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28/10/2002 - 21h12

Manter Fraga no BC no início de governo de Lula cria divergência no PT

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

A possibilidade de manter Armínio Fraga à frente do Banco Central no início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva está gerando divergências internas no PT. Uma ala do partido defende essa possibilidade, enquanto outra deseja que o presidente do BC de Lula assuma o cargo já na primeira semana de janeiro de 2003.

Para os defensores da primeira idéia, o futuro presidente do BC deve ser sabatinado pelo próximo Senado, cuja composição sofreu uma alteração de 2/3 nas eleições de 2002.

Segundo um dos defensores dessa idéia, manter Fraga no BC não seria dar crédito para a atual política monetária em vigor no governo de Fernando Henrique Cardoso e sim prestigiar o novo Senado.

Já a segunda ala é favorável a uma idéia proposta pelo ministro Pedro Malan (Fazenda), de Lula anunciar imediatamente o futuro presidente do BC para que ele possa ser sabatinado ainda este ano pelo Senado.

Dessa forma, o futuro presidente do BC tomaria posse já na primeira semana de janeiro de 2003, junto com Lula e sua equipe de governo.
O presidente Fernando Henrique Cardoso se mostrou hoje favorável à nomeação de um nome do PT para integrar a diretoria do BC antes mesmo da posse de Lula, marcada para 1º de janeiro.

Se a primeira idéia for vitoriosa, o futuro presidente do BC tomaria posse, na melhor das hipóteses, em fevereiro de 2003, quando acaba o período de recesso parlamentar.

Para quem defende a permanência de Fraga no BC num primeiro momento, não existe perigo para o governo petista nem motivo para a idéia ser criticada pelo mercado. "O mercado gosta tanto de Fraga que deveria aceitar bem essa idéia. Além disso, Fraga não tomaria nenhuma decisão que pudesse se chocar com o governo de Lula", disse um dos coordenadores do programa do presidente eleito.

No PT ganha força a idéia de regulamentar o artigo 192 da Constituição, que dá autonomia operacional ao BC. Pela proposta em estudo no PT, os mandatos no BC teriam quatro anos e seriam propositalmente "cruzados" com o do presidente da República _ou seja, teriam início no meio de um mandato e iriam até a metade da gestão seguinte. Se essa idéia prevalecer, as chances de Fraga permanecer nos primeiros dias de mandato de Lula são grandes.

Mas a permanência de Fraga no futuro governo de Lula seria curto. Lula já anunciou que não pretende mantê-lo no BC e que conta com outros "nomes tão ou mais competentes" que Fraga e capazes de trabalhar não só "por meios técnicos, mas com o coração" dentro e fora do PT para assumir o cargo.

Leia mais no especial Eleições 2002

Veja também o especial Governo Lula
 

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