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17/11/2002
-
07h21
O diretor do Desai (Departamento de Saúde Indígena da Funasa), Ubiratan Moreira, admite que os programas de auto-sustentação das comunidades indígenas estão atrasados. Ele ressalta, no entanto, as dificuldades de transformar uma cultura, tradicionalmente caçadora e coletora, em agrícola.
Moreira afirma que a fome entre os índios é um problema a ser resolvido de forma multidisciplinar, envolvendo não apenas o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional do Índio, mas os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura.
O diretor do Desai diz que a distribuição de Bolsa-Alimentação entre os índios foi alvo de "muita discussão". Mas se chegou a conclusão, diz ele, que dar R$ 15 por criança desnutrida (até o limite de R$ 45 por família) não seria solução. No Norte, por exemplo, os índios gastariam quase todo esse valor para se deslocar da aldeia ao banco, em razão das grandes distâncias, afirma Moreira.
O "Programa de Promoção da Alimentação Saudável em Comunidades Indígenas" _cuja criação ainda não foi oficializada _ está orçado em R$ 20 milhões por ano e tem como objetivo promover a auto-sustentação das aldeias de acordo com a vocação de cada uma delas. As três principais linhas de atuação deverão ser agricultura, criação de animais e artesanato.
O que ainda não ficou definido é que órgão do governo vai coordenar o programa. O dinheiro deverá sair do Fundo de Combate à Pobreza ou do orçamento do Ministério da Saúde.
O programa tem como parâmetro trabalhos desenvolvidos por ONGs em aldeias, caso da produção de cestas no Alto Rio Negro, no Amazonas, do mel de abelha, no Xingu, e, do Urucum, no Acre.
A nutricionista Maria de Fátima Carvalho, da Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, diz que o novo programa de alimentação é fruto de discussão com indigenistas, antropólogos e lideranças indígenas. Depois que a portaria criando o programa for assinada, será feito um relatório à equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ela, o ministério repassará R$ 70 mil, em caráter emergencial, para a aquisição de alimentos no Rio Grande do Sul.
Ação deve ser multidisplinar, afirma Funasa
da Folha de S.PauloO diretor do Desai (Departamento de Saúde Indígena da Funasa), Ubiratan Moreira, admite que os programas de auto-sustentação das comunidades indígenas estão atrasados. Ele ressalta, no entanto, as dificuldades de transformar uma cultura, tradicionalmente caçadora e coletora, em agrícola.
Moreira afirma que a fome entre os índios é um problema a ser resolvido de forma multidisciplinar, envolvendo não apenas o Ministério da Saúde e a Fundação Nacional do Índio, mas os ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura.
O diretor do Desai diz que a distribuição de Bolsa-Alimentação entre os índios foi alvo de "muita discussão". Mas se chegou a conclusão, diz ele, que dar R$ 15 por criança desnutrida (até o limite de R$ 45 por família) não seria solução. No Norte, por exemplo, os índios gastariam quase todo esse valor para se deslocar da aldeia ao banco, em razão das grandes distâncias, afirma Moreira.
O "Programa de Promoção da Alimentação Saudável em Comunidades Indígenas" _cuja criação ainda não foi oficializada _ está orçado em R$ 20 milhões por ano e tem como objetivo promover a auto-sustentação das aldeias de acordo com a vocação de cada uma delas. As três principais linhas de atuação deverão ser agricultura, criação de animais e artesanato.
O que ainda não ficou definido é que órgão do governo vai coordenar o programa. O dinheiro deverá sair do Fundo de Combate à Pobreza ou do orçamento do Ministério da Saúde.
O programa tem como parâmetro trabalhos desenvolvidos por ONGs em aldeias, caso da produção de cestas no Alto Rio Negro, no Amazonas, do mel de abelha, no Xingu, e, do Urucum, no Acre.
A nutricionista Maria de Fátima Carvalho, da Coordenação-Geral da Política de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, diz que o novo programa de alimentação é fruto de discussão com indigenistas, antropólogos e lideranças indígenas. Depois que a portaria criando o programa for assinada, será feito um relatório à equipe de transição do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ela, o ministério repassará R$ 70 mil, em caráter emergencial, para a aquisição de alimentos no Rio Grande do Sul.
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