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28/10/2002
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10h11
Veja, abaixo, a repercussão que teve a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República:
José Serra (PSDB), candidato derrotado no 2º turno:
"Ao vencedor desejo boa sorte na condução dos destinos do nosso Brasil. E boa sorte no cumprimento das promessas e compromissos de campanha que ele assumiu."
Ciro Gomes (PPS), candidato derrotado no 1º turno:
"Eu penso que o Lula tem uma chance de ouro de consertar. Agora, se ele não parte para consertar, vai ser uma frustração muito grande. A situação no Brasil é muito grave, muito delicada. Esse modelo econômico não se sustenta. A tarefa dele é muito complexa. O prazo para isso também não é muito elástico. Mas eu quero crer que ele tem a capacidade, com esse capital político, de mobilizar o que há de melhor no país para diminuir os riscos dessa mudança. Ele tem um capital político extraordinário, histórico. Se ele der utilização a esse capital na primeira hora, não perder tempo, ele vai ter maioria tranquila no Congresso."
Hugo Chávez, presidente da Venezuela:
"Os triunfos eleitorais de Lula e de Lúcio Gutierrez [Equador] fortalecem a democracia e representam povos buscando suas próprias raízes."
Raymundo Magliano Filho, presidente da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo):
"O problema de qualquer governo será a governabilidade. Por isso, deveria haver um pacto apartidário, com uma agenda mínima com tudo o que seja prioridade para todos os brasileiros. Quando Antônio Palocci e Aloizio Mercadante, em visita à Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], disseram que o mercado de capitais era para financiar as indústrias e gerar empregos, deram sinalização fundamental a todos os brasileiros."
Eduardo Eugênio Gouvêia Vieira, presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro):
"O novo governo terá como principal desafio administrar as expectativas de diversos setores. Como a esperança é enorme, e é por isso que o Lula está sendo eleito, terá que cuidar disso posteriormente. O mercado já começou a se acalmar na semana passada. É difícil prever o próximo ano. Mas, se os EUA não fizerem nenhuma "estripulia", ou seja, não afetarem o equilíbrio da paz mundial, acho que os juros irão cair, gerando mais empregos. Na medida em que os especuladores virem que o Brasil é mais forte do que eles imaginam, vão se arrepender de tirar o dinheiro daqui. Esses analistas que dão notas ao país sem conhecer nada serão cobrados por seus clientes."
Armando Monteiro Neto, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria):
"Acho que [a eleição de Lula] é algo muito importante. É um teste verdadeiro de alternância de poder, um marco, uma demonstração de amadurecimento da democracia."
Rubens Approbato Machado, presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil):
"O resultado da eleição consolida a democracia brasileira, mas ao mesmo tempo é uma advertência para os eleitos. O eleitor está cobrando mudanças para diminuir as profundas desigualdades sociais. De nada adiantam moeda forte e estabilidade econômica se na base da pirâmide prevalecem a violência, a fome, o desemprego e a injustiça."
Romeu Chap Chap, presidente do Secovi (Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo):
"A maior dificuldade do novo governo será reduzir as taxas de juros e fazer com que a economia comece a produzir num ritmo maior. Nenhuma empresa tem condições de investir com as taxas de juros de hoje. Lula vai renegociar com o FMI, mas em condições melhores, a própria vitória da oposição já cria perspectivas positivas para o país."
Luís Hafers, presidente da Sociedade Rural Brasileira:
"O grande desafio do governo Lula em relação à classe rural será vencer o ressentimento. Nosso setor ainda tem uma certa desconfiança do PT por conta do discurso antigo do partido, que nos era desfavorável. Mas, superando rancores e ressentimentos, tenho uma visão esperançosa quanto ao governo Lula. De forma geral, acho um erro, uma injustiça e um exagero dizer que o Brasil acabará com o Lula. Ele não é o meu candidato, mas sua eleição representa uma vitória da democracia. Por isso, acredito que ele conseguirá fazer um bom governo."
João Pedro Stedile, ideólogo do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra):
"Lula terá enormes desafios para enfrentar o grande capital norte-americano. As corporações, os bancos, o FMI [Fundo Monetário Internacional] e o Banco Mundial farão tudo para não mudar nada, mas o povo quer mudanças, e esse será o grande dilema do governo Lula. Acredito que na reforma agrária poderemos ter muitos avanços. É a área mais fácil para o governo Lula avançar. Pior vai ser na questão da dívida externa, na distribuição de renda."
Sérgio Haberfeld, presidente do conselho de administração da Dixie-Toga:
"Controlar a inflação será o maior desafio de Lula. Para conseguir isso, o governo não poderá reduzir demais os juros num primeiro momento. Só depois das reformas fiscais e da Previdência terá condições de alterar a política de juros. Acredito que Lula estará muito mais voltado à produção do que ao setor financeiro. E isso causará uma grande transformação no país."
Boris Tabacof, presidente do conselho de administração da Cia. Suzano de Papel e Celulose:
"O maior problema do governo Lula será restabelecer as linhas de crédito para o país, que ficaram mais escassas nos últimos meses, especialmente como reação à alta do dólar. O novo governo deve transmitir confiança para os mercados interno e externo, estimular as exportações e honrar compromissos."
Synésio Batista da Costa, presidente da Abrinq (Associação Brasileira da Indústria de Brinquedos):
"O maior problema que o novo governo vai enfrentar são as contas externas. Mas os credores do Brasil vão olhar o país de uma melhor forma ao verem o apoio que Lula teve nesta eleição. A saída desse governo é resolver o problema da produção. O Brasil tem de deixar de ser refém da dívida externa."
