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28/10/2002
-
04h32
Colunista da Folha de S.Paulo
FÁBIO ZANINI
PLÍNIO FRAGA
da Folha de S.Paulo
O presidente do PT, o deputado José Dirceu (SP), em entrevista coletiva concedida na tarde ontem, no hotel Meliá, anunciou que a equipe de transição para o governo Lula será divulgada amanhã. "Vai haver uma transição organizada, institucional", disse. Também amanhã, Lula tem encontro marcado com o presidente Fernando Henrique Cardoso para a discussão da agenda da transição e da participação do PT na revisão do acordo com o FMI, que está prevista para novembro.
O deputado adiantou que a equipe será composta por nomes que nada tem a ver com o futuro ministério do governo petista. "A equipe de transição é técnica, para fazer o diagnóstico do governo, para tomar conhecimento da situação administrativa."
Sobre a composição do ministério, o presidente do PT afirmou os nomes serão anunciados no tempo necessário.
Dirceu assegurou que o presidente eleito pretende manter um diálogo amplo, com todos os partidos, em seu governo. "Todos os que apoiaram o Lula serão ouvidos. E Lula procurará todos os partidos, inclusive PSDB."
José Dirceu explicou que o programa petista tem três prioridades durante o período de transição: o orçamento, as questões tributárias e o artigo 192 (que rege o funcionamento do Banco Central). "O Brasil tem recursos. Lula vai combater a pobreza, a insegurança que existe no país, independente das restrições orçamentárias. Vamos cumprir o que anunciamos na campanha eleitoral. Já estamos pensando no governo."
O comando da campanha petista passou o dia reunido ontem para concluir os nomes de integrantes da equipe de transição de Lula. O núcleo central da equipe repetirá a coordenação geral da campanha, provavelmente acrescido de representantes de aliados do segundo turno, do empresariado e/ ou do mercado financeiro.
Dirceu deve comandar a equipe de transição, atuando em conjunto com Antônio Palocci, que coordenou a elaboração do projeto de programa de governo, Luiz Dulci, secretário-geral do PT, Luiz Gushiken, homem de confiança de Dirceu e Lula, e Gilberto Carvalho, espécie de chefe de Gabinete do candidato petista.
O governo destinou 51 cargos para a equipe de transição. Entre esses, devem figurar os nomes dos economistas Guido Mantega e José Graziano, o deputado federal Jorge Bittar (RJ), encarregado de discutir o Orçamento de 2003, e o físico Luiz Pinguelli Rosa, para a área de energia.
Os jornalistas André Singer, porta-voz da campanha e nome forte para desempenhar o mesmo papel na equipe de transição e no governo, e Ricardo Kotscho, principal assessor de imprensa de Lula, são cotados para cargos semelhantes na equipe de transição.
Ministério
O ministério de fato de Lula só tinha, até ontem, dois nomes indicados virtualmente indicados: Dirceu, para a área política, e Palocci, para a área econômica.
"Da composição do ministério vão participar os partidos e setores que apoiaram Lula. E setores da sociedade, porque não será um ministério só de partidos. É mais plausível que seja um governo de centro-esquerda. A tendência é essa", afirmou Dirceu.
Mas as duas indicações reforçam as informações das mais diferentes fontes do PT no sentido de que o governo Lula será uma espécie de "Marta plus". Ou seja, conterá um núcleo do próprio partido (como é o caso de Dirceu e Palocci), mas incluirá uma porção de nomes externos.
O que quer dizer, exatamente, um governo "Marta plus"? Primeiro que incorporará nomes que não são do PT, como a prefeita Marta Suplicy o fez em São Paulo com o secretário das Finanças, João Sayad, um ex-banqueiro, e o urbanista Jorge Wilheim. Mas, como Lula abriu-se mais do que Marta para setores e partidos extra-PT, durante a campanha, a idéia é chamar mais nomes não petistas para o primeiro escalão.
Há boa chance de o ministro da Fazenda ser um empresário, setor que pode ganhar igualmente a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Seria uma maneira de acalmar os mercados. Mas Lula resiste à idéia de antecipar a indicação do ministro da Fazenda e/ ou do presidente do Banco Central.
