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07/11/2002 - 18h44

Pesquisa CNT/Sensus mostra população otimista com governo Lula

CAMILO TOSCANO
da Folha Online

Os resultados da pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje mostram que a população brasileira está otimista com o futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apostando em melhorias nas questões do desemprego, inflação, taxa de juros, corrupção e violência.

De acordo com os dados da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), presidida pelo vice-governador eleito por Minas Gerais, Clésio Andrade (PFL), que apoiou Lula no segundo turno, 71% dos entrevistados acham que o governo Lula será ótimo/bom (20,7% e 50,3%, respectivamente), contra 18,3% que disseram que será uma gestão regular, e 4,8% que apostam em um governo ruim/péssimo (2,2% e 2,6%, respectivamente).

Em março de 1994, três meses após tomar posse, o presidente Fernando Henrique Cardoso tinha, segundo pesquisa Datafolha, 39% de ótimo/bom, 40% de regular e 16% de ruim/péssimo. Em fevereiro de 1998, passados dois meses de seu segundo mandato, FHC obteve 21% de ótimo/bom, 39% de regular e 36% de ruim/péssimo no Datafolha.

A expectativa de melhoria na vida das pessoas também é grande: para 24%, a vida irá mudar em um ano no próximo governo, enquanto 16,3% acham que a mudança será em 6 meses, e 21,8% avaliam que a vida irá melhorar em dois anos. Apenas 4,8% responderam que a vida não irá melhorar e outros 12,9% disseram só haverá melhorias em um segundo mandato de Lula. O tempo médio para as mudanças é de um ano e nove meses e meio.

Pouco mais de três quartos (76,1%) das 2.000 pessoas ouvidas pela pesquisa disseram que Lula será melhor que seus antecessores (15,7% responderam que ele será igual, e 4,9%, pior).

A perspectiva positiva também se revela na questão do desemprego. A atual taxa de 7,5% registrada em setembro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) irá cair no governo Lula na opinião de 70,7% dos entrevistados. Para 55,5%, Lula vai reduzir também a inflação, enquanto 63,2% disseram que o futuro governo irá baixar a taxa de juros, e 64,3% apostam na diminuição da corrupção.

Para 58%, os índices de violência irão cair com Lula. A violência ficará igual na opinião de 28,1% da população, e 9,9% disseram acreditar que a violência irá aumentar no próximo governo.

Pacto social
A idéia de firmar um pacto social entre diversos setores da sociedade (trabalhadores, empresários, sindicalistas, entre outros) é considerada possível para 82,8% dos entrevistados. Há disposição de 59,2% dos entrevistados em fazer algum tipo de esforço, incluindo o pagamento maior de imposto, para fazer o Brasil crescer e gerar novos empregos, enquanto 33,6% disseram que a responsabilidade é inteiramente do governo.

Para 74,5%, o sucesso do pacto social se dará com a colaboração de toda a sociedade. Os políticos (10,1%), os sindicatos e trabalhadores (4,3%), os bancos (3,9%) e os industriais (3,3%) são apontados como os segmentos que podem colaborar mais com esforços.

A reforma agrária deve ser feita nas terras desocupadas do Estado, segundo avaliação de 48,7% dos entrevistados. Para 22,5%, a reforma agrária deveria ser feita em propriedades produtivas, desde que houvesse negociação entre as partes -proprietários e sem-terra. As terras produtivas que foram alvo de invasões, para 5,2%, devem ser incluídas no processo de reforma agrária, enquanto 12% acham que o governo Lula não fará mudanças na área rural.

Contatos políticos
A aproximação de Lula com antigos adversários políticos é vista com bons olhos para aprovar projetos e propostas por 59,8% dos entrevistados pela CNT/Sensus. As alianças são consideradas ruins por afastar Lula de seus ideais por 16,3%, enquanto 16,5% avaliam que esses contatos são indiferentes.

A pesquisa mostra também que, para 81,9% da população, a discussão com políticos de todos os partidos vai ajudar o novo governo a resolver o problema da pobreza, contra 12,7% que acha que as conversas não vão ajudar.

Combate à fome
A parte dos pronunciamentos de Lula, acompanhados por 50,7%, considerada mais importante por 68,8% dos entrevistados foi a que se referia ao combate à fome. O segundo ponto escolhido como mais importante (com 13,9% de respostas) foi o chamado à sociedade para um acordo. Alertar que o novo governo não pode fazer milagres (6,6%) e cumprir os contratos (4%) ficaram em terceiro e quarto lugares.

Se o governo Lula eleger o combate à pobreza como prioridade, ela deverá diminuir para 75% dos entrevistados. Para 83,2%, a diminuição da pobreza só vai acontecer se a sociedade enfrentar o problema.

A sensibilidade aos problemas do país demonstrada por Lula quando candidato é apontada como principal motivo para o voto no petista por 34%, ficando à frente da capacidade em montar boa equipe de governo (22,4%), gostar da pessoa de Lula (13,7%) e ser contra o governo Fernando Henrique Cardoso (12,2%).

O levantamento mostra também que 68,4% se identificam com o presidente eleito, contra 27,2% que se sentem menos identificados ou não se identificam com Lula. Disseram ter votado em Lula no segundo turno 61,3% dos entrevistados, contra 37,4% dos que não votaram no petista.

O Instituto Sensus, contratado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), ouviu 2.000 pessoas entre 1º e 5 de novembro, em 24 Estados brasileiros. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Leia mais:
  • 39,2% querem mínimo de R$ 280 em 1º ano de Lula, mostra CNT/Sensus


  • Veja também o especial Governo Lula
     

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