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30/10/2002 - 02h50

BNDES não deve emprestar mais dinheiro à Globopar, indica Lula

WLADIMIR GRAMACHO
da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva indicou ontem que, no governo do PT, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) não deverá emprestar mais dinheiro à Globopar, holding da família Roberto Marinho.

Após o encontro de Lula com o presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), a Folha perguntou por duas vezes a Lula se o BNDES daria financiamento à Globopar. Nas duas, o presidente eleito moveu o indicador de um lado para outro, em negativa.

Depois de receber injeções de capital ao longo do ano, a Globopar Comunicações e Participações anunciou anteontem um reescalonamento da dívida externa de US$ 1,5 bilhão. A holding culpou a alta do dólar ao justificar sua decisão. Em 90 dias, a empresa pretende anunciar um novo cronograma de pagamentos.

Em março deste ano, o BNDES participou de operação para renovar debêntures emitidas pela Globopar que estavam vencendo. O banco utilizou cerca de R$ 30 milhões na operação.

Anteontem, Lula esteve na sede da Globo, em São Paulo, das 19h50 às 22h55. Nessas 3h05min, o presidente eleito permaneceu por cerca de 1h15min ao vivo durante o "Jornal Nacional".

Segundo o assessor de imprensa de Lula, Ricardo Kotscho, Lula não conversou com ninguém da empresa de comunicação sobre a decisão da Globopar de suspender o pagamento de sua dívida.

Kotscho disse que a permanência de Lula na sede da TV Globo se deveu a duas entrevistas concedidas no local: uma à rede de televisão CNN e à revista "Newsweek".

O assessor de imprensa também classificou como "coincidência" o fato de Lula estar na Globo no mesmo dia em que a Globopar anunciou sua reestruturação. "Para falar para o Brasil, tem que ser pela [TV] Globo", justificou.

Ainda anteontem à noite, o presidente do PT, José Dirceu, defendeu o socorro financeiro, com recursos públicos, a grupos de comunicação de capital nacional que estejam endividados. Em entrevista ao "Roda Viva" (TV Cultura), considerou ser "assunto de Estado" o risco de falência de empresas que têm função pública.

A Globopar controla a TV a cabo Net, o portal de internet Globo.com e a Editora Globo. Não estão sob gestão da holding a TV Globo, o jornal "O Globo" e o Sistema Globo de Rádio.

Veja também o especial Governo Lula
 

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