Carlos Tilkian, dono da Estrela:
"A minha expectativa em relação ao governo de Lula é positiva, especialmente porque o setor produtivo industrial últimos oito anos não teve um canal de comunicação com o governo e foi o que mais sofreu por conta da política econômica adotada. O modelo econômico proposto pelo PT defende o aumento da produção industrial como fundamental para gerar mais empregos."
Veja também o especial Governo Lula
Veja a repercussão da vitória de Lula para a Presidência
da Folha OnlineVeja, abaixo, a repercussão que teve a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a Presidência da República:
"Ao vencedor desejo boa sorte na condução dos destinos do nosso Brasil. E boa sorte no cumprimento das promessas e compromissos de campanha que ele assumiu."
"Eu penso que o Lula tem uma chance de ouro de consertar. Agora, se ele não parte para consertar, vai ser uma frustração muito grande. A situação no Brasil é muito grave, muito delicada. Esse modelo econômico não se sustenta. A tarefa dele é muito complexa. O prazo para isso também não é muito elástico. Mas eu quero crer que ele tem a capacidade, com esse capital político, de mobilizar o que há de melhor no país para diminuir os riscos dessa mudança. Ele tem um capital político extraordinário, histórico. Se ele der utilização a esse capital na primeira hora, não perder tempo, ele vai ter maioria tranquila no Congresso."
"Os triunfos eleitorais de Lula e de Lúcio Gutierrez [Equador] fortalecem a democracia e representam povos buscando suas próprias raízes."
"O problema de qualquer governo será a governabilidade. Por isso, deveria haver um pacto apartidário, com uma agenda mínima com tudo o que seja prioridade para todos os brasileiros. Quando Antônio Palocci e Aloizio Mercadante, em visita à Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], disseram que o mercado de capitais era para financiar as indústrias e gerar empregos, deram sinalização fundamental a todos os brasileiros."
"O novo governo terá como principal desafio administrar as expectativas de diversos setores. Como a esperança é enorme, e é por isso que o Lula está sendo eleito, terá que cuidar disso posteriormente. O mercado já começou a se acalmar na semana passada. É difícil prever o próximo ano. Mas, se os EUA não fizerem nenhuma "estripulia", ou seja, não afetarem o equilíbrio da paz mundial, acho que os juros irão cair, gerando mais empregos. Na medida em que os especuladores virem que o Brasil é mais forte do que eles imaginam, vão se arrepender de tirar o dinheiro daqui. Esses analistas que dão notas ao país sem conhecer nada serão cobrados por seus clientes."
"Acho que [a eleição de Lula] é algo muito importante. É um teste verdadeiro de alternância de poder, um marco, uma demonstração de amadurecimento da democracia."
"O resultado da eleição consolida a democracia brasileira, mas ao mesmo tempo é uma advertência para os eleitos. O eleitor está cobrando mudanças para diminuir as profundas desigualdades sociais. De nada adiantam moeda forte e estabilidade econômica se na base da pirâmide prevalecem a violência, a fome, o desemprego e a injustiça."
"A maior dificuldade do novo governo será reduzir as taxas de juros e fazer com que a economia comece a produzir num ritmo maior. Nenhuma empresa tem condições de investir com as taxas de juros de hoje. Lula vai renegociar com o FMI, mas em condições melhores, a própria vitória da oposição já cria perspectivas positivas para o país."
"O grande desafio do governo Lula em relação à classe rural será vencer o ressentimento. Nosso setor ainda tem uma certa desconfiança do PT por conta do discurso antigo do partido, que nos era desfavorável. Mas, superando rancores e ressentimentos, tenho uma visão esperançosa quanto ao governo Lula. De forma geral, acho um erro, uma injustiça e um exagero dizer que o Brasil acabará com o Lula. Ele não é o meu candidato, mas sua eleição representa uma vitória da democracia. Por isso, acredito que ele conseguirá fazer um bom governo."
"Lula terá enormes desafios para enfrentar o grande capital norte-americano. As corporações, os bancos, o FMI [Fundo Monetário Internacional] e o Banco Mundial farão tudo para não mudar nada, mas o povo quer mudanças, e esse será o grande dilema do governo Lula. Acredito que na reforma agrária poderemos ter muitos avanços. É a área mais fácil para o governo Lula avançar. Pior vai ser na questão da dívida externa, na distribuição de renda."
"Controlar a inflação será o maior desafio de Lula. Para conseguir isso, o governo não poderá reduzir demais os juros num primeiro momento. Só depois das reformas fiscais e da Previdência terá condições de alterar a política de juros. Acredito que Lula estará muito mais voltado à produção do que ao setor financeiro. E isso causará uma grande transformação no país."
"O maior problema do governo Lula será restabelecer as linhas de crédito para o país, que ficaram mais escassas nos últimos meses, especialmente como reação à alta do dólar. O novo governo deve transmitir confiança para os mercados interno e externo, estimular as exportações e honrar compromissos."
"O maior problema que o novo governo vai enfrentar são as contas externas. Mas os credores do Brasil vão olhar o país de uma melhor forma ao verem o apoio que Lula teve nesta eleição. A saída desse governo é resolver o problema da produção. O Brasil tem de deixar de ser refém da dívida externa."
"A minha expectativa em relação ao governo de Lula é positiva, especialmente porque o setor produtivo industrial últimos oito anos não teve um canal de comunicação com o governo e foi o que mais sofreu por conta da política econômica adotada. O modelo econômico proposto pelo PT defende o aumento da produção industrial como fundamental para gerar mais empregos."
Veja também o especial Governo Lula
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