Veja também o especial Governo Lula
Veja também o especial Eleições 2002
Acompanhe a apuração nos Estados
Acompanhe a apuração para a Presidência
Equipe de transição será anunciada na 3ª
CLÓVIS ROSSIColunista da Folha de S.Paulo
FÁBIO ZANINI
PLÍNIO FRAGA
da Folha de S.Paulo
O presidente do PT, o deputado José Dirceu (SP), em entrevista coletiva concedida na tarde ontem, no hotel Meliá, anunciou que a equipe de transição para o governo Lula será divulgada amanhã. "Vai haver uma transição organizada, institucional", disse. Também amanhã, Lula tem encontro marcado com o presidente Fernando Henrique Cardoso para a discussão da agenda da transição e da participação do PT na revisão do acordo com o FMI, que está prevista para novembro.
O deputado adiantou que a equipe será composta por nomes que nada tem a ver com o futuro ministério do governo petista. "A equipe de transição é técnica, para fazer o diagnóstico do governo, para tomar conhecimento da situação administrativa."
Sobre a composição do ministério, o presidente do PT afirmou os nomes serão anunciados no tempo necessário.
Dirceu assegurou que o presidente eleito pretende manter um diálogo amplo, com todos os partidos, em seu governo. "Todos os que apoiaram o Lula serão ouvidos. E Lula procurará todos os partidos, inclusive PSDB."
José Dirceu explicou que o programa petista tem três prioridades durante o período de transição: o orçamento, as questões tributárias e o artigo 192 (que rege o funcionamento do Banco Central). "O Brasil tem recursos. Lula vai combater a pobreza, a insegurança que existe no país, independente das restrições orçamentárias. Vamos cumprir o que anunciamos na campanha eleitoral. Já estamos pensando no governo."
O comando da campanha petista passou o dia reunido ontem para concluir os nomes de integrantes da equipe de transição de Lula. O núcleo central da equipe repetirá a coordenação geral da campanha, provavelmente acrescido de representantes de aliados do segundo turno, do empresariado e/ ou do mercado financeiro.
Dirceu deve comandar a equipe de transição, atuando em conjunto com Antônio Palocci, que coordenou a elaboração do projeto de programa de governo, Luiz Dulci, secretário-geral do PT, Luiz Gushiken, homem de confiança de Dirceu e Lula, e Gilberto Carvalho, espécie de chefe de Gabinete do candidato petista.
O governo destinou 51 cargos para a equipe de transição. Entre esses, devem figurar os nomes dos economistas Guido Mantega e José Graziano, o deputado federal Jorge Bittar (RJ), encarregado de discutir o Orçamento de 2003, e o físico Luiz Pinguelli Rosa, para a área de energia.
Os jornalistas André Singer, porta-voz da campanha e nome forte para desempenhar o mesmo papel na equipe de transição e no governo, e Ricardo Kotscho, principal assessor de imprensa de Lula, são cotados para cargos semelhantes na equipe de transição.
Ministério
O ministério de fato de Lula só tinha, até ontem, dois nomes indicados virtualmente indicados: Dirceu, para a área política, e Palocci, para a área econômica.
"Da composição do ministério vão participar os partidos e setores que apoiaram Lula. E setores da sociedade, porque não será um ministério só de partidos. É mais plausível que seja um governo de centro-esquerda. A tendência é essa", afirmou Dirceu.
Mas as duas indicações reforçam as informações das mais diferentes fontes do PT no sentido de que o governo Lula será uma espécie de "Marta plus". Ou seja, conterá um núcleo do próprio partido (como é o caso de Dirceu e Palocci), mas incluirá uma porção de nomes externos.
O que quer dizer, exatamente, um governo "Marta plus"? Primeiro que incorporará nomes que não são do PT, como a prefeita Marta Suplicy o fez em São Paulo com o secretário das Finanças, João Sayad, um ex-banqueiro, e o urbanista Jorge Wilheim. Mas, como Lula abriu-se mais do que Marta para setores e partidos extra-PT, durante a campanha, a idéia é chamar mais nomes não petistas para o primeiro escalão.
Há boa chance de o ministro da Fazenda ser um empresário, setor que pode ganhar igualmente a pasta do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
Seria uma maneira de acalmar os mercados. Mas Lula resiste à idéia de antecipar a indicação do ministro da Fazenda e/ ou do presidente do Banco Central.
Veja também o especial Governo Lula
Veja também o especial Eleições 2002
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