e Luiza Erundina (PSB), ambos com 17%; Romeu Tuma (PFL), 5%; Geraldo Alckmin (PSDB), 4%; Fernando Collor (PRTB), 2%; e Eneas Carneiro (Prona), também com 2%.
Estimativa
A dificuldade para utilizar esses dados para estimar a composição futura da Câmara Municipal é que a votação para prefeito nunca é idêntica à votação para vereador. É possível contudo calcular uma média das eleições anteriores para obter uma projeção mais confiável.
No caso de São Paulo, cada 1% dos votos recebidos pelos candidatos do PT a prefeito nas últimas três eleições (1988, 1992 e 1996) resultaram em 1,1% de vagas na Câmara para sua coligação. Essa taxa caiu para 0,8% no caso do PPB, mas subiu para 1,6% no caso do PSDB e 2,5% no caso do PMDB.
Partidos que em geral recebem votações pequenas para a prefeitura, como o PTB, conseguiram eleger uma bancada bastante superior à proporção dos votos obtida para o Executivo (5,4 vezes).
Ponderando as taxas obtidas pelos partidos nas coligações passadas, chega-se a uma média para cada uma das atuais coligações, exposta no quadro ao lado.
Composição
Com base na última pesquisa, a coligação encabeçada por Marta elegeria 20 dos 55 vereadores (36% da Câmara Municipal), um resultado semelhante ao obtido pela coligação petista em 1988.
Naquele ano, a candidata do PT à prefeitura obteve cerca de 30% dos votos, e sua coligação elegeu 34% do Legislativo paulistano (18 dos 53 vereadores).
Já a bancada do PPB, que elegeu 19 vereadores em 1996 e hoje está reduzida a 10, encolheria um pouco mais, para 7 vereadores. Em geral, o PPB elege proporcionalmente menos vereadores.
Na eleição passada, por exemplo, o candidato do PPB teve 45% dos votos no primeiro turno, mas sua coligação (PPB-PFL) só preencheu 21 vagas, ou seja, 38% do total da Câmara Municipal.
Isso ocorre em boa parte porque existe, nas eleições para a Prefeitura de São Paulo, uma aliança informal entre o candidato do PPB com candidatos a vereador de outros partidos, como o PTB, PFL e PMDB, por exemplo.
Daí a enorme desproporção entre a votação dessas legendas para o Executivo e para o Legislativo municipal.
"Sobras"
Com exceção do PPB, porém, todos os grandes partidos elegem bancadas na Câmara Municipal superiores ao seu desempenho eleitoral efetivo.
Essa sobre-representação decorre da distribuição das chamadas "sobras".
Como os micropartidos não atingem o patamar mínimo para a eleição de vereadores, em boa medida porque o número de votos brancos entra no cálculo do quociente eleitoral, as vagas correspondentes a esses votos são redistribuídas entre os partidos que alcançaram o quociente.
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Esquerda deve obter maioria na Câmara de São Paulo
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da Folha de S.Paulo
Uma estimativa sobre a composição da nova Câmara Municipal de São Paulo, feita com base na última pesquisa Datafolha, indica que as duas coligações de esquerda, lideradas por Marta Suplicy (PT) e Luiza Erundina (PSB), elegeriam hoje 33 vereadores, 20 a mais do que suas atuais bancadas.
Já as bancadas dos partidos que apóiam o prefeito Celso Pitta (PTN) devem encolher bastante na Câmara Municipal. Juntos, PPB, PMDB, PFL, PTN e PL perderiam 17 de seus vereadores.
A projeção foi feita com base na última pesquisa Datafolha, feita em 26 de julho, que apontou a liderança de Marta Suplicy (PT) com 33%, seguida de Paulo Maluf (PPB) e Luiza Erundina (PSB), ambos com 17%; Romeu Tuma (PFL), 5%; Geraldo Alckmin (PSDB), 4%; Fernando Collor (PRTB), 2%; e Eneas Carneiro (Prona), também com 2%.
Estimativa
A dificuldade para utilizar esses dados para estimar a composição futura da Câmara Municipal é que a votação para prefeito nunca é idêntica à votação para vereador. É possível contudo calcular uma média das eleições anteriores para obter uma projeção mais confiável.
No caso de São Paulo, cada 1% dos votos recebidos pelos candidatos do PT a prefeito nas últimas três eleições (1988, 1992 e 1996) resultaram em 1,1% de vagas na Câmara para sua coligação. Essa taxa caiu para 0,8% no caso do PPB, mas subiu para 1,6% no caso do PSDB e 2,5% no caso do PMDB.
Partidos que em geral recebem votações pequenas para a prefeitura, como o PTB, conseguiram eleger uma bancada bastante superior à proporção dos votos obtida para o Executivo (5,4 vezes).
Ponderando as taxas obtidas pelos partidos nas coligações passadas, chega-se a uma média para cada uma das atuais coligações, exposta no quadro ao lado.
Composição
Com base na última pesquisa, a coligação encabeçada por Marta elegeria 20 dos 55 vereadores (36% da Câmara Municipal), um resultado semelhante ao obtido pela coligação petista em 1988.
Naquele ano, a candidata do PT à prefeitura obteve cerca de 30% dos votos, e sua coligação elegeu 34% do Legislativo paulistano (18 dos 53 vereadores).
Já a bancada do PPB, que elegeu 19 vereadores em 1996 e hoje está reduzida a 10, encolheria um pouco mais, para 7 vereadores. Em geral, o PPB elege proporcionalmente menos vereadores.
Na eleição passada, por exemplo, o candidato do PPB teve 45% dos votos no primeiro turno, mas sua coligação (PPB-PFL) só preencheu 21 vagas, ou seja, 38% do total da Câmara Municipal.
Isso ocorre em boa parte porque existe, nas eleições para a Prefeitura de São Paulo, uma aliança informal entre o candidato do PPB com candidatos a vereador de outros partidos, como o PTB, PFL e PMDB, por exemplo.
Daí a enorme desproporção entre a votação dessas legendas para o Executivo e para o Legislativo municipal.
"Sobras"
Com exceção do PPB, porém, todos os grandes partidos elegem bancadas na Câmara Municipal superiores ao seu desempenho eleitoral efetivo.
Essa sobre-representação decorre da distribuição das chamadas "sobras".
Como os micropartidos não atingem o patamar mínimo para a eleição de vereadores, em boa medida porque o número de votos brancos entra no cálculo do quociente eleitoral, as vagas correspondentes a esses votos são redistribuídas entre os partidos que alcançaram o quociente.
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