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22/11/2002 - 17h21

Ameaçada de perder mandato, Havanir deixa direção do Prona em SP

da Folha Online

O mandato da campeã de votos para a Assembléia Legislativa de São Paulo -mais de 680 mil-, a médica dermatologista Havanir Nimtz, do Prona, pode ser curto. Uma comissão de sindicância instalada na Câmara Municipal, formada por nove vereadores, investiga denúncia de venda feita pela vereadora da legenda do partido para candidatos a deputado estadual. A vereadora requereu hoje pedido de afastamento da presidência estadual do partido.

Havanir é acusada de cobrar R$ 5.000 por uma vaga para quem quiser concorrer pela legenda nas eleições. A Folha Online apurou que a prática é comum no Prona (Partido da Reedificação da Ordem Nacional).

O microempresário de Santos José Roberto Leite e pelo menos mais três candidatos pagaram de R$ 3.000 a R$ 5.000 a Havanir para disputar uma vaga na Assembléia Legislativa de São Paulo com a sigla 56. A cobrança, segundo eles, é feita sob a forma de compra de centenas de cartilhas com a ideologia político-econômica do doutor Enéas Carneiro, eleito deputado federal com a maior votação do país.

A comissão da Câmara Municipal pode requerer a abertura de um processo contra Havanir por falta de decoro parlamentar e indicar a sua cassação.

A comissão que vai investigar Havanir é presidida pelo vereador Eliseu Gabriel (PDT). O prazo para a comissão entregar o relatório da investigação é 30 dias (até 20 de dezembro), não prorrogáveis. A Câmara tem até o dia 15 de março do próximo ano para concluir a investigação que apura se houve quebra de decoro parlamentar de Havanir.

A comissão vai ouvir a vereadora e pessoas envolvidas no caso. O primeiro a depor será o vereador Antonio Paes Baratão, eleito pelo Prona, hoje no PDT.

A Assembléia Legislativa aguarda o resultado da sindicância e afirma que, caso seja concluída irregularidade, Havanir pode não assumir mandato em março próximo.

"A Assembléia nada pode fazer porque qualquer situação que exista tem que partir da Câmara. Vamos dizer que até o dia 15 de março a Câmara não tenha terminado o procedimento, pode a Assembléia, através da Corregedoria, abrir um procedimento para apurar. Agora caso a sindicância apure que houve quebra de decoro, ela não poderá assumir", afirma a corregedora da Assembléia, a deputada Rosemary Corrêa (PMDB).

Renúncia
Assim como tem feito ao longo da semana, Havanir se negou a falar sobre o assunto. Ela encaminhou hoje à direção nacional do Prona pedido de afastamento do cargo de presidente do diretório estadual do partido em São Paulo.

Na carta, Havanir diz que seu desligamento busca facilitar a apuração da "verdade sobre as acusações mentirosas que estão sendo veiculadas pela mídia".

A vereadora diz que as denúncias tentam intimidar os candidatos eleitos do Prona.

A filha de Havanir, Maysa, que chefia o gabinete da mãe na Câmara, declarou à Folha Online que a vereadora e o presidente nacional do Prona, Enéas Carneiro, não vão falar mais sobre o caso e que já esclareceram tudo no programa do apresentador Gugu, no último domingo, no SBT.

 

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